Tenho observado em pessoas e líderes de organizações, a diversidade de pensamentos e as dificuldades para tomarem decisões e acompanhar o que a maioria das empresas e pessoas pretendem fazer para escolher comportamentos e ações alinhadas às tendências. Nesse contexto, não há certo e errado, mas quem saiu na frente e teve a coragem para empreender e acabou sendo um influenciador para o estabelecimento de novos parâmetros, para o que se convencionou como novo normal.

Há os indecisos em relação à adoção de sistema híbrido, se volta para o trabalho presencial ou se o trabalho home office deve prevalecer, considerando seus prós e contras.  Há aquele treinamento necessário para a minha equipe ou para o meu quadro de líderes, mas não sei ainda qual é o comportamento do mercado, se corro o risco de treiná-los e depois saem da empresa e acabo perdendo esse investimento, se é o momento de investir mais ou menos em marketing, contratação ou demissão de colaboradores, se faço isso ou aquilo, se decido agora ou se deixo para depois.

Há, pelo que tenho conversado, uma espera e uma indecisão no ar, tendo em vista o cenário brasileiro em época pré-eleitoral; algum risco, ainda que remoto, de retorno à pandemia; incertezas na economia e, ao meu entender, procrastinando ações e tomadas de posição que assegurariam melhores resultados em menos tempo, caso fossem apoiadas em proatividade e uma certa dose de ousadia diante das incertezas.

Do mesmo modo que individualmente precisamos ter um bom equilíbrio emocional, determinante na maioria das tentativas para melhorar a vida pessoal e profissional, as organizações também, a partir dos seus dirigentes, podem e precisam ter esse equilíbrio para decidirem avançar. Caso surja alguma dúvida, certamente sempre haverá uma que o tempo todo pairará no ar: “E se não der certo?” É justamente nesse ponto que entram as atitudes, quer sejam pessoais ou profissionais, como o otimismo ou o pessimismo, o pensamento positivo ou o negativo, a visão de prosperidade ou de escassez. Talvez a melhor decisão nessa hora é a escolha se nossa mente é nossa melhor amiga ou nossa pior inimiga

Algumas premissas são interessantes para a reflexão sobre esse tema:

  • Foco no empreendedorismo diante de um cenário de altas taxas de desemprego.
  • Cuidado com seus pensamentos, pois eles formam suas palavras, que criam suas ações que, por sua vez, formam seus hábitos determinantes do seu caráter e definem o seu destino.
  • O que não existe é falta de tempo, mas de interesse. Se tiver interesse, efetivamente, a madrugada vira dia, a quarta-feira vira sábado e esse momento, uma grande oportunidade.

Para os profissionais, as habilidades que mais são necessárias e exigidas no mercado de trabalho são:

  • Gerenciamento do tempo
  • Atitude positiva
  • Resolução de problemas
  • Confiança
  • Ética no trabalho
  • Liderança
  • Comunicação
  • Trabalho em equipe
  • Saber produzir sob pressão
  • Disciplina e foco

Se observar bem, a maioria dessas habilidades relacionam-se a atitudes, que norteiam nossos comportamentos. Uma boa alternativa para facilitar nossas escolhas nesse momento é a adoção da psicologia positiva, definida como sendo nossa melhor amiga ou pior inimiga, ainda mais quando há um excesso de pessimismo no ar, funcionando como sabotadores ocultos, dificultando ações que nos colocariam novamente nos trilhos do sucesso e do desenvolvimento.

Sugiro a adoção da Inteligência Positiva, trabalho desenvolvido por Shizard Chamine, que define, em seu livro “Inteligência Positiva” que uma inteligência positiva acontece quando sua mente amiga age mais frequentemente do que sua mente inimiga e pode ser um atual e impactante recurso para você e sua empresas voltarem aos trilhos da prosperidade e do crescimento. Chamine estabeleceu também o Quociente de Inteligência (QP), que mede o percentual de tempo em que sua inteligência positiva está a seu serviço e existe uma comparação entre comportamentos sabotadores e sábios.

