A Síndrome de Burnout é um desequilíbrio emocional diretamente relacionado ao acúmulo de estresse por conta do trabalho. Também conhecida por Síndrome do Esgotamento Profissional, ela causa sintomas físicos e psicológicos, tais como dores musculares, insônia, transtorno de ansiedade e até distúrbios alimentares ou do sono.

Esse problema de saúde está se tornando cada vez mais recorrente nos consultórios, uma vez que o mundo mudou e a forma como os profissionais lidam com a carreira também.

RH TopTalks cobertura

A evolução tecnológica, o home office e os novos modelos de trabalho fizeram com que as pessoas trabalhassem cada vez mais. Basta parar para pensar e ver que hoje é natural responder um e-mail profissional depois do expediente. Tenho certeza de que muitos, senão a maioria, se identificam com essa situação simples. 

Sendo assim, essas mudanças trouxeram consequências negativas, entre elas, o cansaço excessivo, o estresse e a ansiedade. Quando não tratadas com acompanhamento profissional, podem evoluir para a Síndrome de Burnout. 

Normalmente, os profissionais mais afetados são aqueles que possuem uma rotina intensa de trabalho e lidam diariamente com muita tensão e responsabilidade. O distúrbio também é frequente em pessoas que têm mais de um trabalho ou que precisam lidar com áreas diferentes dentro de uma mesma companhia.

Para se ter uma ideia da dimensão desse problema, segundo dados levantados pela International Stress Management Association (ISMA), 30% dos brasileiros já sofreram com a síndrome.

E esse dado não existe por acaso. Algumas práticas comuns em ambientes de trabalho tóxicos são as principais responsáveis por desencadear a doença, que acontece por um acúmulo de estresse, como:

  • cobranças excessivas,
  • prazos irrealistas,
  • assédio moral,
  • desvalorização do profissional,
  • comunicação agressiva e desrespeitosa,
  • falta de segurança psicológica,
  • sobrecarga de trabalho e
  • metas inalcançáveis.

Além disso, as novas dinâmicas de trabalho, como o home office, influenciaram na relação das pessoas com o emprego e contribuem para esses números. Porém, isso não significa que o trabalho remoto é um vilão, muito pelo contrário. Mas, como em qualquer rotina, é preciso ter atenção à sobrecarga de trabalho e à produtividade tóxica.


Baixe gratuitamente os dois eBooks “É preciso falar sobre a saúde mental no ambiente de trabalho“: Nestes dois ebooks [Parte I e II] você encontrará mais sobre: Pesquisas e dados sobre o assunto, De que forma as empresas estão criando estratégias, Principais sintomas, Como ajudar os colaboradores. Material rico pelo RHPraVocê. Clique AQUI.


Por isso, é fundamental que os times de recursos humanos atuem para promover um ambiente de trabalho saudável, desenvolvendo ações com o intuito de melhorar as condições de trabalho, as relações interpessoais e a qualidade de vida da organização. 

Entre as iniciativas, pode existir a criação de um canal de acolhimento e queixas, o estímulo ao diálogo sobre o tema, o desenvolvimento de programas e benefícios de bem-estar e a promoção de práticas de trabalho saudáveis.

Diferenças entre Burnout, Ansiedade e Estresse

Apesar de serem distúrbios semelhantes, o Burnout, a ansiedade e o estresse possuem diferenças bastante particulares. Enquanto o primeiro é causado necessariamente devido a fatores e situações relacionadas ao trabalho e se caracteriza pelo desgaste físico e mental em decorrência de circunstâncias inadequadas no emprego, o estresse e a ansiedade são reações naturais do corpo que podem se tornar transtornos quando seus sintomas se tornam recorrentes e intensos. 

eBook Como aumentar o bem-estar dos colaboradores (1)

Ambos podem ser causados por inúmeros fatores, não se restringindo a cenários profissionais. No caso do estresse, se trata de uma resposta orgânica frente a cenários ameaçadores. É algo relacionado à subjetividade, porque o que uma pessoa entende como ‘ameaça’ depende das perspectivas e concepções próprias dela.

Já a ansiedade também é uma resposta orgânica, mas frente a situações inesperadas ou desconhecidas. Ela se manifesta por meio de alguns sintomas físicos e mentais, como inquietação, coração acelerado, dificuldade de concentração, entre outros.

Por isso, apesar de estarem associados e possuírem sintomas parecidos, reforço que são transtornos diferentes. E também é importante destacar que, em todos esses casos, é necessário buscar ajuda de um profissional qualificado.

Como o estresse se torna Síndrome de Burnout

Por Renata Tavolaro, head de Psicologia da orienteme, plataforma de gestão de saúde corporativa, há 5 anos, sendo responsável pela gestão dos psicólogos da plataforma. Psicóloga CRP 06/39083, referência no atendimento de fobias, questões emocionais, relacionamentos, ansiedade, pânico, suicídio, compulsões e depressão. 

 

Ouça o RH Pra Você Cast, episódio 134, “Nova classificação do burnout faz um ano: as confusões e avanços sobre a mudança“. Em janeiro de 2022, a Organização Mundial da Saúde (OMS) mudou a classificação da síndrome de burnout, que passou a ser descrita como um fenômeno ocupacional, ou seja, um esgotamento condicionado exclusivamente ao trabalho – dentro da #CID-11 (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde). Passado um ano, ainda há certa confusão sobre a nomenclatura, o que caracteriza ou não o burnout. Além disso, o que mudou ao longo desse tempo? Qual foi o impacto para as empresas e para os RHs? Conversamos sobre tudo isso com Ana Maria Rossi, presidente da #ISMA-BR (International Stress Management Association). Acompanhe!

Não se esqueça de seguir nosso podcast e interagir em nossas redes sociais:

Facebook
Instagram
LinkedIn
YouTube

Capa: Depositphotos