Que a Copa do Mundo é um evento super aguardado, que mobiliza várias nações e que movimenta diversos mercados todos concordamos, certo? Quero focar minha reflexão num ponto diferente e que ganhou destaque – infelizmente- nesta edição de 2022.

O Qatar é um país com leis que criminalizam a homossexualidade e que acumula inúmeras denúncias sobre violações de direitos humanos. Comentários preconceituosos, alinhados à essa mentalidade foram feitos, inclusive, pelo representante oficial do evento no país.

Líderes de algumas nações fizeram críticas a essa postura. Além disso, diversas seleções vêm realizando ações como forma de manifestar apoio à diversidade durante os jogos, como é o caso de algumas europeias que se uniram e criaram uma campanha intitulada One Love. Até o avião da seleção alemã ganhou uma frase estampada a favor da diversidade.


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Cada país tem seus valores culturais e sua forma de funcionar e isso não é fácil mudar, se é que é possível em alguns casos. Por outro lado, quando elegemos um lugar para sediar um evento global e que leva pessoas de diferentes culturas e nacionalidades como esse, será que não deveríamos avaliar todas as questões culturais envolvidas?

Bom, e onde quero chegar com isso?

Na importância das empresas avaliarem suas condutas inspiradas num contexto como este. A primeira pergunta que deve ser feita é: será que a avaliação destes aspectos culturais do Qatar, que conflitam com a postura da maioria das demais nações envolvidas no evento, não deveriam ter sido avaliados previamente, durante o momento da escolha da nação-sede para a realização da Copa do Mundo?

Quais serão os trade offs dessa decisão?

Quais impactos teremos no curto e longo prazo?

Essa decisão inclui todos os envolvidos, colaboradores, clientes e stakeholders a ponto deles se sentirem representados?

Sabemos que os desafios diante do tema diversidade e inclusão são inúmeros e temos muito o que avançar nesse aspecto. É fácil falar e criar ações de marketing, difícil mesmo é aplicar e manter a consistência.

E a ideia deste texto não é apontar o dedo, até porque temos consciência de que estamos num processo e que, infelizmente, não teremos resultados da noite para o dia, mas, justamente por isso, precisamos dar luz a esses aspectos e nos direcionar rumo a ações que façam a diferença.

  • Sua empresa apoia a diversidade de verdade?
  • O que estamos fazendo para aumentar a representatividade no quadro de colaboradores?
  • Estamos sendo coerentes com os requisitos de seleção quando queremos contratar profissionais de grupos minorizados?
  • Como está composta a liderança da companhia?
  • Ela acredita nesta causa e quer participar dela?
  • Como trabalhamos a inclusão e a segurança psicológica dentro da organização?

Como a nossa empresa se manifesta e se compromete com as causas que assume faz diferença e diz muito sobre o negócio. Cada empresa, cada entidade, é livre para escolher seus valores e determinar suas ações.

Agora, o que não podemos negar é que, quando escolhemos nossos valores, eles impactam, de alguma forma, todo o ecossistema em que atuamos, tendo impacto direto na sociedade em que vivemos.

Então, por mais desafiador que seja, temos que escolher de que forma queremos impactar a nossa sociedade.

Tudo isso é sobre escolha. O Qatar foi escolhido para sediar os jogos da copa, talvez sem uma análise de todo esse cenário que estamos vendo hoje.

Diante disso, vamos refletir nas escolhas que estamos fazendo?

Isso é fundamental para fazer escolhas coerentes e que gerem real impacto no mercado e no mundo.

O que a Copa do Mundo pode nos ensinar sobre diversidade

Por Maria Eduarda Silveira, CEO da Bold HR.

 

 

 

Ouça também o PodCast RHPraVocê, episódio 89, “O poder do investimento em diversidade” com a fundadora da Newa Consultoria, Carine Roos. Clique no app abaixo:

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Capa: Depositphotos