Os desafios enfrentados no âmbito da saúde suplementar têm se intensificado, impactando não apenas os beneficiários individuais, mas também empresas, o sistema público de saúde e as próprias operadoras de saúde.

Observamos uma série de dificuldades, desde cancelamentos unilaterais de segurados por parte das operadoras até o aumento expressivo dos custos das mensalidades, passando pela redução da rede credenciada e pelas barreiras de acesso a hospitais, consultas médicas e exames. Essa conjuntura é agravada pela recorrência de epidemias, como dengue, gripes e os casos de covid-19.

No entanto, é reconhecível o esforço das operadoras em buscar um modelo de negócio sustentável, enfrentando a inflação médica e combatendo as fraudes, o que implica na implementação de políticas mais rigorosas de governança e compliance para proteger a integridade dos dados em toda a cadeia. Além disso, a incorporação de novas tecnologias aos procedimentos médicos também é uma estratégia adotada, embora possa contribuir para um aumento na judicialização.

Focando agora nas empresas e em seus programas de benefícios, os planos de saúde representam o segundo maior custo após a folha de pagamento. Previsões indicam que os planos empresariais podem ter um aumento de até 25% este ano, superando em cinco vezes o IPCA até 2025 e afetando financeiramente mais de 41 milhões de beneficiários.

No entanto, a decisão de cortar esse benefício pode acarretar consequências significativas, como a dificuldade na atração e retenção de talentos, aumento do absenteísmo e afastamentos, e, principalmente, a diminuição da qualidade de vida no ambiente de trabalho.

Diante desse cenário desafiador, muitas empresas têm buscado equilibrar suas despesas com saúde, adotando medidas como o aumento da coparticipação, intensificação das campanhas internas de conscientização sobre o uso adequado do plano de saúde e a implementação de programas de promoção da saúde e prevenção de doenças. Essas ações visam não apenas educar e informar os colaboradores, mas também garantir um ambiente de trabalho saudável e produtivo, preservando o bem-estar de todos os envolvidos.

A Gestão de Saúde Corporativa na prática

Para além dos programas de saúde personalizados que, seguramente, contribuem com a promoção da saúde e prevenção de doenças ocupacionais por meio de diversas ferramentas, como o diagnóstico do perfil populacional, a gestão de saúde corporativa também deve atuar junto ao RH, fazendo a ponte com as seguradoras e operadoras de saúde para dar celeridade a processos de internação, remoção de pacientes com casos de maior complexidade, emergências e urgências.

Outra iniciativa é o mapeamento constante de cada empresa para identificar aumento de sinistralidade e situações em que os custos podem ser minimizados. Uma gestão ativa torna possível alcançar uma redução nos custos de saúde de até 12%.

O que fica de contribuição para o RH e para as empresas que contam com uma gestão de saúde corporativa proativa é a memória de uma parceria verdadeira, de um apoio prático com resolutividade clínica, que impacta não só na contenção e redução de custos, mas opera nos indicadores de recursos humanos, epidemiológicos, comportamentais e de utilização dos planos de saúde.

A Gestão de Saúde Corporativa está cumprindo o seu papel?

Por Celiano Amorim, vice-presidente de Benefícios, Saúde & Pessoas da Conduta Plus Consultoria de Seguros e médico com especialização em Pediatria pela USP. Especialista em gestão de saúde corporativa, atenção à saúde e relacionamento, perícia médica e regulação de urgência.

 

Ouça o episódio 136 do RH Pra Você Cast, “De benefício a plataforma de bem-estar: o salto do Gympass”. Três vezes maior: esse foi o salto do Gympass do período pré-pandêmico para os dias de hoje. A pandemia, iniciada em 2020, resultou no fechamento de todas as academias do Brasil por alguns meses. Com isso, a empresa precisou se reinventar e o benefício de saúde física se transformou em uma plataforma de bem-estar. O resultado dessa jornada já contamos ali no início. E um parceiro muito próximo durante todo o processo foi o RH. Neste episódio, Priscila Siqueira, líder do Gympass no Brasil, contou um pouco sobre a sua carreira; o crescimento da empresa; a relação com o RH e a importância de ser (e promover) uma liderança feminina. Acompanhe!

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Capa: Depositphotos