RH e a UTI – União para Transições Inteligentes. Com os reflexos sociais da pandemia da Covid-19, profissional de Recursos Humanos deveria ser enquadrado na esfera de serviço essencial.
Equivalente a importância do médico nos cuidados com seus pacientes nos hospitais, o RH nas organizações está para gestor de emoções e sentimentos no mundo dos negócios – tarefa tão desafiadora e necessária nas organizações quanto nos cuidados clínicos com um indivíduo. Com as incertezas que cercam o mundo contemporâneo, a ele cabe ter sensibilidade para “socorrer” as pessoas e manter de forma remota, híbrida ou presencial as condições de bem-estar, engajamento e produtividade dos diversos níveis de colaboradores em instituições públicas e privadas. Mais que meros profissionais, os RHs tornaram-se agentes organizacionais cuidando de gente 24 horas por dia com foco na UTI – União para Transições Inteligentes*.
No bug do milênio, a virada de 1999 para o ano 2000, a preocupação das organizações foi se preparar para o imprevisível. Especialistas de diversos segmentos alarmaram especulações, medos e incertezas do que estava por vir. Investimentos e preparações com tecnologia colocaram autoridades do mundo inteiro em prontidão para uma transição que, apesar das previsões pessimistas e revolucionárias, marcou um salto impressionante dos recursos digitais e tecnológicos – o mundo passou para um novo e favorável contexto de conexões globalizadas.
No decorrer do tempo, as preocupações do bug do milênio tornaram-se infundadas e os benefícios trazidos para a humanidade se revelaram extraordinários, porém, não tem satisfeito em tudo porque a “máquina humana” não está integralmente adaptada para acompanhar na mesma velocidade os processos de transformações e mudanças constantes. Nesse cenário, o profissional de RH ocupa o lugar de importante protagonista na cadeia de adaptabilidade, evolução e transformação de uma organização.
Com o presente acelerado para o futuro, o foco da transição para um novo modelo de sociedade deixou de ser tecnológico. Os olhos do mundo estão voltados para questões humanas e como a humanidade deve se preparar para as mudanças contínuas e rápidas. Enquanto a Quarta Revolução trouxe um amplo sistema de tecnologias avançadas que estão mudando as formas de produção e os modelos de negócios no Brasil e no mundo, o movimento da Sociedade 5.0 traz a espécie humana de volta aos holofotes – a retomada do capital humano como principal engrenagem para o desenvolvimento e produtividade de uma sociedade.
Profissionais de RH são essenciais na criação e execução de processos estratégicos para o bem-estar individual e coletivo, como facilitador do capital humano, prioritário nas organizações. Três de junho foi instituído o Dia do RH, parabéns por isso! Mas direcionar as pessoas com o skill definido para atribuições de acordo com suas habilidades, cuidar, treinar, incentivar, dar feedback e roupagem para que cada pessoa aflore na melhor expressão de si mesma em condições adequadas, de acordo com a filosofia e objetivos das organizações em todas as suas vertentes de atuação, tem se tornado cada dia mais necessário o ano inteiro.
Por Leila Navarro, palestrante Internacional com foco em comportamento e motivação, empresária, startuper, mentora e conferencista. Autora de 16 livros. É uma das colunistas do RH Pra Você. O conteúdo dessa coluna representa a opinião do colunista. Foto: Divulgação.