A equidade de gênero é uma tendência que vem conquistando o mundo inteiro através de resultados obtidos por uma liderança feminina. Mas sabemos que, apesar de diversas organizações implementarem as condições e ações necessárias, hoje vivemos numa sociedade que tem como base uma “estrutura desigual”.

Quando avaliamos a quantidade de mulheres nas empresas listadas na Fortune 500, 2021, temos um número recorde. Mesmo assim, estamos falando de apenas 8,2%, ou seja, 41 mulheres ocupando a cadeira número 1 de CEO. Esse cenário não muda muito no Brasil. Quando a DDI (Development Dimensions International) apontou em 2020 em seu estudo sobre busca de executivos que somente 50% das empresas, consideraram incluir uma mulher no processo de contratação de um CEO, vemos um viés cultural que se mantém muito atual e gera as distorções que encontramos hoje refletidas também nos Conselhos.

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Em outro estudo da KPMG – Global Female Leaders, para 45% das CEOs entrevistadas o tema diversidade é prioritário na agenda dos stakeholders, que inclui o Conselho. Temos aqui 3 elementos destacados na pesquisa, como importantes para ancorar o sucesso dessas profissionais:

  1. Network Pessoal,
  2. Forte Habilidade em Comunicação e
  3. Apoio de um Mentor ou Chefe atual.

Essas habilidades transformadas em hábitos, também são temas no Livro de Sally Helgesen e Marshall Goldsmith, professores em Harvard, lançado no Brasil em 2020 sob o título: “Como as Mulheres Chegam ao Topo”.

Quando trazemos essa realidade para o mercado de Tecnologia, hoje o IBGE aponta que temos no quadro total de colaboradoras apenas 20% de mulheres, quando vamos para o C-Level e alta liderança, os números não ultrapassam 6%. Já no mercado de Startups, as empresas fundadas por mulheres hoje no Brasil são 4,5%. Já as que recebem investimentos de Venture Capital e Fundos em rodadas de investimentos são, segundo o estudo liderado pela Distrito, B23Mamy e Endeavor. Um resultado alarmante!

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Mas acreditamos que, apesar desse pequeno percentual em cargos de liderança, que também é refletido nos Conselhos, o caminho ainda é longo para alcançarmos a representatividade que desejamos nos negócios, como reflexo de uma sociedade ligada à agenda ESG, trazendo o tema como prioridade para as pautas de CEOs e Conselhos.

Vários estudos, incluindo o da McKinsey Global Institute, além do Fórum Econômico Mundial e OIT, apontam que o avanço da igualdade de gênero poderia adicionar US$ 12 trilhões à economia global até 2025 ou cerca de 14% do PIB global de 2019. Em 2014, os líderes do G20 se comprometeram a reduzir em 25% a diferença nas taxas de participação entre homens e mulheres até 2025.

O relatório da OIT estima que, se esse objetivo fosse alcançado em nível global, ele teria o potencial de adicionar US$ 5,8 trilhões à economia global, além de gerar grandes receitas fiscais em potencial.

No Brasil, o efeito seria um aumento de até R$ 382 bilhões, ou 3,3% no PIB, e um acréscimo de até R$ 131 bilhões em receita tributária, esse é um dos impactos de mais mulheres com o poder de decisão. Essa é uma forma clara de medir o impacto de mais mulheres na liderança e em cadeiras em Conselhos.

Não há como falar em inovação sem aprendizagem constante e por isso a Associação dos Conselheiros TrendsInnovation do Brasil tem uma trilha de LifeLong Learning. Ela promove eventos que oferecem as melhores ferramentas e tendências do mercado de curto, médio e longo prazo a seus associados. Nosso objetivo é pensar e preparar empresas para continuarem competitivas, inclusivas e rentáveis daqui a 30, 70, 100 anos, passando pelos desafios do mundo ágil que nos coloca a prova a cada poucos meses, “pivotando” ideias, produtos e serviços para a melhor experiência de clientes, colaboradores e parceiros de negócios, dentro de ecossistemas cada vez mais competitivos.

Mulheres nos negócios e cultura de equidade

Por Tamaris Parreira, Conselheira TrendsInnovation, Certificada pela Inova Business School, tem + 28 anos no mercado de Tecnologia e Inovação. É Gerente Geral da Medallia no Brasil; Formada em Direito- Unimesp, MBA -Economia e Estratégia pela FGV, com vários cursos na área de Tecnologia, Gestão e Inovação. Mentora de startups, palestrante em eventos de Tecnologia, Universidades, Moneyweek do BTG e Certificada em Liderança Feminina pela professora e autora Sally Helgesen, sendo embaixadora do livro “Como as Mulheres Chegam ao Topo” no Brasil. E tem como desafio, através da tecnologia, fazer com que as empresas sejam amadas pelos seus clientes e colaboradores.

Ouça também o PodCast RHPraVocê Cast, episódio 96 – case de RH, “Da teoria à prática: como a GSK Brasil abraça a equidade?” com Cintia Magno, Diretora de RH da GSK. Clique no app abaixo:

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