Em um mundo altamente acelerado, conectado e com a popularização da criação de startups, todo empreendedor quer ter uma ideia disruptiva e criar um grande negócio.

Mas, será que as ideias geradas pelas startups são realmente disruptivas?

Será que as empresas líderes de seus mercados estão inovando?

Para responder a este questionamento, é preciso partir de uma diferenciação basilar entre disrupção, inovação e melhoria contínua.

Melhoria contínua é, basicamente, o processo de analisar os processos, produtos e serviços atuais e buscar melhorá-los de forma contínua.

Por exemplo: praticamente, todo ano, empresas de eletrônicos como Apple e Samsung lançam novos modelos de celulares, esses novos aparelhos apresentam melhorias em relação aos anteriores, com processadores mais rápidos, câmeras com melhor qualidade, entre outros.


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No entanto, na maioria das vezes nada que seja algo diferente, novo, inovador. Até mesmo Steve Wozniak (Woz), cofundador da Apple, comentou recentemente em entrevista ao portal Yahoo Finance que apesar dos lançamento os produtos Apple não apresentam nenhuma inovação.

Por outro lado, a inovação é quando se apresenta algo novo, diferente da forma atual de se fazer. Exemplo disso é quando uma organização deixa de utilizar uma embalagem de plástico em seus produtos e desenvolve embalagens com materiais biodegradáveis, ou seja, segue existindo a embalagem, porém, com um material mais barato, mais ambientalmente amigável e sustentável.

Já a disrupção é quando a inovação não somente altera a forma de fazer, mas também deixa algo obsoleto, praticamente eliminando mercados e organizações.

Exemplo disso são as câmeras digitais.

Até alguns anos atrás, câmeras eram analógicas e havia todo um mercado de filmes fotográficos, que eram inseridos nos equipamentos. Depois de tiradas as fotos, os filmes eram revelados. Nesse contexto, era necessária a existência de várias empresas que produziam os filmes e a cada dia melhorar seu produto (filmes de maior qualidade), assim como um grande mercado que girava em torno da revelação de fotos.

Com o advento das máquinas digitais, a indústria que produzia filmes praticamente ficou obsoleta. Ninguém mais compra filmes fotográficos nem se revelam as fotos uma vez que ficaram totalmente digitais.

Outro exemplo muito presente no dia a dia são os streaming de música e vídeo, que deixaram completamente obsoleto o modelo de locação e compra de produtos em CD’s e DVD’s. Hoje, a pessoa pode adquirir um serviço mensal, acessado de qualquer lugar, a quantidade de vezes que quiser.

Como há grande diferença no resultado alcançado com melhoria contínua, inovação e disrupção, as ferramentas para gestão também se diferem. No caso da melhoria contínua, utilizam-se muito ferramentas e metodologias analíticas, como PDCA, programa 6 sigma, entre outros.

Já na inovação exige uma dose de criatividade maior, uma visão além do que se tem nos dados e na observação dos processos atuais, por isso são utilizadas metodologias como design sprint e thinking, nos quais parte do método contempla “divergir” das ideias para, depois, convergir em soluções.

A disrupção é a inovação em seu último grau, na qual todo um segmento de negócio é deixado obsoleto. Desta forma, sai da simples mudança no processo, serviço ou produto para uma mudança em um segmento de negócio inteiro.

Portanto, compreendendo essa diferenciação, vale pensar em qual patamar a empresa realmente está, e não apenas onde julga estar.

Uma vez assimiladas as diferenças entre melhoria contínua, inovação e disrupção e as ferramentas utilizadas, as organizações devem definir o modelo de gestão (processos, políticas e estrutura) que fomente e organize as três abordagens, tendo em vista que toda empresa deveria olhar para as melhorias incrementais (visão de curto prazo), mas sem perder de vista a inovação e a diferenciação de mercado (visão de médio e longo prazos).

O modelo mais utilizado quando a organização está mais focada em melhoria contínua é a Gestão por objetivos (do inglês, Management by Objectives – MBO), porém essa prática apresenta limitações quando algumas áreas ou toda organização precisam inovar e ser ágeis.

Foi exatamente neste contexto que surgiu os OKR (Objectives Key Results), que significam definir objetivos e resultados-chave para se acompanhar o desempenho de áreas, projetos e desafios audaciosos em que há grande incerteza e possibilidade de insucesso.

Trata-se de uma metodologia mais focada no aprendizado e no ímpeto desafiador do que garantir que a meta seja alcançada. Outras características importantes: os OKR são estabelecidos por períodos curtos, normalmente trimestralmente, e não se deve associar o alcance dos OKR a programas de bonificação.

No mercado, os OKR tornaram-se populares em razão da utilização pelo Google, amplamente divulgada no livro Measure what Matters (no português, Avalie o que Importa), do consultor John Doerr. Porém, tem sido utilizado de forma equivocada.

Hoje, toda empresa que almeja implementar um modelo de gestão considera os OKR como única forma, mas o que tem se visto é o modelo híbrido como o mais vencedor, uma vez que a organização estipula metas de melhoria contínua associadas a bônus e aos OKR para estimular inovação e disrupção. Esses conceitos devem coexistir, e não serem tratados como “um ou outro”.

E mais: para se alcançar um patamar de inovação disruptiva, não basta a companhia investir em tecnologias e processos, é necessário, também, o setor de Gente e Gestão ou Recursos Humanos (RH) ser catalisador e protagonista neste processo.

Inovação disruptiva nas empresas passa pela gestão

Por Ivan Cruz, cofundador da Mereo, HR Tech que tem como propósito impulsionar a performance das pessoas e das organizações.

 

 

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