O último mapeamento global de transtornos mentais divulgado pela OMS (Organização Mundial de Saúde) revelou que o Brasil possui a população mais ansiosa do mundo. De acordo com relatório da Associação Internacional do Controle do Estresse (ISMS), 90% da população mundial foi diagnosticada com estresse. No Brasil, além do estresse, ansiedade e depressão, segundo um estudo da Fiocruz, 72% da população sofre de insônia.

Esses sintomas, juntos ou de maneira individual, impactam na qualidade do trabalho dos profissionais e das relações estabelecidas no ambiente de trabalho. Por isso, ao identificar queda na produtividade ou redução do engajamento de um colaborador, a companhia precisa olhar a situação por uma perspectiva mais ampla, é importante ir além da avaliação superficial sobre a adequação desta pessoa à empresa e a função desempenhada.

Pesquisa Infojobs

Sendo assim, os líderes e as equipes de RH devem estar preparados para acolher os colaboradores que enfrentam questões relacionadas à saúde mental. É fundamental lembrar que apenas um psicólogo ou psiquiatra devem fazer as recomendações de tratamento. Paralelamente como medida de prevenção e promoção do bem-estar do time , a organização pode implementar sete boas práticas:

1. Reservar orçamento para ações de qualidade de vida e bem-estar do colaborador

O cuidado com os colaboradores deve ser visto pela alta direção como um investimento estratégico em prol da competitividade do negócio. É uma ação a ser realizada ao longo do ano e não apenas em momentos pontuais ou como uma medida emergencial.

2. Rastrear periodicamente a saúde mental dos colaboradores

A qualidade dos pensamentos e dos sentimentos dos colaboradores deve ser mapeada de maneira periódica, seja em conversas entre líder e liderado, nos exames periódicos ou nas pesquisas de clima organizacional.

3. Ter solidez e clareza na missão, visão e valores

Contribui para a qualidade emocional do colaborador, se este compreender que a missão, a visão e os valores da empresa são praticados no dia a dia, pois qualquer divergência entre discurso e atitude farão com que os colaboradores percam a identificação com a empresa.

4. Promover ações educativas de promoção e prevenção

É fundamental que a empresa procure disseminar informações que desmistificam os tabus relacionados a doenças mentais e a busca de ajuda especializada com psicólogos e psiquiatras. Rodas de conversas e workshops específicos sobre saúde mental têm demonstrado resultados positivos.

5. Valorizar a qualidade de vida

O colaborador terá mais incentivo para cuidar da saúde e do bem-estar se compreender que esta é uma prática valorizada pela empresa. Pode ser o incentivo para práticas esportivas, orientações sobre produtividade, consumo de bebidas alcoólicas, comidas e substâncias que afetam a saúde, por exemplo.

6. Treinar as lideranças

Orientar os líderes para uma abordagem de gestão humanizada ao fornecer informações sobre como lidar com questões relacionadas à própria saúde mental e dos colaboradores.

7. Promover um ambiente saudável

Independentemente do modelo de trabalho adotado, é importante encontrar formas de promover a integração entre os colaboradores, para estabelecer e manter confiança, apoio e senso de comunidade entre essas pessoas.

Janeiro branco reforça saúde mental nas empresas

Por Dra. Camila Magalhães, psiquiatra. Médica psiquiatra Doutora em Psiquiatria pela FMUSP, com aprimoramento pelo Alcohol Medical Scholar Program pela Universidade de San Diego (CA). Foi Professora Colaboradora do IPq-HC-FMUSP. É pesquisadora do Núcleo de Epidemiologia Psiquiátrica do IPq HC-FMUSP, médica responsável da Clínica Camila Magalhães. Recebeu diversos prêmios, incluindo o de Melhor Tese de Doutorado (Psiquiatria FMUSP e Prêmio Capes de Tese Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), e Forbes Mulheres de Sucesso 2021.

Ouça o episódio 174 do podcast RH Pra Você Cast, “A era dos “Quiet” – Chegou a vez do Quiet Thriving“. Quem está mais atento às novidades do mercado deve ter ouvido falar, nos últimos meses, no quiet quitting e no quiet firing, dois fenômenos que vêm causando muita dor de cabeça tanto às empresas quanto a vários profissionais. Mas agora o momento é de mais um quiet no mercado, o “Quiet Thriving“.

Em poucas palavras, a novidade remete a uma espécie de “crescimento silencioso” dentro das organizações. Em um primeiro momento, ele pode até parecer menos impactante que seus irmãos de silêncio, mas será que ele é mesmo? O que o quiet thriving pode trazer de bom, mas também de negativo a profissionais e organizações? É isso que a Profª Ms. Andrea Deis, Gestora de carreira, palestrante, autora e neurocientista, nos ajuda a entender nesse episódio. Confira!

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