Desenvolvedor de software: a profissão que mais cresce no mundo
Além de movimentar negócios e expandir o desenvolvimento econômico, a Transformação Digital contribui para a construção de soluções que, até pouco tempo, despendiam muito mais de recursos. Hoje, cada vez mais empresas criam seus próprios produtos, seja para resolver uma questão interna ou para atender uma demanda de mercado. Elas querem mais agilidade, flexibilidade e segurança. Querem poupar tempo, diminuir custos e se destacar da concorrência. É por isso que os profissionais de tecnologia estão cada vez mais requisitados.
A área de TI não é mais um setor à parte, responsável apenas por “responder tickets”. É uma cabeça pensante que participa ativamente do negócio, contribuindo para a estratégia ao lado dos demais departamentos. Esta mudança de mentalidade somada à digitalização de empresas de todos os segmentos acarretou numa explosão de oportunidades para desenvolvedores.
Entre 2014 e 2018, por exemplo, o número de colaboradores atuando nas equipes de TI passou de 310 mil para 365 mil, segundo o relatório Tech Report 2020. A estimativa é que, até 2024, cerca de 300 mil vagas na área de tecnologia estejam disponíveis. Esses números são um reflexo do crescimento do setor no Brasil. Atualmente, somos o maior mercado de tecnologia da América Latina e a área de TI expandiu 5,5% em 2020, faturando U$344,68 milhões, de acordo com dados do IDC. Esse montante representa cerca de 3% do PIB brasileiro.
Os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais são os três com maior quantidade de empresas de tecnologia. Mas, quando o assunto é faturamento, o ranking é outro: São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul têm o melhor desempenho, somando quantias de R$115 bilhões, R$21,2 bilhões e R$18,7 bilhões respectivamente.
Esses resultados são incríveis! Fico muito animado ao saber que o ramo no qual dedico 23 anos da minha vida está crescendo e prosperando. Mas, algo me preocupa nessa história: como vamos abastecer essa demanda?
Embora o Brasil tenha 14 milhões de desempregados no momento, a área de tecnologia (e muitas outras) está sofrendo uma espécie de “apagão de mão de obra”, ou seja, o número de vagas em aberto é muito maior que o número de profissionais capacitados disponíveis para preenchê-las. Isso quer dizer que, provavelmente, sua empresa está disputando desenvolvedores com muitas outras. E se não está disputando, irá disputar em breve.
Então, o que fazer para encontrar e reter talentos?
Acredito que um primeiro passo seja ter objetivos muito claros e visão estratégica. Uma empresa que sabe exatamente qual é seu propósito, sua visão e seus valores tem uma cultura forte, o que é muito importante para que exista uma “cola” entre ela e os colaboradores. Quando essas duas partes compartilham dos mesmos ideais, as atividades do dia a dia se tornam mais fluidas, há mais motivação e temos mais chances de atingir as metas.
Por isso, eu diria que o segundo ponto é valorizar as pessoas. Sabemos que o potencial criativo e inovador de uma empresa não está nas ferramentas ou metodologias que ela utiliza, mas nas pessoas. Portanto, além de promover um ambiente seguro, onde o respeito mútuo prevalece, proporcionar treinamentos e incentivar a troca de ideias contribui para a retenção de talentos.
Muitas empresas de tecnologia não exigem formação acadêmica, mas esperam que seus desenvolvedores dominem tanto habilidades técnicas quanto habilidades comportamentais, como criatividade, gestão de tempo, trabalho em equipe e empatia. Contudo, não podemos esperar que todos venham com essa bagagem. As empresas podem contribuir para a capacitação destes profissionais, em especial os juniores, para que se tornem cada vez mais aptos a atuar no mercado.
Por fim, outra forma de encontrar e reter talentos é a partir da cocriação, ou seja, do desenvolvimento de soluções em conjunto com outras empresas, instituições de estudo e até mesmo com a comunidade em geral. Dessa maneira, construímos um ecossistema de inovação que tem como objetivo gerar valor, formar novas parcerias de negócio e fortalecer o networking.
Por Manoel Souza, Co-fundador e CEO da ateliware. Formado em Engenharia da Computação pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná, também teve passagens profissionais pela TOTVS, Atlas Indústria e Siemens. Também é co-fundador da minestore, uma plataforma SaaS de e-commerce, spin-off usada em mais de 150 países por marcas líderes como Accenture, Visa, GE, Volvo, AB InBev e Telefônica.
Ouça também o RHPraVocê Cast, episódio 126, “Até o ‘bom dia’ vira reunião: é mesmo tão difícil se adaptar à comunicação assíncrona?”. Será que todos os líderes estão, de fato, preparados para se adaptar a um diferente estilo de comunicação? Há solução para as reuniões em excesso deixarem de ser parte do dia a dia?
Para responder a isso e auxiliar no melhor entendimento sobre a importância da comunicação assíncrona, o RH Pra Você Cast traz a neurocientista Ana Carolina Souza, sócia da Nêmesis, empresa de educação corporativa. Clique no app abaixo:
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