Vou apresentar resumidamente esses comportamentos para você averiguar como está sua atitude e seus respectivos comportamentos relativos a esses quesitos. Um alerta, entretanto, se faz oportuno: a exemplo dos pecados capitais (ira, gula, inveja, avareza, luxuria, soberba e preguiça), o excesso dessas características é que se configuram nos pecados. São os mesmo relacionado aos comportamentos sabotadores

São dez os comportamentos sabotadores:

– O Insistente – É o tipo perfeccionista excessivamente organizado, exagera nas minúcias, tornando-se até inconveniente diante da sua mania de perfeição.

O Prestativo – É aquela pessoa que, em busca de aceitação ou de atenção, exagera no servir ao outro, sendo até subserviente e deixa-se de lado em função de agradar aos outros.

O Hiper-realizador – É o que não para, inventa coisas para fazer, não termina nada e está sempre por terminar algo que nunca se finda porque outras iniciativas tomaram o lugar.

– O Hipervigilante – Torna-se até inconveniente devido ao fato de estar atento e supervigilante a todos os perigos da vida.

O Inquieto – É o tipo que não para, está continuamente ocupado em busca de maior excitação e focado nas próximas atividades.

O Controlador – Quer manter o controle de tudo e de todos, tem essa necessidade.

A Vítima – seu jogo é fazer-se de mártir, como se os problemas fossem caudados por ela.

O Esquivo – Esse tipo foca nos aspectos positivos e nas possibilidades agradáveis em excesso.

– O Hiper-racional – Excesso de regras, de regulamentos, de visão cartesiana, de lógica

O Crítico – Começa com a excessiva crítica a si mesmo. Para esse tipo, só somos merecedores de afito, na medida que somos bons ou apresentamos bons desempenhos.

A solução, conforme o autor, é a postura relacionada à perspectiva do sábio, que propõe aceitar a realidade como ela é, ao invés de rejeitar ou se ressentir. Daí em diante, criar oportunidades de aprendizado para uma atuação real e consistente, no nosso caso, sem o excesso de preocupações impostas pela pandemia ou de mudanças tão impactantes a que fomos e estamos sujeitos. São cinco recursos utilizados para se oporem aos sentimentos negativos e buscar, a partir daí, ter sucesso nos objetivos definidos. São:

– A Empatia – Um exercício de percepção, apreciação, compaixão e perdão.

A Exploração – Relacionada à curiosidade,  franqueza, assombro e fascinação pelo que está sendo explorado.      

– A Inovação – Lança-se fora em primeiro lugar, os parâmetros preexistentes, como uma forma  completamente nova de se fazer algo.            

– A Navegação – Ocorre quando ao se  buscar novas alternativas, também se buscam valores  mais profundos para a tomada de decisões.   

– A Ativação –  Ocorre quando fica claro qual o rumo tomar e previne-se a ação dos sabotadores, agindo preventivamente para sua neutralização.

Creio que tudo fica mais fácil quando acreditamos nos nossos objetivos, alicerçados pelos nossos valores e não nos deixamos influenciar demais pelos meios de comunicação, nem por quem se julga dono da verdade. O mundo, na realidade, é do jeito que o resolvemos construir; e se nos deixamos influenciar negativamente, estamos trazendo para nós mesmos  as negatividades que rondam a nossa vida, no nosso caso aqui no artigo, representados pelos sabotadores.

Cuide-se, cuide da sua empresa; riscos sempre existem e sempre existirão, mas cabe a cada um adotar um pensamento positivo, no caso, bastante alinhado à Inteligência Positiva e celebrarmos os resultados da nossa coragem e atitude de não ficarmos prostrados para ver o mundo melhorar para tomarmos nossas ações. O mundo melhorará quando cada um de nós acreditar em suas possibilidades e fazer o que precisa ser feito, com coragem e destemor, com criatividade e otimismo.

Creio ser essa a melhor maneira de nos virarmos daqui para a frente.

Reinaldo Passadori, Professor de Oratória e Escritor, Mentor, fundador e CEO da Passadori Comunicação, Liderança e Negociação. Adaptação do seu livro ‘Quem Não Comunica Não Lidera’ – Ed. Passadori. É um dos colunista do RH Pra Você. O conteúdo dessa coluna representa a opinião do colunista. Foto: Divulgação.