A cada ano, o relacionamento entre marca e os consumidor se torna mais complexo – no bom e no mal sentido. Além de todos os desafios mercadológicos, como a instabilidade econômica e o desafio de não perder competitividade em um mundo acelerado e inovador, as empresas não podem mais perder de vista aspectos como bem-estar e propósito social.
Não é à toa que a tão falada agenda ESG (Ambiental, Social e Governança), por exemplo, se tornou uma prioridade dos investidores. Segundo relatório da PwC, 77% dos investidores planejam, nos próximos dois anos, deixar de lado organizações que não estejam alinhadas com a sigla do momento.
Diante da nova realidade, que ganhou contornos de mudança ainda maiores por conta da pandemia da Covid-19, as marcas têm a responsabilidade de se conectar com o seu público, o que vai muito além da oferta de produtos e serviços de qualidade.
De acordo com levantamento da Deloitte, o 2021 Global Marketing Trends, os consumidores não deixam mais de lado fatores como empatia, bem-estar e integridade. Outro estudo, desta vez da Adobe, mostra que 38% dos consumidores optam por produtos e serviços de marcas que se mostram diversas. O público quer se ver na marca e tal tendência promete crescer cada vez mais.
Em meio a esse novo normal, como as empresas devem, então, se posicionar em 2023 para cativar as pessoas e para serem lembradas no Top of Mind de RH?
Modernize sua linguagem e identidade visual
Independente do seu negócio estar alinhado com valores e propósitos sociais, isso por si só não bastará se a marca não souber se vender para o público. Você sabe o que Amazon, Netflix e Walmart têm em comum? Apesar de tomarem decisões que nem sempre chamam atenção de forma positiva – como a recente onda de demissões na Amazon ou a tentativa da Netflix de frear o compartilhamento de contas –, é inegável que as companhias contam com identidade visual, marketing e presença nas redes sociais de respeito.
Inúmeras organizações vêm, nos últimos anos, trocando o seu logotipo e assumindo uma postura mais moderna e ativa nas redes, ações que ajudam a rejuvenescer a marca e retomar o seu poder de ser lembrada, uma vez que a famosa “lembrança de marca” envolve as sensações do público.
Assuma uma postura transparente
As pessoas querem saber mais sobre as empresas com as quais fazem negócios. As marcas que são transparentes em relação a seus processos, políticas e práticas têm mais chances de ganhar a confiança de seus clientes.
É sempre importante destacar que, com o avanço das redes sociais, qualquer detalhe exposto por terceiros pode se tornar uma grande crise para as companhias. Portanto, é fundamental que as marcas respeitem o seu próprio propósito e deixe claro aos stakeholders quais são os seus valores e códigos de conduta.
Experiência do cliente e do colaborador
Todo cliente quer, naturalmente, ter a melhor experiência possível. Marcas que têm sucesso nessa missão são mais atraentes e se destacam nos fatores de lembrança e de competitividade. Contudo, é fundamental que para isso elas não precisem “pagar nenhum preço”.
O que quero dizer com isso? Simples: os colaboradores devem ser tão bem tratados quanto os consumidores. Marcas que são incríveis externamente, mas que pecam em seu employee experience podem ter a sua reputação afetada. Além disso, companhias exclusivamente preocupadas com a clientela perdem poder de atração e retenção de talentos.
Diversidade & Inclusão
Como citado anteriormente no texto, o consumidor moderno quer se ver na marca que consome. As marcas devem se esforçar para serem mais diversas e inclusivas em todos os aspectos de seu negócio. Isso inclui a composição da equipe, a forma como a marca é promovida e como os produtos e serviços são oferecidos.
Segundo um relatório do Instituto Locomotiva, divulgado na Semana ABIHPEC de Mercado 2022, da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos, 76% dos brasileiros acreditam que as marcas têm o papel de apoiar a diversidade. A atenção deve, também, estar nos detalhes. O mesmo estudo mostra que 52% dos consumidores se sentem ofendidos quando, por exemplo, comerciais retratam somente homens e mulheres que integram os “padrões de beleza” instaurados na sociedade.
Tecnologia e inovação
Não tem jeito, mesmo a marca mais conhecida, lembrada e destacada precisa se atentar à transformação digital e às inovações do mercado. Por quê? Porque caso não o faça, rapidamente ela deixará de ser lembrada, destacada e, se bobear, até mesmo conhecida.
As empresas que não adotarem tecnologias emergentes podem ficar para trás em um mundo cada vez mais digital. As marcas devem estar sempre buscando maneiras de inovar e oferecer novas soluções para os problemas dos consumidores. Além disso, as pessoas esperam experiências personalizadas e relevantes. As marcas que conseguem oferecer isso têm uma vantagem competitiva. A tecnologia pode ajudar as empresas a entender melhor seus clientes e oferecer produtos e serviços sob medida para eles.