Cerca de dois anos e meio após a chegada da pandemia no Brasil, os profissionais já fizeram a sua escolha sobre o modelo de trabalho da sua preferência: híbrido.
É o que aponta a pesquisa EY Work Reimagined 2022, feita por meio da consultoria EY em 22 países e 26 segmentos distintos que, no Brasil, se correspondeu com aproximadamente 600 profissionais, entre empregados e empregadores. Embora os profissionais brasileiros já tenham feito a sua escolha, os empregadores demonstram que há incertezas com relação a implementação do trabalho híbrido na empresa.
53% escolhem trabalho híbrido
Mesmo com o cenário de incerteza das companhias, os colaboradores já mostram as novas tendências.
Segundo a pesquisa EY Work Reimagined 2022, 53% dos profissionais brasileiros afirmam que preferem atuar em casa de 3 a 4 dias durante a semana, número considerado expressivo.
Só pra se ter uma ideia, a mesma pesquisa aponta que, em termos de cenário global, essa preferência é um pouco menor, com 38% dos colaboradores preferindo o trabalho híbrido mundo afora, demonstrando maior apego aos valores de trabalho tradicionais.
Brasileiros rejeitam escritório
Outro resultado da pesquisa elaborada pela consultoria EY demonstra que os profissionais brasileiros de fato rejeitam a ida ao escritório no atual momento de suas carreiras.
Se a porcentagem com relação a preferência pelo trabalho híbrido ainda é equilibrada, o mesmo não acontece quando a pergunta aos entrevistados muda sutilmente a perspectiva do questionamento.
Quando questionados sobre se gostariam de trabalhar em casa de zero a um dia por semana, 91% dos brasileiros rejeitaram essa possibilidade, número certamente significativo.
Para efeito comparativo, há países em que a rejeição máxima é de 80%, o que demonstra de fato que a mentalidade dos profissionais do futuro tem mudado e as empresas precisam se adequar.
Profissionais não temem mudanças
Se o trabalho híbrido significar deixar o emprego atual, não tem problema, os profissionais brasileiros estão com a mente aberta e preparados para mudanças.
A pesquisa demonstra que os brasileiros não temem mudanças e estão dispostos a deixar o seu emprego atual, com 50% dos entrevistados afirmando isso.
No contexto global, esse número diminui relativamente, com 43% das pessoas escutadas afirmando que podem trocar de emprego no próximo ano.
Efeito cascata tem recado para dar
Os empresários têm sentido na prática essa nova mentalidade de seus colaboradores, já que um efeito cascata tem acontecido generalizadamente no último ano.
É novamente um dado da pesquisa EY Work Reimagined 2022 que confirma esta mudança de pensamento. Segundo dados da consultoria EY, 68% dos empresários entrevistados declaram que a rotatividade entre os colaboradores têm crescido no decorrer do último ano. Esse efeito cascata nas empresas tem recado claro para dar: os profissionais estão cada vez mais seguros do que querem.
E, caso a empresa onde trabalham não possa ofertar um modelo de trabalho com política e diretrizes formais mais sólidas e esclarecidas, os profissionais se dirigem ao mercado em busca de uma empresa que saiba o que quer.
Por Diogo Cortês Luz, formado em Arquitetura e Urbanismo pelo Mackenzie em 2012 e possui pós-graduado em Administração pela Universidade Getúlio Vargas em 2014. Desde o início da sua carreira empreende, primeiro na sua área de formação e, posteriormente, com espaços de trabalho colaborativos. Em 2015 fundou a Osmose Coworking, que atualmente conta duas unidades em São Paulo, sendo nas regiões de Santo Amaro e Berrini. Em 2020 o empreendedor fundou o OOND, startup que oferece soluções para o modelo de trabalho híbrido.
Ouça o PodCast RHPraVocê Cast, episódio 92, “Como fortalecer a cultura organizacional em modelos flexíveis de trabalho?” com Bianca Carmignani, Head de Recursos Humanos da Nespresso no Brasil e Daniela Gartner, Sr Human Resources Director LATAM at NTT Ltd. Clique no app abaixo:
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