O modelo short week já é uma realidade em alguns países, como nos Estados Unidos e em Portugal. A semana de quatro dias de trabalho também é testada por algumas companhias no Brasil e tem como principal objetivo menos trabalho e mais produtividade.

Uma pesquisa da 4 Day Week Global feita com nações que já implementaram o regime em cena mostra que as empresas apresentaram redução de 68% no esgotamento dos funcionários, 54% de aumento na capacidade para o trabalho, 42% de queda nas demissões de funcionários e 36% de aumento da receita na comparação com anos anteriores.

Diante disso, será mesmo que o formato se consagraria também o melhor caminho em território brasileiro?

Apesar dos benefícios apresentados pela pesquisa, é necessário analisar alguns pontos. O primeiro deles é que o Brasil tem a maior carga tributária do mundo e o maior encargo para empresários. Em outros países, funcionários ganham por horas trabalhadas.

Aqui, paga-se por mês, o que reduz a produtividade dos colaboradores. Outro ponto a ser levado em consideração é que existe a falsa impressão de que as pessoas seriam mais felizes.

Avaliando a legislação brasileira, não existe impedimento legal para a adoção da semana de quatro dias. Segundo a norma, existe o teto de 44 horas semanais trabalhadas, mas, caso o empregador queira oferecer menos, é possível.

Porém, é preciso ter atenção a esse quesito, já que o valor das horas trabalhadas precisa ser o mesmo para todos os colaboradores. Também é necessário manter os valores pagos do 13º e das férias remuneradas, sem ocasionar prejuízos ao trabalhador.

Vamos pensar juntos?

Imagine que você é dono de um posto de combustíveis. Aderindo ao formato, terá que contratar mais funcionários nos dias em que alguns colaboradores estarão de folga. O mesmo vale para uma loja em um shopping que precisa ter funcionários todos os dias.

Com o modelo short week, o empresário terá que aumentar a sua equipe em quase 25% para compensar a ausência de colaboradores. Ou seja, adotar o formato pode representar um desfalque caso a empresa não esteja preparada.

Assim, a semana de quatro dias é completamente inviável para o Brasil. O modelo só seria possível se as leis trabalhistas fossem alteradas, reduzindo o custo do empregador com funcionários. No entanto, a tendência de elevar os gastos para manter e até mesmo aumentar o número de colaboradores inviabiliza o formato no país.

Por que a semana de 4 dias não daria certo no Brasil?Por Marcos Freitas, palestrante, escritor best-seller e fundador do Grupo Seja AP.

 

 

Ouça o episódio 170 do RH Pra Você Cast, “Funcionários ‘boomerang’: Você contrataria?“. De acordo com um estudo realizado pela Robert Walters, 71% dos profissionais entrevistados estão abertos para voltar a um de seus antigos empregos. Outro levantamento, este realizado pela UKG, identificou que pouco mais de 4 a cada 10 pessoas que se demitiram na pandemia (43%) estavam melhor em seu antigo trabalho do que no atual. O movimento de colaboradores que sai de um emprego para futuramente retornar é chamado de “bumerangue”. Por sinal, é um fenômeno bastante comum em empresas brasileiras. Contudo, o quão bem aceito – ou não – é este movimento pelo mercado? Há prós e contras? As empresas são abertas a esse retorno? Para entender melhor como os empregadores enxergam os funcionários bumerangue e como isso pode impactar a carreira, falamos com Bruno Martins, Senior Manager do escritório de São Paulo da Robert Walters.

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Capa: Depositphotos