Não é novidade que o setor de tecnologia tem passado por alguns percalços ultimamente. Desde as pessoas que estão na nossa bolha até as notícias que vemos em diferentes veículos de comunicação, é praticamente impossível não ter escutado entre o ano passado e o início deste sobre a série de layoffs ocorridos em muitas empresas.

Apesar disso, por incrível que pareça, essa situação possui a mesma causa e solução, que precisa ser olhada de perto neste momento tanto pelas marcas como pelos profissionais do ramo: a capacitação.

“Ah, mas é preciso colocar na balança esse tema com outros gastos da companhia”, podem pensar muitas lideranças.

Na verdade, a aprendizagem pode ser vista na área mais como um investimento certeiro do que como um custo, por um motivo simples: há um gap de especialização no segmento de TI e isso colabora para a lacuna de mão de obra aumentar a cada dia que passa.

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Por conta disso, o mercado entra em déficit e abre vagas que não conseguem ser preenchidas, afinal, faltam pessoas preparadas o suficiente para acompanhar as atualizações do meio.

Os números falam por si só. De acordo com um estudo do Observatório Nacional da Indústria, o aperfeiçoamento profissional e a requalificação vão ocupar 79% das necessidades de adequação ao futuro do trabalho.

Consequentemente, não é de se estranhar que todo ano são abertas cerca de 159 mil oportunidades em tecnologia no Brasil e, até 2025, esse número deve subir para quase 800 mil, como apontam dados da Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação de Tecnologias Digitais (Brasscom).

Em outras palavras, este é o momento ideal para o setor tech começar a impulsionar a formação educacional de talentos mais bem preparados para o mercado de trabalho. Felizmente, muitas escolas de TI estão ajudando as empresas nessa missão, já que nelas podem ser encontrados bootcamps atualizados e valiosos aos olhos dos contratantes.

São formatos que misturam a urgência da capacitação com as demandas do mercado – que, cá entre nós, não são poucas e mudam praticamente todos os dias.

Quando olhamos, por exemplo, o LinkedIn, a Microsoft e a Bloomberg, dentre os principais empregos listados para conseguir uma boa remuneração no setor tecnológico estão:

  • desenvolvedor de software,
  • analista de dados,
  • analista de negócios,
  • analista financeiro,
  • gerente de projetos,
  • analista de segurança da informação,
  • especialista em atendimento ao cliente,
  • administrador de sistemas,
  • gerente de TI e
  • designer de UX.

Portanto, são vagas que mostram que HTML, CSS, JavaScript, data intelligence, motion design e configurações de firewall estão no topo da cadeia de habilidades requisitadas pelas lideranças nos dias de hoje.

Isso sem falar nas skills mais individuais que não apenas potencializam todos os conhecimentos técnicos em TI, como também auxiliam no desenvolvimento interno da marca, com ações de upskilling e reskilling.

Estamos falando de pontos como adaptabilidade, no qual o profissional sabe surfar a onda da digitalização de processos; do aprendizado rápido e contínuo, que basicamente complementa o tópico anterior; e da boa escrita, uma vez que os modelos híbridos ou totalmente remotos que ocuparam boa parte das companhias nos últimos anos exigem uma transmissão de ideias clara.

Sim, não são poucas habilidades. Porém, formatos como os bootcamps estão se popularizando e sanando a dor da área tech justamente porque caminham pelo lado oposto de instituições de ensino tradicionais.

Isso significa que esses cursos conseguem formar em uma questão de meses profissionais qualificados para atuarem no mercado, visto que os estudantes são conduzidos por especialistas experientes e que não perdem tempo com aulas teóricas que não serão úteis no dia a dia das empresas.

Se pararmos para raciocinar por um minuto, não estamos diante de uma grande novidade: na história do trabalho, os colaboradores capacitados sempre se destacaram e foram reconhecidos.

Por isso, a situação atual do setor de tecnologia reforça que aqueles que se aprimoram, sejam eles jovens recém-formados, indivíduos em busca de recolocação ou simplesmente todos os interessados em adentrar no mundo tecnológico das corporações, já estão um passo à frente de outros candidatos às vagas de emprego.

Como disse, causa e solução andam juntos nesse caso e mostram que investir esforço na capacitação é muito diferente de desperdiçar tempo e dinheiro.

TI: investir em conhecimento continua sendo essencialPor Alexandre Tibechrani, General Manager Americas da Ironhack, apaixonado por tecnologia, formou-se em engenharia elétrica pela Poli-USP e obteve um MBA em gestão de negócios pela FGV. Trabalhou boa parte da sua carreira em empresas multinacionais, mas foi em empresas startups que consolidou seu perfil orientado a resultados e crescimento.

Ouça o RH Pra Você Cast, episódio 146, “Upskilling e Reskilling: os caminhos para a autoaprendizagem“. O “Global Sentiment Survey”, uma das pesquisas mais importantes destinadas ao público de treinamento & desenvolvimento, trouxe uma nova atualização sobre as tendências e preocupações globais dos profissionais do setor. O que não mudou em relação a 2022, porém, foi a primeira colocação entre os temas que a comunidade de T&D enxerga como os de maior atenção para a área – e o topo segue com Reskilling/Upskilling. Apesar de serem palavras já disseminadas, quais suas particularidades? Como as empresas estão enxergando (e aplicando) os conceitos? Qual o caminho para a autoaprendizagem? Falamos sobre tudo isso nesse episódio do RH Pra Você Cast, e quem nos guiou foi Mari Achutti, fundadora e CEO da Sputnik. Acompanhe clicando no app abaixo:

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