“O futuro a Deus pertence”, um versículo da bíblia e que nos sinaliza a incerteza do que está porvir em qualquer contexto. Sabemos sobre o passado, o nosso passado, pois nele estivemos todo o tempo, desde que passamos a existir. Do presente temos consciência pois estamos exatamente no espaço e no tempo desse momento, mas o futuro é sempre um mistério.
Quem imaginaria que teríamos em 2020 uma pandemia que mudaria todo o comportamento mundial, trazendo transformações na economia, na política, nos costumes, nos comportamentos de um modo geral das pessoas. Como consequência, também, transformações conjunturais, destinação de verbas, quebra de inúmeras empresas, desemprego se avolumando, novos comportamentos; para muitos uma maior proximidade familiar e suas respectivas consequências, para outros trabalho home office, exigindo um outro padrão de responsabilidade e comprometimento relacionado ao trabalho.
Quem poderia imaginar Donald Trump com todo o seu poderio e máquina da maior potência do mundo perdendo a eleição e o cargo de presidente dos Estados Unidos? Quem poderia pensar na morte do “Louro José”, interpretado por Tom Veiga e que ganhou notoriedade e destaque pós morte?
O que podemos fazer, aliás, o que fazem os futuristas, ou seja, quem estuda e faz projeções possíveis e factíveis a partir de tendências e estudos em todos os sentidos, é, em conformidade com nosso pessimismo ou otimismo, imaginar como será ou como seria o futuro ideal para nós mesmos e para os nossos descendentes.
Ao verificar essas tendências, podemos pressupor a continuidade do avanço da tecnologia em todos os setores de desenvolvimento possíveis, na eletrônica, nas ciências, na robótica, na inteligência artificial, no bando digital, na biotecnologia, no aprendizado profundo, no sequenciamento de DNA, na fabricação aditiva, no campo das energias, no big data biológico, nos “supergrids”, entre outros.
Juntando-se a esses avanços da tecnologia, a globalização mais e mais aproxima nações, hábitos, costumes, compartilhamentos de informações, interferindo diretamente na atividade do trabalho humano.
As interferências observadas nos últimos anos no mundo corporativo e do trabalho em geral, sinalizam verdadeiras transformações nas estruturas até então adotadas, tais como o avanço do home office, gerando benefícios para as empresas que tiveram muitos dos seus custos reduzidos e para os colaboradores, uma nova tendência de produzirem em suas, a partir dos sistemas e metodologias utilizadas pelas organizações. Muita gente ficou desempregada, além do número imenso de pessoas sem trabalho, muitas empresas não suportaram as dificuldades e tiveram que cerrar suas portas.
Nesse cenário, embora o futuro seja incerto, podemos entender algumas tendências, o que nos faz pensar de que formas nossos filhos poderão estar melhor preparados para atuarem proativamente para aproveitarem as oportunidades que poderão surgir.
Algumas possibilidades que merecem atenção:
– Cada vez mais teremos acesso a informações, além das propiciadas hoje sobremaneira pela mídia digital. A grande dificuldade não será o acesso, mas a seleção das informações pertinentes às pretensões desejadas.
– Há muitas vagas, mas não se encontram pessoas devidamente preparadas para essas oportunidades. Um bom conselho seria pesquisar quais são essas especializações tão disputadas e que tipo de formação seria necessário para concorrer a essas vagas.
– Os novos tempos sinalizam a necessidade de aprendermos continuamente. Não mais serão suficientes um curso universitário, pós graduação, falar um dois ou três idiomas. A mudança de mindset é mais profunda, tendem a exigir um pensar novo, fora dos parâmetros tradicionais.
– A longevidade, consequência dos avanços no campo da saúde e da medicina tendem a gerar pessoa produtivas dos 22 aos 90 anos e não mais apenas dos 22 aos 55 anos, ou seja, teremos muito mais pessoas disputando as mesmas oportunidades de trabalho.
– Novas habilidades tenderão a fazer parte do cotidiano das pessoas, desde uma nova concepção de conhecimentos e sabedoria, impulsionando aprendizados, desaprender e novos aprenderes em uma nova concepção e outra realidade, considerando física quântica, uma nova frequência de pensamentos e de utilização do nosso cérebro e das glândulas, devidamente estimuladas para gerar substâncias geradoras de emoções e sensações.
– A flexibilidade, a adaptabilidade, saber cada vez mais lidar com as diferenças tendem a fazer parte de um futuro que se avizinha. Também a criatividade e inovação cada vez mais deverão fazer parte da dinâmica de trabalho, estimulando a capacidade de reinventar no meio de turbulências.
– Outro fator importante, como sinalizações, tem sido a do autoconhecimento, no qual cada um assume o papel de conhecer mais profundamente a si mesmo, tais como os apontados nos estudos da inteligência emocional, geradora do autocontrole, percepção das qualidades e trazê-las à consciência e a percepção dos gaps para o devido e necessário investimento para a superação dos próprios limites.
A comunicação como um todo, permeia todas as relações passa a ter sua relevada importância, pois de nada adianta haver tanto potencial se não é devidamente utilizado em prol da performance e do poder de influência sobre outras pessoas em situações de liderança, vendas, negociações, apresentações, atendimento a clientes, debates, reuniões etc.
– “Learning by doing” tem sido muito citado, ou seja, aprender fazendo, mesmo porque muito do trabalho futuro será incerto e criado no contexto do próprio fazimento, no qual não há receitas prontas nem manuais de instrução. Uma certa ousadia, mesmo correndo riscos de insucessos farão parte desse novo futuro.
Por fim, um dos itens mais citados em estudos de futuro, sinalizam a necessidade de um aprendizado contínuo, o famoso “lifelong learning”, mostrando que aqueles que pararam de estudar e de aprender perderão a oportunidade de concorrer e assumir as melhores oportunidades de trabalho que o mercado futuro oferecerá.
Lembremos sempre que nada substituirá as emoções humanas e não é diante de uma fase de mudanças que saberemos todas as respostas, mas uma nova fase de adaptações e preparação para um mundo melhor, quem sabe, para as futuras gerações. Há um futuro próximo, mas isso é praticamente insignificante diante da história da humanidade e do nosso planeta.
Reinaldo Passadori, Professor de Oratória e Escritor, Mentor, fundador e CEO da Passadori Comunicação, Liderança e Negociação. Adaptação do seu livro ‘Quem Não Comunica Não Lidera’ – Ed. Passadori. É um dos colunista do RH Pra Você. O conteúdo dessa coluna representa a opinião do colunista. Foto: Divulgação.