Jornada semanal de 4 dias de trabalho: sonho distante ou realidade próxima?
Alguns países do mundo começaram a testar a semana de trabalho de 4 dias para entender o que acontece quando implantamos essa grande mudança na rotina das empresas.
Em março de 2018, a Perpetual Guardian, empresa de planejamento imobiliário na Nova Zelândia, iniciou um teste de 8 semanas para a jornada de 4 dias de trabalho para seus 240 colaboradores. Uma grande revolução, já que desde 1935 a OIT estabeleceu a jornada de trabalho semanal de 40 horas, 8h em 5 dias da semana.
Neste teste, a Perpetual Guardian juntou-se com universidades da Nova Zelândia para medir os resultados e estes foram impressionantes. Após 8 semanas de teste, o nível de stress reduziu 7pp, aumento de 24pp na qualidade de vida, além de aumento na motivação, engajamento e produtividade.
Melhor impossível.
A Islândia também realizou um teste com mais de 2.500 colaboradores entre 2015 e 2019 e os resultados também foram um sucesso: manutenção ou aumento de produtividade. Com isso, o país tornou-se pioneiro na revisão da jornada de trabalho, impactando já 86% da força de trabalho.
Em um momento global de ‘Grande Resignação‘, com a saída de milhões de colaboradores de seus trabalhos, a jornada reduzida de 4 dias por semana parece um caminho lógico. 63% das pessoas, segundo a pesquisa da Perpetual Guardian com as universidades, acreditam que se torna mais fácil atrair e reter talentos desta forma.
De fato, se olharmos para os millennials é mais importante qualidade de vida (75%) do que salários e benefícios (59,4%), segundo o Employment and Employability Institute. E para Gen Z, qualidade de vida, autonomia e flexibilidade são ainda mais importantes:
- 19,6% querem sempre viajar e ter férias permanentes (isso existe? rs) vs 15,5% ter cargos importantes, segundo pergunta ‘O que é sucesso para Gen Z?‘ na pesquisa do Google Consumer Survey (2019).
Podemos concordar ou não com esses dados, acharmos que eles são ilusórios, principalmente se somos baby boomers ou geração X. Mas eles são reais e representam essa nova geração. Ou seja, não podem ser ignorados simplesmente porque não concordamos.
O mundo mudou, somos 4 gerações trabalhando, vivemos em um mundo BANI, pós-pandemia e estamos refletindo mais sobre a vida, trabalho, sentido, significado de tudo isso. É um mundo que não se aceita mais as coisas porque simplesmente sempre foram assim.
Então, nós como líderes, empresários, executivos temos que começar a debater esses temas e não colocá-los embaixo do tapete. Mudanças vão acontecer. Resta-nos a escolha de usarmos-as a nosso favor ou sofrermos com as mudanças e suas consequências.
Por Renata Rivetti, diretora da Reconnect Happiness at Work, empresa especialista em felicidade corporativa e liderança positiva.
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