Por causa do 1º de Maio pretendo compartilhar com vocês artigos úteis para quem está no LinkedIn em busca de recolocação, novos desafios profissionais, transição de carreira ou até uma promoção.

Nós teremos um mês inteiro dedicado ao trabalho e – definitivamente – ainda é pouco para as mudanças sociais, tecnológicas e econômicas que vivemos nos últimos anos. Para o pontapé inicial, eu escolhi abordar a questão do currículo e das redes sociais.

Por anos, o mercado de trabalho viveu a hegemonia do currículo nos processos de recrutamento. Ele ainda não é indispensável, mas os motivos já não são os mesmos. O arquivo no formato Word ainda é o mais acessível para ser lido por robôs em plataformas digitais.

Se você está se candidatando a uma vaga pela internet e, em determinado momento, precisará fazer o upload do currículo atualizado em algum site, você deve considerar o formato Word, com apenas uma coluna, para o bom aproveitamento do documento.

Um currículo objetivo como uma prescrição médica ainda é a forma mais certeira de resumir experiências de trabalho e formações. Ter um arquivo on-line, de fácil acesso e edição, também é a melhor forma de mantê-lo atualizado, caso você seja um profissional de carreira polivalente com muitos projetos em andamento.

A forma de preenchimento tradicional do CV ainda é imbatível, mas inserir palavras-chaves é uma maneira de aprimorar a leitura de recrutadores humanos e da própria inteligência artificial.

Algumas áreas de trabalho, especialmente as mais criativas, já estão trabalhando com currículos em vídeo e formatos interativos, mas em carreiras mais convencionais, não faz tanto sentido investir tempo e dinheiro quando o instrumento clássico ainda é tão eficiente. Se você quiser melhorar sua posição em processos seletivos, eu diria para investir no LinkedIn.

A rede social absoluta do universo do trabalho foi lançada em 5 de maio de 2003. Já são mais de 20 anos de fidelidade e consolidação de propósito. No LinkedIn, além das habilidades técnicas, também é possível listar skills fundamentais nos dias de hoje como inteligência emocional, resiliência, habilidades interpessoais e mais.

O campo “Sobre” na página de cada profissional é o seu próprio cartão de visitas e mais do que isso: é um elevator pitch. Contar bem a própria história pode fazer a diferença entre ser chamado para a entrevista ou não.

No LinkedIn, é preciso cativar sem se tornar prolixo. Convencer pela autenticidade. Exibir seus prêmios, elogios e qualificações. Ter coragem para abrir discussões e receber feedbacks. Muito cuidado com tudo que se assemelha a uma fórmula do sucesso.

Você pode contratar ajuda profissional para montar um perfil campeão, mas ao se afastar da sua essência, você corre o risco de estar apenas adiando a rejeição para a fase das entrevistas. Além de vitrine, o LinkedIn também é uma oportunidade de melhorar o networking, estabelecendo boas conexões, que podem indicar boas vagas.

Agora vamos ao momento do texto em que você torce o nariz: conduta nas redes sociais. Estou falando aqui de Instagram, de Facebook, de TikTok, entre outras. Estou falando das fotos de pets, dos times do coração, das trends que amamos e dos vídeos nas baladas.

Também são os registros dos filhos, os rituais de fé, as declarações de amor nos Dias dos Namorados e aquelas passeatas políticas. É bem importante o que eu vou dizer e vou me basear na minha experiência pessoal como empresário.

A legislação brasileira proíbe que recrutadores promovam um processo seletivo que provoque qualquer tipo de constrangimento por violação da proteção de dados e atos discriminatórios. Qualquer ação que possa ferir a dignidade do trabalhador ou da trabalhadora pode acarretar consequências.

Por conta disso, perguntas sobre estado civil, planos para engravidar, opções políticas e religiosas e até mesmo local de moradia não são vitais para o contratante avaliar se alguém é competente ou não para uma vaga de trabalho. O trabalhador é assegurado em seus direitos. Em teoria.

Na prática, o recrutador está, sim, vasculhando todos os seus perfis sociais, com suas próprias lentes de compreensão do mundo, seus vieses de confirmação, preconceitos e mais.

Isso é o que eu vejo nas empresas em que participo e testemunho com os profissionais de RH que reportam para mim. Eles me confidenciam que os candidatos que parecem ter alinhamento cultural com a empresa saem na frente.

Não ter perfis em plataformas importantes também pesa contra, pois algumas se tornaram instrumentos fundamentais de trabalho.

Posso aconselhar? A melhor alternativa para quem ainda está pisando em ovos no universo digital, descobrindo seu próprio avatar e experimentando usos nas redes é manter privado o que é privado.

Todo trabalhador pode manter contas de acesso privado nas redes sociais. Você quer tornar público aquilo que considera privado? Também é um direito seu. Apenas lembre-se de mim na próxima vez que abrir a caixa de e-mails e ler: “Optamos por outro candidato com perfil mais aderente”.

Por Bruno Corano, economista, investidor e apresentador do Manhattan Connection.

Ouça o episódio 162 do podcast RH Pra Você Cast, “Como superar processos seletivos longos?“. Quem aí nunca enfrentou um processo seletivo que parecia interminável? Você sai de um teste, vai para outro, passa pela entrevista em vídeo, o tempo continua passando, a vaga não informa quantas etapas ainda faltam e a jornada, marcada pela incerteza e pela longitude, se torna um verdadeiro incômodo. Quem dera tivesse uma fórmula mágica para passar por tudo isso com mais facilidade, não é mesmo?

Fato é que, seja curto ou seja longo, todo processo seletivo pode ser superado pelos candidatos mais preparados. E o que deve ser feito é o que nos revela Ticyana Arnaud, Estrategista de Recolocação Profissional e Gestão de Carreira. Nesse episódio do RH Pra Você Cast, ela conta todos os segredos para que os candidatos não apenas vençam seleções longas, como também sejam mais competitivos nas vagas em que se inscrevem. Confira:

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Capa: Depositphotos