Desde o início de 2022, as principais notícias divulgadas na imprensa sobre o mercado corporativo envolvem as demissões realizadas por gigantes da tecnologia e startups unicórnio, como Amazon, Olist, Meta, Microsoft, Unico e Google. Além disso, o turnover ou taxa de rotatividade alcançou níveis altíssimos, o que contribui para aumentar as incertezas tanto dos gestores quanto dos colaboradores com relação ao futuro desse segmento.

Segundo levantamento produzido pela Robert Half a partir de dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), houve um crescimento de 56% no turnover com relação ao período pré-Covid 19. Outras informações do relatório apontam que a quantidade de dispensas voluntárias no Brasil em comparação às demissões passou de 33% para 48%.

Esses dados mostram como o movimento está em ascensão no país, seja por descontentamento com a rotina de trabalho, falta de um plano de carreira, ou até mudança de emprego ou área nova.

E vale destacar que nos últimos meses o conceito do quiet quitting, ou demissão silenciosa, também cresceu e começou a se popularizar entre os colaboradores, principalmente da geração Z, que já ingressaram no mercado de trabalho com objetivos, desejos e comportamentos diferentes das gerações anteriores.

Todo esse cenário traz novos desafios para as empresas e seus líderes, que são obrigados a se apressar para acompanhar as mudanças do mercado. Além disso, a crise econômica afeta também a situação financeira das companhias, que precisam solucionar o difícil problema de retenção de talentos com um orçamento menor ao mesmo tempo em que garantem a produtividade das equipes e ainda mantém um ambiente de trabalho saudável, flexível e otimista.

De acordo com a pesquisa HR Top Priorities 2023, realizada pela consultoria Gartner, 60% dos líderes de RH enxergam a eficiência da liderança e gerenciamento como prioridade este ano, seguida do design organizacional e gestão da mudança (53%), experiência do colaborador (47%), recrutamento (46%) e futuro do trabalho (42%).

Ainda que não seja possível saber com toda certeza o que vai acontecer no universo corporativo nos próximos meses, as expectativas são de que o mercado de tecnologia continue a crescer e estimule o avanço da economia. Entretanto, independentemente disso, uma coisa é certa: esse não é o momento das lideranças se desesperarem.

É preciso ter calma, se comunicar com os times e se posicionar de maneira estratégica, levando em consideração o cenário externo, mas também entender as dores internas e o que deve ser feito para melhorar o desempenho dos negócios, a retenção de talentos e a busca por novos profissionais que agreguem de verdade.

Gustavo Caetano é CEO da Samba Tech, embaixador da Reserva e autor do best-seller “Pense Simples”. É um dos colunistas do RH Pra Você. O conteúdo dessa coluna representa a opinião do colunista. Foto: Divulgação.