O tempo como fator-chave para compreender o desemprego no Brasil. No país, três a cada 10 pessoas que procuram trabalho estão há mais de dois anos sem emprego. Por outro lado, as empresas têm gastado cada vez mais tempo e dinheiro na contratação de talentos. Como fechar essa equação?

Apesar de ter atingido seu menor nível nos últimos oitos anos, conforme revelou a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de agosto de 2023, o desemprego segue sendo uma realidade preocupante para grande parte da população do Brasil, em especial a de baixa renda.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam uma taxa de desocupação de 7,8%, o que se traduz em 8,6 milhões de pessoas em busca de trabalho no país.

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A maioria dos desempregados pertence à classe C e, em média, está afastada do mercado de trabalho formal há cerca de dois anos ou mais. A situação é agravada pelo fato de que cerca de 4,3 milhões de pessoas desistiram de procurar emprego após tentativas infrutíferas, tornando-se “desalentados” conforme a classificação do IBGE. Esse segmento nem chega a ser contabilizado nas taxas de desemprego no Brasil, o que contribui para mascarar a realidade de milhões de pessoas no país.

Frente às estatísticas recentes, podemos perceber que quanto mais tempo um trabalhador passa desempregado, seja buscando uma vaga ou desalentado, mais difícil se torna a sua recolocação no mercado de trabalho.

A questão temporal também figura enquanto um impeditivo a quem está começando a vida profissional, tendo em vista que 30% dos desempregados no Brasil têm entre 18 e 24 anos, faixa etária em que muitos dos indivíduos estão em busca do primeiro emprego e esbarram na falta de experiência.

Na outra ponta da equação, o tempo pesa para as empresas, que comprometem, em média, 52,5 horas e R$ 2.404,63 para preencher cada vaga disponível em seu sistema, segundo a Reachr.

Aprimorando dados

Encontrar o candidato ideal torna-se, cada vez mais, uma tarefa árdua, dada a grande quantidade de pessoas que se candidatam a uma vaga e a busca latente das companhias pela redução da taxa de turnover. Isso implica em um gasto significativo de tempo por parte dos recrutadores, atrasando o processo de seleção.

O tempo que se passa na fila de espera em busca de vagas de trabalho se soma ao tempo de análise de perfis desprendido em busca do candidato ideal, criando abismos entre talentos e empresas contratantes.

Esse problema cresce de modo evidente a cada dia e é preciso que as organizações estejam cientes sobre a sua existência e sobre a sua necessidade de superação, para que o país possa se desenvolver e evitar fenômenos como o Apagão Tecnológico que temos testemunhado e o crescimento no número de desalentados no país que, só em 2022, cresceu mais de 7%.

O tempo como fator-chave para compreender o desemprego

Por Rafael Pinho, CEO da Refuturiza, ecossistema pioneiro em unir empregabilidade à educação e cujas soluções são focadas na população brasileira de classes C e D. 

 

 

Ouça o episódio 155 do RH Pra Você Cast, “O impacto da Geração Z nas relações de trabalho“. Pela primeira vez, quatro gerações dividem o mesmo ambiente de trabalho no mundo corporativo. Uma delas, a Geração Z, tem trazido diversas transformações e reflexões ao mercado de trabalho. Mas será que as empresas, líderes e RH conseguem entender o que esses jovens buscam e almejam para suas carreiras? O que tudo isso exige de revisão por parte da gestão de pessoas e como se tornar um “parceiro estratégico” desses profissionais? No episódio de hoje, conversamos com a doutora especialista em Geração Z, Thaís Giuliani, também consultora, mentora, escritora e criadora da Geração Zimago. Acompanhe:

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