O medo de que as inteligências artificiais possam substituir os seres humanos está cada vez mais compreensível, considerando que a tecnologia está avançando rapidamente e que muitos empregos estão sendo automatizados. Mas, será que a IA realmente vai nos substituir?
Recentemente, lancei o seguinte desafio nas minhas redes sociais:
“Você está em um corredor e no final dele tem duas portas. Uma porta te leva a saída e a outra porta te leva para uma queda de mais 3 metros que no final se dá em uma piscina de bolinha. Você não morrerá, mas tomará um baita susto. Em uma das portas estará um robô afirmando que aquela é a porta certa e na outra um ser humano, afirmando também que aquela era a porta certa. E agora me diga, em qual das portas você iria: a do robô ou do ser humano?”
70% do público respondeu que confiam mais na porta do ser humano e os outros 30% na porta do robô. Detalhe: grande parte do pessoal que respondeu “porta do robô” é porque tinha alguma ligação com tecnologia, metaverso, tendências e futuro.
Observei que muita gente quando respondia ser humano sentia necessidade de justificar e os outros que disseram robô, argumentaram que ele foi programado para não errar.
Embora as IA possam ser capazes de realizar certas tarefas mais rapidamente e precisamente do que os seres humanos, há muitas atividades que requerem habilidades humanas únicas, como empatia, criatividade, resolução de problemas e o mais importante: imprevistos. Pode até ser que um dia os robôs façam isso como na ficção científica, mas hoje isso me parece longe.
Perguntei a uma arquiteta se ela acha que a IA a substituirá e ela me disse: “Eu resolvo pepino o dia todo se ela for capaz de resolver”
Perguntei a uma psicóloga e ela disse: “Não estou competindo com robô.”
Vamos analisar: as decisões tomadas por sistemas de IA são baseadas nos dados e algoritmos fornecidos a eles, o que significa que eles dependem da intervenção humana para fornecer a orientação e as diretrizes éticas adequadas.
Alguns estudiosos acreditam que em vez de substituir os seres humanos, a IA é mais provável de ser usada como uma ferramenta para ajudar os seres humanos a realizar tarefas mais eficientemente e aumentar sua capacidade de tomar decisões informadas. Vejo na medicina, na educação, na acessibilidade, em atividades repetitivas e em outras possibilidades.
Temos que prever o caos social em relação a empregabilidade. Muitos novos empregos e negócios estão surgindo, mas faltam profissionais para a área. Você sabe quantos programadores temos no mundo hoje? 3% da humanidade. Um profissional de grande importância em nosso presente e futuro.
Vejo muitas escolas no Brasil já se atentando ao assunto, mas não vejo muito interesse por parte dos alunos. Não acho que é uma questão de gostar – como diz meu amigo Tito professor de programação – programar é a nova datilografia.
É importante lembrar que a IA é uma criação humana, e o seu impacto na sociedade será determinado pelo modo como os seres humanos escolherem utilizá-la. Em vez de temer a substituição, é importante abordar os desafios e oportunidades trazidos pela tecnologia de maneira proativa, garantindo que ela seja utilizada de forma ética e responsável, e que as pessoas tenham acesso à formação e oportunidades de emprego que permitam acompanhar as mudanças na economia.
Por Leila Navarro, palestrante Internacional com foco em comportamento e motivação, empresária, startuper, mentora e conferencista. Autora de 16 livros. É uma das colunistas do RH Pra Você. O conteúdo dessa coluna representa a opinião do colunista. Site institucional. Foto: Divulgação.