Cada vez mais vejo empresários, líderes e empreendedores preocupados com questões relacionadas a governança corporativa!

O assunto ganhou espaço e isso é muito bom, mas confesso que muitos deles nem sabem ao certo o que isso significa.

E o RH pode desempenhar um papel fundamental nesse processo!

Essa é uma oportunidade para o RH atuar estrategicamente no negócio, de forma proativa, sendo um agente de estruturação da Governança, do Conselho Consultivo, sendo um influenciador, mostrando os inúmeros benefícios e “educando” sócios, acionistas, herdeiros e fundadores de negócio no tema.

De forma simples, governança corporativa é o conjunto de normas, práticas e processos que regem a gestão de uma empresa. Dentre suas atribuições, está o fato de ser a responsável por dar diretrizes e definir como as decisões são tomadas e comunicadas a todas as partes interessadas, ou seja, aos stakeholders (acionistas, colaboradores, clientes, parceiros, investidores, sociedade, dentre outros.)

Esta estrutura de governança envolve questões Legais, Regulatórias, Políticas e Procedimentos, Estrutura Organizacional, Estratégia, Performance de Resultados, Inovação, Tecnologia, Gestão de Pessoas e Talentos, Saúde Financeira, Estrutura de Capital, Riscos dentre outros.

Implementar uma Governança Corporativa traz inúmeros benefícios e pode, sim, ser algo simples e com ganhos já no curto prazo!

Alguns desses benefícios são:

  1. Melhoria da saúde financeira: A governança corporativa ajuda a empresa a gerenciar melhor seus recursos financeiros, reduzindo custos e aumentando a eficiência operacional.
  2. Redução de riscos: A governança corporativa ajuda a empresa a identificar e gerenciar melhor os riscos, reduzindo a possibilidade de perdas financeiras e danos à reputação.
  3. Acesso a recursos externos: A governança corporativa ajuda a empresa a acessar recursos externos, como investidores e financiadores, que podem contribuir para o crescimento e desenvolvimento do negócio.
  4. Melhor embasamento para tomada de Decisão: A governança corporativa promove a implementação de indicadores e maior acuracidade de números, garantindo que todas as decisões sejam tomadas de forma clara e objetiva.
  5. Melhoria da reputação: A governança corporativa ajuda a empresa a construir uma reputação sólida e confiável, o que pode atrair mais clientes, investidores e talentos.
  6. Inovação e tecnologia: A governança corporativa promove a inovação e a adoção de tecnologias avançadas, o que pode ajudar a empresa a se manter competitiva no mercado.
  7. Desenvolvimento de lideranças: A governança corporativa ajuda a desenvolver lideranças mais eficazes e comprometidas com os objetivos da empresa.

Uma outra forma do RH mostrar a importância do tema é quando a empresa sofre alguma “pressão externa” como por exemplo:

  • A iminência de uma autuação ou multa pelo não cumprimento de regras regulatórias (na maioria das vezes pelo desconhecimento de obrigações legais);
  • A dificuldade perante bancos e instituições financeiras na hora de obter uma linha de crédito ou financiamento;
  • Perda de uma certificação importante que o impede de fazer negócios com certos clientes ou parceiros;

Situações como essas relatadas acima podem ser usadas como gatilhos para esse passo inicial.

O importante é começar o diálogo, desmistificar o tema e principalmente, entender quais são os receios que esse acionista / fundador tem! Muitos acham que Governança vai tirar seu “poder”, engessar suas decisões, burocratizar o negócio ou até mesmo desviar o foco das pessoas e do uso de recursos.

Pela minha experiência, os 5 maiores receios desses acionistas / empresários são:

  1. Perda de controle: Um dos principais receios dos fundadores é a perda de controle sobre a empresa. Eles podem temer que a implementação de práticas de governança possa limitar sua capacidade de tomar decisões e controlar o negócio.
  2. Custos: A implementação envolve custos sim, como a contratação de consultores, conselheiros e a criação de toda a dinâmica de governança. Fundadores costumam se preocupar com isso.
  3. Complexidade: A implementação de práticas de governança corporativa é um processo que envolve por exemplo a criação de políticas e procedimentos novos, a mudança da cultura organizacional etc. É comum fundadores temerem que tais iniciativas afetem a eficiência operacional da empresa.
  4. Conflitos familiares: O temor de que a implementação de práticas de governança corporativa possa gerar conflitos entre os membros da família, especialmente em relação à sucessão e à distribuição de poder assombra muitos fundadores.

Enfim, ter uma Governança passa por quebrar certos dogmas, uma vez que, como já dito anteriormente, há uma visão distorcida a respeito. E é aí que o RH pode e deve atuar demonstrando que com uma Governança Corporativa a empresa se tornará mais forte, que as decisões serão mais conscientes, estratégicas, ágeis e de melhor qualidade!

Mostrar que ter um Conselho Consultivo, “força” a empresa ter uma agenda estratégica e não apenas operacional e que ainda por cima aloca novos conhecimentos e experiência para o negócio.

Mas e para você? O que pensa a respeito? Assumir essa bandeira é algo que a área de RH está disposta a levantar?

Sucesso e até breve!

Por Milton Camargo, sócio co-fundador do Grupo Empreenda, consultor, conselheiro e palestrante de várias empresas da lista das “Maiores e Melhores” do Brasil. É um dos colunistas do RH Pra Você. Foto: Divulgação. O conteúdo dessa coluna representa a opinião do colunista.