Ir além da CLT abre oportunidades de trabalho para profissionais maduros e para empresas

O mercado de trabalho no Brasil sofre com regulações que ainda não o tornaram nem justo nem inclusivo de fato, o que dificulta a situação para quem já passou dos 45 anos e tenta uma recolocação.

Esse cenário somado ao aumento da longevidade dos brasileiros têm pressionado o mercado de trabalho para buscar alternativas e absorver essa força de trabalho 45+ que vem crescendo no país.

Segundo o site Longevidade, a cada 21 segundos nasce mais um brasileiro 50+. De acordo com dados do IBGE, o país contabiliza 28 milhões de pessoas acima de 60 anos, número que representa 13% da população do país.

Esse número deve dobrar nas próximas décadas. A expectativa é que em 2043, um quarto da população deverá ter mais de 60 anos, enquanto a proporção de jovens até 14 anos será de apenas 16,3%.


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Viver mais também tem feito os profissionais com mais de 50 anos aumentarem suas trajetórias no mercado de trabalho. A taxa de desemprego nessa faixa etária chegou ao seu nível mais alto em 2020, quando ultrapassou 7% pela primeira vez desde 2012. De 2019 até o fim de 2020, mais de 400 mil brasileiros acima de 50 anos ficaram sem emprego (IBGE).

Entendendo que os profissionais devem ser contratados por seus talentos e não por suas deficiências, idade, religião etc., como o mercado poderá abrir espaço para profissionais maduros e qualificados?

Os profissionais 45+ precisam reconhecer e se lançar em novas formas de empregabilidade, além da CLT. As empresas, em especial as médias, podem e têm muito a ganhar com essa iniciativa.

Superar a CLT e receber pelo tempo dedicado em horas por semana permite a esse profissional ser empreendedor de sua própria carreira, utilizar sua experiência e conhecimento tácito, renunciando à jornada integral e proporcionando a empresas de menor porte um profissional de alto nível.

Esse profissional ainda terá horas livres na sua agenda semanal para negociar sua força de trabalho com outros clientes em um planejamento que contemple boa remuneração financeira com qualidade de vida.

As pequenas e médias empresas (PMEs) representam 99% dos negócios brasileiros (6,4 milhões de estabelecimentos), têm participação de 30% no PIB nacional – conforme dados do Portal do Empreendedor (Governo Federal).

Elas são as que mais poderão se beneficiar desse modelo de prestação de serviço para ampliar seus negócios, torná-los mais rentáveis e inovadores.

O disruptivo modelo permite que empresas pequenas e médias contem com a colaboração de ex-CEOs, ex-CFOs, ex-diretores, entre tantos outros cargos estratégicos, que passam a integrar seus quadros de colaboradores.

Os profissionais maduros estão no mercado e dispostos a continuar produzindo, com todo conhecimento trazido de anos de experiências em grandes empresas por um valor de remuneração que cabe no bolso de médias e pequenas empresas, já que a dedicação não será integral.

Essa é uma boa alternativa para aquele profissional com largo conhecimento e que as empresas maiores desperdiçam. Até aqui, talvez o único caminho para eles continuarem atuantes era o do empreendedorismo, mas nem sempre eles têm disposição e talento necessários para esse modelo de negócio.

Quebrar as barreiras do preconceito ajuda esse profissional a trocar a meta da empresa por uma meta pessoal.

Além das mudanças na legislação da aposentadoria, que prolongou o tempo de trabalho, as empresas vão precisar dos conhecimentos do profissional sênior, pois assim que a economia voltar a aquecer não haverá profissionais jovens suficientes para atender às demandas de contratação.

A empresa que contrata profissionais com idade acima de 45 anos têm a oportunidade de vivenciar a experiência de somar gerações diferentes em um mesmo ambiente de trabalho. Isso a torna mais inovadora, mais inclusiva.

O estudo “Envelhecimento nas Organizações: práticas de diversidade etária como estratégia de inovação” publicado em dissertação de mestrado pela FGV aponta que empresas que investem na diversidade de suas equipes tendem a ter performances financeiras superiores àquelas que nada investem neste tema. O conceito de inovação vem da criatividade e o ambiente diverso e muito mais favorável.

A verdade é que a inclusão é não deixar ninguém de fora.

Agir contra atitudes opressoras é derrubar as barreiras que impedem o direito de qualquer pessoa aprender, trabalhar e buscar conhecimento quando, onde e como ela quiser. Às empresas cabe refletir sobre como o envelhecimento da população vai impactar seus negócios.

A velhice é para ser celebrada.

Sempre!

Porque ela representa uma juventude que deu certo!

Profissionais maduros: Ir além da CLT abre oportunidades de trabalho

Por Juliana Ramalho, CEO da Talento Sênior que atua na inclusão de profissionais 45+ no mercado de trabalho. É taqmbém COO (Chief Operating Officer) e sócia-fundadora do Grupo Talento Incluir, um ecossistema de soluções focadas na Diversidade e Inclusão, pioneiro no Brasil, entre elas a Talento Sênior. É responsável por inovação, tecnologia e expansão internacional. Coordena ainda a UinHub, o primeiro marketplace voltado às pessoas com deficiência.

Ouça o PodCast RHPraVocê, episódio 76, “Como pavimentar a inclusão e o desenvolvimento de profissionais 50+” com Fran Winandy, Autora do Livro ” Etarismo, um novo nome para um velho preconceito“. Apaixonada pela evolução das pessoas. Palestrante e Consultora em Diversidade Etária e Etarismo. Transição de Carreira. Clique no app abaixo:

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