Com os novos modelos de trabalho (home office e híbrido), a inteligência artificial, novas práticas de ESG e D&I, além do olhar para o bem-estar dos colaboradores, as empresas notaram um novo cenário no ambiente corporativo e a necessidade de avaliar de forma atenta algumas questões antes consideradas “menos importante”.
Por isso, as organizações tiveram que reinventar a forma de administrar o espaço de trabalho e gerenciar as equipes.
São inúmeras as tendências para este cenário, que está em constante evolução. No entanto, algumas delas podem direcionar ações empresariais de impacto para sua empresa:
Bem-estar – Recentemente, a Sodexo realizou uma pesquisa global para coletar dados sobre a saúde física e mental dos colaboradores de empresas em seis países. O estudo, realizado com mais de 5 mil profissionais que atuam em diferentes setores de várias companhias, revelou que 80% acreditam que o trabalho impacta diretamente nesta qualidade de vida, sendo o principal motivo do estresse para 39% destes entrevistados.
Como headhunter, gostaria de destacar que é essencial que os gestores busquem informações sobre boas práticas de autocuidado, bem-estar e riscos para o negócio quando o colaborador não está bem. Os líderes também devem trabalhar a inteligência emocional, a fim de construir um ambiente corporativo mais saudável para os outros e para si.
Flexibilidade – Um levantamento da WeWork revelou que 95% dos colaboradores consideram a flexibilidade relevante até mesmo para ingressar em um novo emprego. Isso demonstra que o trabalho híbrido é uma tendência do meio corporativo que está se intensificando e isso nos dá indícios de que a prática veio para ficar.
Por isso, deve estar no radar dos gestores. No entanto, é importante que as lideranças estejam alinhadas e sempre avaliem se o modelo de trabalho está sendo eficaz no desempenho das equipes ou não, verificando se há necessidade de mudanças da forma de atuação da empresa.
Ao optar por voltar 100%, a empresa pode colocar em risco também a qualidade do seu quadro de funcionários, tendo de buscar pessoas que topam o presencial. Isso exigirá além de flexibilidade, uma transformação da liderança.
Reforçar a cultura organizacional – Sem dúvidas, a cultura organizacional é fundamental para o sucesso de uma empresa. Uma pesquisa divulgada pelo The Academy of Management Journal revelou que colaboradores alinhados com a cultura da empresa permaneceram mais tempo na instituição. Ou seja, uma cultura organizacional tem a capacidade de reter talentos.
Sendo assim, uma equipe alinhada aos valores e princípios do ambiente em que atua é indispensável para um bom desempenho. Neste ponto, é necessário investir e desenvolver cada vez mais a comunicação entre o time com algumas práticas como a comunicação clara e objetiva, envolvimento e engajamento do time, integração dos novos colaboradores e uma liderança exemplar, que segue os valores da empresa e prioriza o bem-estar de todos.
Quociente emocional – Segundo o americano e especialista em inteligência emocional, Daniel Goleman, o quociente intelectual contribui com 20% do sucesso, enquanto o quociente emocional contribui com 80%. Esse dado é altamente relevante, pois temos observado que a inteligência emocional tem sido tão relevante quanto às habilidades técnicas no ambiente corporativo.
Os profissionais que buscam desenvolver o quociente emocional são aptos para lidar melhor com conflitos e gerenciamento de estresse de si próprio, de seus liderados e do ambiente de negócios.
Empatia, autocontrole, autoconhecimento e destreza social são alguns pontos que garantem o desenvolvimento desta habilidade, que é um aprendizado contínuo, mas que garante benefícios significativos para a carreira e para a qualidade de vida.
ESG – A pesquisa Panorama ESG Brasil 2023, promovida pela AMCHAM com 500 empresas revelou que 82% dos executivos brasileiros acreditam que os CEOs devem liderar a agenda ESG no país. Além disso, 61% das companhias acreditam que as ações ESG são essenciais para fortalecer a reputação das marcas no mercado.
Diante destes dados, posso afirmar que, empresários e investidores estão cada vez mais atentos à implementação de práticas sustentáveis e de responsabilidade social corporativa. Além de buscar uma gestão de pessoas mais eficiente e integrada, esta tendência também está relacionada às práticas de inclusão e a diversidade dentro do ambiente corporativo.
Sabemos que é uma construção diária implementar essas mudanças de cultura no ambiente empresarial ao mesmo tempo que é preciso ter foco no resultado e no desenvolvimento das equipes.
O mais importante é não deixar de olhar para esses pilares e investir para que eles se consolidem dentro das companhias. Dessa forma, as empresas estão se preparando para o futuro e investindo na sustentabilidade do negócio.
Por Maria Eduarda Silveira, headhunter.
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