O mundo globalizado e competitivo atual tem pressionado os colaboradores a atuarem com um esforço considerável e além dos seus limites para obter reconhecimento e valorização em seu ambiente de trabalho.

Eles são impulsionados pela crença cultural de que um trabalhador altamente produtivo e de alto desempenho não apenas se mantém empregado, como também é uma forma de busca de satisfação e realização pessoal e profissional.

Porém, neste cenário deparamos com a chamada Síndrome de Burnout, uma condição na qual o esforço em demasia do trabalhador em satisfazer a sua crença, bem como em atender à organização em qual trabalha, afeta sua cognição, humor, atitude, comportamento e principalmente o seu estado emocional, atingindo assim toda a sua estrutura.


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Consequências da Síndrome de Burnout frequentemente encontradas em colaboradores são caracterizadas pela exaustão emocional, despersonalização e baixa realização pessoal, proporcionando resultados contrários àqueles idealizados pelo trabalhador e a organização.

A Síndrome de Burnout é resultado do estresse laboral. Causa exaustão, decepção em demasia e desinteresse inconsciente do colaborador pelas atividades laborais que lida direta e diariamente no ambiente organizacional ou até mesmo no home office.

Trata-se de um problema que atinge profissionais de todos os setores de atividade, dos órgãos de segurança pública aos controladores de voo, das áreas de recursos humanos ao chão de fábrica.

Desta forma, a área responsável pela gestão de pessoas não pode exercer o papel de compreender as causas e consequências do acometimento da Síndrome de Burnout em seus colaboradores e apenas encaminhar o caso para o serviço público e privado de saúde.

O papel do gestor de pessoas vai além.

Deve atuar para aniquilar o mal pela raiz buscando o equilíbrio entre a produção e o capital humano sob os seus cuidados.

Além da atuação individual de cada organização, é preciso criar uma ação em conjunto com efeitos no mercado.

Num mercado de trabalho cada vez mais competitivo e o número sempre em crescimento de demissões, o medo toma conta do trabalhador de que o mesmo aconteça com si, o que faz com que se ‘mate’ de trabalhar para ‘agradar’ seus superiores e manter o seu posto de trabalho.

Dessa forma, os profissionais assumem uma carga horária elevada, cobram-se em excesso e vão muitas vezes além do seu limite físico e mental para provarem que são necessários naquele local.

Esse engajamento dura por um tempo, porém, as pessoas se sentem sobrecarregadas e incapazes de atender às constantes demandas. À medida que o estresse continua, o colaborador começa a perder o interesse ou a motivação que o levou a assumir aquele papel.

Nesse momento o sofrimento psicológico é imenso, pois ele quer ser produtivo, mas não consegue por completa incapacidade física e mental. Qualquer esforço parece ser em vão.

O desgaste danifica os aspectos físicos e emocionais do trabalhador. E para completar a saraivada de problemas, o Burnout é muitas vezes confundido com o estresse cotidiano, mas os dois não são a mesma coisa.

O estresse vem de mudanças físicas e psicológicas e é um processo de curta duração, enquanto o Burnout é uma resposta ao estresse crônico, incluindo exaustão emocional, tornando mais difícil o tratamento e o alívio deste terrível sofrimento pelo qual o trabalhador se acometeu.

Em ambientes onde a estrutura organizacional e as condições de trabalho são ruins existem precondições para o estabelecimento de doenças laborais, dentre elas o Burnout.

Portanto, é necessário encarar o problema de frente e não apenas delegar a ‘culpa’ ao colaborador ‘frágil’. As organizações devem assumir a sua responsabilidade nesse cenário, investir em melhores ambientes de trabalho, melhoria do clima organizacional e conhecer melhor o capital humano e emocional que tem à sua disposição.

Além disso, é primordial interpretar com transparência e profissionalismo indicadores como as pesquisas de clima organizacional e o ranking de melhores empresas para trabalhar.

Estes são dados importantes que apontam quem precisa melhorar e quem já chegou lá e pode servir de inspiração (benchmark).

Nesse sentido, para enfrentar um inimigo que se esconde entre inúmeros sintomas e dificuldades diagnósticas, a prevenção é sempre o melhor remédio e deve começar desde a contratação do trabalhador recém-chegado.

Síndrome de Burnout: quando o gestor de pessoas deve ser mais ativo

Por Renato Lisboa, neuropsicanalista, autor do best seller “3 Segundos: Escolhas que transformam a vida“, vice-presidente da Abrapcoaching e CEO do Instituto Lisboa.

 

 

Ouça também o PodCast RHPraVocê, episódio 90, “Burnout como doença do trabalho: o que muda?” com Marcela Ziliotto, Head de People na Pipo Saúde e José Ricardo Amaro, diretor de RH da Ticket. Clicando diretamente no app abaixo:

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