Primeiramente, o que é inflexibilidade? Segundo o dicionário online de português, “rigidez, firmeza, dureza ou severidade, atributo daquilo que não se consegue dobrar (etimologia do latim inflexibile + i + dade). E podemos falar também de inflexibilidade psicológica, que é a incapacidade de mudar de opinião ou pensar de forma diferente.

Importante também mencionar os padrões inflexíveis que são manifestados como perfeccionismo, regras rígidas, intensa preocupação com eficiência. Diga-se que pessoas inseridas neste contexto têm dificuldade para relaxar e sentir prazer; além disso muito geralmente possuem problemas nos relacionamentos por conta de uma postura crítica exagerada sobre si mesmas e os demais, fazendo uso de muitos julgamentos, sem uma base de conhecimento adequada.

Julgar é algo bem delicado e devemos ter cautela. Especialmente, quando temos no foco do julgamento, outras pessoas.

Por quê?

Porque em muitos casos não conhecemos nem 10% (dez) por cento daquele indivíduo que está à nossa frente. Quando estudamos o desenvolvimento humano, comparamos uma pessoa física à figura de um iceberg, onde só se vê uma parte pequena acima do nível do mar e o restante todo e sua complexidade, encontra-se submerso.

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E assim somos nós, muito pouco mostramos e somente alguns usam um pouco de sua energia para se autoconhecer. Se nem sequer nos conhecemos, imaginem conhecer aos outros?

Podemos observar, com tristeza, que a inflexibilidade permeia as relações entre países ocasionando guerras, a exemplo do que estamos testemunhando em Israel, Rússia e Ucrânia. Se observarmos em nossas relações familiares, amizades e profissionais as pessoas estão inflexíveis deflagrando vários contextos desgastantes podendo levar a rupturas graves relacionais, tristeza etc. Amizades, amores, acabam-se.

Digno de nota também são as últimas eleições que ensejaram uma polaridade imensa, entre esquerda e direita, Lula versus Bolsonaro etc, levando a mais dor e rupturas nas relações entre as pessoas.

Onde iremos parar face a toda essa rigidez, falta de empatia e conexão e; acima de tudo falta de respeito ao que é diferente do que pensamos, diferente de nossas opiniões? 

Devemos amadurecer a ideia de que com o que nos é diferente, possibilita-se a ampliação de contextos, pensamentos e emoções, para formular novas coisas; talvez melhores aspectos para todos nós. Até porque o que é igual já o temos e ficamos em uma zona de acomodação; por isso novos estímulos são tão importantes.

O “clima” anda pesado, as pessoas estão emocionalmente suscetíveis e frágeis, por conta disso. Seguem aqui algumas dicas para lidar ao menos um pouco com posturas inflexíveis do nosso convívio e que desafia muito provavelmente a muitos que leem esse artigo.

Como lidar com uma pessoa inflexível?

  • Observe a pessoa;
  • Demonstre interesse genuíno pela perspectiva dela;
  • Detecte as emoções dela e as sua próprias;
  • Vai checando os entendimentos, para aprofundar a conexão;
  • Tenha em mente que, mais do que falar, a escuta ativa é o mais importante;
  • Expresse suas ideias de maneira calma, clara e respeitosa;
  • Aja com inteligência emocional;
  • Encontre formas de se conectar e ser conectado para que ambos os lados ampliem o “mundo” um do outro, construindo novas “pontes” para novos pensamentos e emoções.
  • Tenha em mente e como foco a transformação de problemas, desafios, obstáculos e até desamor em oportunidade de aprendizado, conhecimento e talvez amor.

Neste contexto, importante pontuar um livro bastante interessante “Os quatro compromissos“, por meio do qual Don Miguel Ruiz, autor indica que para conquistar uma vida melhor e mais equilibrada precisamos estabelecer e honrar os seguintes compromissos básicos: SER IMPECÁVEL COM SUA PALAVRA, NÃO LEVAR NADA PARA O PESSOAL, NÃO TIRAR CONCLUSÕES E SEMPRE DAR O NOSSO MELHOR.  

Trata-se de uma filosofia Tolteca, compartilhando aqui; que os toltecas eram conhecidos no sul do México como cientistas e artistas que exploravam e conservavam a sabedoria espiritual e as práticas de seus antigos povos.

Eles entendiam que somos seres espirituais vivendo uma experiência material e que somos expressão da fonte criadora de tudo o que vive, o que chamamos de Deus, e estamos unidos, apesar da ilusão de estarmos separados.

E eu complementaria o que muitos estudiosos dizem. Somos energia e não viemos para ficar, mas para aprender; não viemos dividir, mas sim compartilhar; não viemos para julgar, mas para amar.

E neste final de ano de 2023 deixo a mensagem:

Nascer é uma possibilidade para alguns, viver indiscutivelmente é risco para todos, envelhecer é um privilégio para alguns e morrer é certo para todos. Pontuado isso, que usemos muito bem o nosso tempo nesta vida, desejando muita prosperidade principalmente de amor, paz e saúde para todos; e um maravilhoso 2024.”

A "inflexibilidade" tão presente nas trocas entre as pessoas

Por Viviane Gago, mentora, coach nível sênior, consultora e facilitadora pela VRG Desenvolvimento Humano, autora do livro “Biografia de uma pessoa comum” e de outras obras coletivas, Advogada e Mestre em Relações Sociais pela PUC/SP. 

 

Ouça o PodCast RHPraVocê Cast, episódio 109, “Habilidade-chave e queridinha do mercado: como se comunicar bem?” com Fabiana Teixeira, jornalista formada pela PUC-SP e tem experiência como repórter em emissoras como Record TV, TV Bandeirantes, Rede TV e TV Cultura. Também é especialista em Comunicação Empresarial, Branding e posicionamento de marcas pela ESPM, e Marketing Digital pela Universidade de Columbia, em Nova York.

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Capa: Depositphotos