Um artigo publicado sobre startup recentemente por um grande player do mercado de investimento em startups, mostrou que o jogo virou e os investidores “se cansaram” de um burn rate tão esticado, o mundo dos unicórnios vem desabando.

Comparo esse momento com o estouro da bolha da internet, onde o furor de capital fácil era alto e a preocupação por resultados advindos dos gestores sites era zero ou negativo, até o momento que os investidores começaram a perguntar, “cadê o resultado financeiro positivo do investimento?“.

Esse foi um dos principais motivos senão o principal do estouro da bolha.

Metas ousadas e sem um ponto de flexão não claramente definido, somado a falta de um olhar cético e racional formam os pontos da equação que explodiram o mercado.

Só ficaram realmente aqueles que estavam preparados e focados em seguir em frente e com planos financeiros definidos e estruturados.

O que estamos vendo no mercado de startups tem o mesmo diagnóstico. Estive conversando com um grande gestor de fundo sobre o tema e entendemos que agora vamos ver a separação entre: os aventureiros, desesperados, “adolescentes” e os profissionais, estes últimos falamos sobre os gestores que se preparam e/ou estão se preparando para seguir mar adentro com seus negócios.

O fato real é que os investidores não estão olhando para “valuation“, mas sim para o business e para o empreendedor, e perguntando:

  • Quem vai pagar por isso?
  • Qual o tamanho da avenida de oportunidade do negócio?
  • Qual a grande sacada do seu negócio?
  • Se você é o máximo, porque ninguém ainda investiu?

A regra do mercado de startups mudou, os grandes fundos estão tentando passar suas posições de investimento a todo custo para outros fundos, a chacoalhada que as grandes startups estão levando, vai gerar muita mudança no mercado por um bom tempo.

Desde o ano passado os investidores estão, nas rodadas de investimento, questionando o business e o poder de entrega do empreendedor, agora viraram ainda mais a chave dificultando e qualificando os business a serem investidos olhando lucro e dinheiro em caixa, estão buscando a segurança.

A principal preocupação é a startup não ficar sem dinheiro em caixa num momento qualquer mais complicado de mercado.

Dito por outro investidor sobre o assunto, estamos deixando de investir em alguns negócios com burn rate alto, já estamos revendo nossa tese de investimento. Em nossa visão é que os fundos de investimento vão subir ainda mais a régua e as grandes rodadas de investimento se tornarão mais difíceis de acontecer.

Uma das regras que está sendo rompida é a do capital para 12 a 18 meses, essa premissa precisa ser de 24 meses e com muita consciência nos gastos. Estamos vendo startups com times muito grandes e sem uma justificativa plausível.

Concluímos também que o cenário para as startups em estágio de escala mudou também, pois as exigências aumentaram e a régua de escalabilidade seguindo a mesma linha, isso fazendo que esses negócios corrigiam suas metas e rumos do negócio.

Em nossa conclusão:

Quem nesse cenário as startups em estágio inicial, early stage como são conhecidas, tem mais chance de darem certo, por que já trabalham com a réguas justas de investimento, sem gastos desnecessários e/ou equipes gigantescas, e tem “uma preocupação” com geração de lucro e previsões mais realistas.

Outro ponto na visão dos investidores é que o momento do mercado é o olhar para valuations menores, nada de múltiplos, sim de olhar real para o business e o empreendedor, o time que compõem o negócio e sua complementaridade e o que precisa para realmente complementar, o quanto ele está preparado para entregar o que propõem.

Dito por um dos investidores, quero dar um legado ao meu dinheiro, e ganhar dinheiro com capital produtivo, aportando em gente, para gerar renda, trabalho em todos os ângulos da cadeia produtiva, impostos e desenvolvimento econômico.

Minha visão

Enquanto investir em empresas de capital aberto você tem grandes ganhos, não tem controle sobre as especulações visto os últimos movimentos do Twitter, já em startups esse fatores nada ou quase não influenciam no seu desenvolvimento e crescimento.

Entenda como analisar e saiba que não é da mesma forma que analisa investimento em ações.

O desespero dos unicórnios - o mundo desabando

Por Ricardo Voltan, Investidor anjo, empreendedor, mentor e conselheiro de negócios. Auxilia na implementação de governança em operações e no desenvolvimento de negócios. No universo de startups, é conselheiro pelo IBGC e mentor pelo Inovativa Brasil, IdeiaGov e Goldstreet Venture Capital e investidor anjo na FEA Angels e co-founder do O BOARD.

 

Para ampliar sua informação sobre o universo Startup, ouça o Podcast do RHPraVocê, episódio 68: “Por que as HR Techs são tão importantes para a transformação do RH?“ com os cofundadores da Convenia, Marcelo Furtado e Rodrigo Silveira. Confira clicando diretamente no app abaixo:

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