Programas de Trainee, que ajudam jovens a entrar no mercado de trabalho, são nossos velhos conhecidos. Mas, agora, um número cada vez maior de empresas está apostando também nos chamados Programas de Retorno, cujo objetivo é proporcionar condições de reingresso para as pessoas que estão em pausa de carreira.

Navegar uma carreira profissional mais longa pode envolver paradas ou desvios e os Programas de Retorno servem como uma nova chance para talentos maduros voltarem ao mercado de trabalho. A ideia que está por trás dessa iniciativa é simples: trata-se de acolher a pausa na carreira como parte da experiência profissional no lugar de penalizá-la.

As pessoas de alto desempenho não perdem essa competência simplesmente porque fazem uma pausa na carreira. Ao contrário, muitas vezes elas adquirem experiências incríveis, se requalificam, viajam ou cuidam de problemas pessoais.  Ao retornarem, estão revigoradas, flexíveis, disponíveis e mais preparadas para novos desafios.  

Na maior parte desses programas os participantes começam com treinamento de reforço num conjunto de habilidades essenciais, no estilo bootcamp, além de uma orientação detalhada da dinâmica de trabalho da empresa.

Em seguida, começam a trabalhar em projetos nas funções que devem preencher no final do programa. Com isso, o candidato em pausa assume uma função real dentro da empresa, aproveitando os skills e experiências anteriores. 

A taxa de sucesso desse tipo de iniciativa costuma ser alta, com pelo menos 50% dos participantes recebendo propostas de emprego permanente após passar pelo programa. Dependendo do setor e da indústria, esse número pode chegar a mais de 90%. 

Um bom exemplo vem da Amazon: em 2021, a empresa anunciou um programa de retorno ao trabalho que, entre janeiro e outubro do mesmo ano, resultou em 60 pessoas inscritas, com 95% recebendo uma oferta para um cargo em tempo integral.

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De um lado, as empresas têm se mostrado muito receptivas a esse tipo de programa tendo em vista o crescimento da demanda por talentos já formados e experientes, sobretudo de talentos diversos. Alguns dos benefícios aportados pelos profissionais que retornam é a facilidade de integração.

Por serem profissionais experientes, que já estão familiarizados com o ambiente corporativo, o tempo e os recursos necessários para integração e treinamento se reduzem de maneira significativa, permitindo alocação em equipes e projetos mais rapidamente. 

Já para os profissionais, os Programas de Retorno dão a ajuda necessária para que eles retomem suas carreiras munidos de autoconfiança, recuperando mais rapidamente sua trajetória profissional e recebendo treinamento específico.

É uma forma diferente de contratação de experiência, na qual não se pretende abaixar o “nível da barra” das contratações, mas sim aumentar a “largura” do portão de entrada.

Na realidade do mundo corporativo atual, em que home-office  e anos sabáticos são uma realidade, os Programas de Retorno aparecem como um avanço e uma inovação capaz de trazer de volta às empresas os melhores talentos.

De volta ao jogo: o valor de um Programa de Retorno 

Por Teresa Baggio, fundadora da Be Back Now, uma organização orientada ao propósito de normalizar as pausas na carreira. Ela é engenheira, mestre em Sistemas de Gestão e mediadora certificada com reconhecimento internacional.

 

Ouça o episódio 143 do RH Pra Você Cast, “Inclusão 50+, bom para o presente e para o futuro (de todos nós)“. Como você se enxerga daqui a cinco ou dez anos? O questionamento, que já deve ter sido feito a muitos de vocês durante algum processo seletivo ao longo da carreira, nem sempre traz consigo uma resposta fácil. Especialmente para um público que, diante de tantos estereótipos e preconceitos, sequer sabe como será o dia de amanhã em sua vida profissional. A cada nova geração que entra no mercado, uma anterior se vê diante do dilema de ficar para trás e ver cada vez menos portas se abrirem.

O panorama, todavia, não só precisa como deve ser mudado. Pesquisas revelam que o tão falado “choque geracional” é extremamente benéfico não só a profissionais de todas as idades, mas também às empresas. E, afinal, se não olharmos para o público 50+ com atenção, como será quando chegar a nossa vez de lutar por espaço com os mais jovens? Para falar sobre as vantagens de mesclar gerações e como desenvolver mecanismos de inclusão, o RH Pra Você Cast traz Mórris Litvak, Fundador e CEO da Maturi. Confira o papo clicando no app abaixo:

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Capa: Depositphotos