A Copa do Mundo chegou. No último domingo (20), Catar e Equador deram o pontapé inicial da 22ª edição do maior torneio de futebol do planeta, com os sul-americanos já fazendo história e se tornando a primeira seleção a derrotar um país-sede na estreia do evento.

Na competição, naturalmente, não há estrela maior do que cada um dos atletas. Os olhos do mundo – estima-se que mais de 5 bilhões de pessoas acompanharão a Copa – estarão voltados ao que craques como Lionel Messi, Cristiano Ronaldo, Neymar, Kylian Mbappé, entre outros farão dentro de campo. Todavia, fora das quatro linhas há também quem chame atenção: os técnicos. Entre as 32 seleções classificadas para o torneio, os mais diferentes perfis de treinadores não passam despercebidos. Dos reservados aos polêmicos, dos descontraídos aos mais sérios, eles também têm o seu protagonismo.

E já que cada técnico tem as suas particularidades, aqui vai uma pergunta: qual deles você acha que tem um estilo mais próximo ao do RH da sua empresa? Na lista abaixo, com o apoio do psicólogo com experiência em Recrutamento & Seleção, Bruno Lanaro, cofundador do canal Conhecimentos da Humanidade, separamos seis técnicos e a forma como o jeito de cada um poderia se relacionar ao dos Recursos Humanos do seu negócio. Confira:

Tite (Brasil)

Entre 2010 e 2016, Tite teve duas passagens extremamente vitoriosas pelo Corinthians. Campeão estadual, brasileiro, sul-americano e mundial, o experiente treinador assumiu a Seleção Brasileira em 2016, no auge de sua carreira na função. O gaúcho de Caxias do Sul é o primeiro desde Zagallo, em 1970 e 1974, a ser o comandante do Brasil em duas Copas seguidas.

Tite - Foto: Deposithphotos

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Estudioso do futebol, Tite aposta muito em sua comissão técnica e, segundo relatos de quem é próximo a ele, apesar de ter suas convicções, está sempre disposto a ouvir o que os profissionais de sua confiança têm a dizer. Criticado por ter um discurso, por vezes, de linguagem “difícil”, o treinador é conhecido também pela franqueza, pela responsabilidade e pela fidelidade em relação a alguns de seus atletas – outro ponto que divide opiniões.

‘RH Tite’: Um RH com as características do técnico brasileiro seria marcado pela flexibilidade e pelo trabalho em equipe. A lealdade, às vezes, pode ter os seus excessos, mas os erros fazem parte de um aprendizado que tem na humanização o guia para cada processo. Experiência ligada a alto desempenho e um olhar atencioso para as pessoas.

Lionel Scaloni (Argentina)

Sem conquistar um título considerado relevante desde 1993 – apesar da conquista do ouro nos Jogos Olímpicos de 2004 e 2008 – os hermanos insistiram em técnicos renomados ao longo dos anos, mas nem mesmo com Lionel Messi, um dos melhores jogadores do mundo, em campo, os sul-americanos conseguiram exorcizar o fantasma da ausência de grandes conquistas.

Scaloni - depositphotos

Foto: Depositphotos

Foi esse o cenário que Lionel Scaloni, um ex-jogador que sequer havia tido a oportunidade de treinar um clube, encontrou ao chegar ao comando da seleção. E a aposta não poderia ter dado mais certo. Talvez por não ter nada a perder, o jovem técnico não mudou o seu perfil – considerado calmo e tranquilo – e buscou trabalhar o moral de uma seleção abalada, mas com muito potencial. Sua abordagem foi tão certeira que em 2021 a Argentina venceu a Copa América e, até então, ostenta uma invejável invencibilidade de 36 jogos.

‘RH Scaloni’: Motivador, resiliente e pronto para lidar com situações difíceis. Um setor de Recursos Humanos com o perfil do argentino é aquele que foca na confiança, no engajamento e no desenvolvimento das pessoas. Sua missão é lapidar os talentos, trabalhando o potencial de cada um e fazendo com que os colaboradores entendam que eles têm um papel ativo para ajudar a superar momentos de crise do negócio.

Didier Deschamps (França)

Vencedor da Copa do Mundo como atleta (1998) e como treinador (2022), Deschamps faz parte de um hall que contempla apenas outros dois nomes com o mesmo feito: Zagallo e Franz Beckenbauer. A missão do treinador francês, agora, é a de se tornar o primeiro com duas Copas do Mundo no currículo como técnico.

Deschamps - Foto: Depositphotos

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Desde 2012 no comando dos Les Bleus (Os Azuis), Deschamps é conhecido pela sua personalidade forte e por convicções que beiram uma certa teimosia – após perder o atacante Karim Benzema por lesão, o técnico optou por não chamar um substituto, o que fará da França a única seleção com menos de 26 atletas na competição -, além de ser prático, organizado e metódico.

‘RH Deschamps’: Disciplina e força de vontade são dois pontos que, seguramente, marcariam um RH com o estilo do francês. Deschamps é conhecido por não desistir tão facilmente de suas convicções, mas sem persistir nas falhas. Outros pontos que caracterizariam o setor seriam a busca por performance e assertividade na tomada de decisões.

Louis van Gaal (Holanda)

O experiente técnico holandês, que desde 2021 conduz sua seleção natal pela terceira vez, tem uma fama no mínimo curiosa no meio do futebol: a de odiar brasileiros. Louis van Gaal é um extremo adepto da disciplina, o que faz com que muitas vezes ele seja visto como um profissional “carrancudo”. É tal característica, inclusive, que trouxe a ele a alcunha de pesadelo dos jogadores do Brasil, uma vez que ex-atletas que trabalharam ao seu lado manifestaram que, na visão do técnico, os brasileiros são pouco disciplinados.

van Gaal - Reprodução

Foto: Reprodução

O fato é que apesar da fama, o currículo do holandês com punhos de ferro é invejável. Multicampeão por diversos clubes, o técnico de 71 anos pode até ser mais intimidador em relação ao seu jeito de ser, mas não se prende a modismos do passado na hora de treinar seus jogadores e desenvolver táticas e esquemas de jogo, o que faz da Holanda uma das seleções com maior potencial para surpreender no Catar.

‘RH van Gaal’: Um RH com a personalidade do técnico traz consigo muita experiência e confiança, que pode ser confundida com arrogância por quem vê de fora. O trabalho em equipe é predominante, assim como a capacidade de sempre inovar, que não é uma exclusividade das novas gerações. Quem estiver disposto a crescer encontrará no RH um importante aliado para seu desenvolvimento.

Hajime Moriyasu (Japão)

Entre todas as seleções asiáticas que disputam a Copa 2022, o Japão é a única que conta com um técnico… asiático! Moriyasu chegou aos Samurais Azuis em 2018 e tem o futebol no sangue, já que seu pai e irmãos, assim como ele, também foram jogadores profissionais.

Moriyasu - AP

Foto: AP

Há 10 anos atuando como técnico, o profissional de 54 anos têm uma missão complexa: levar uma das mais talentosas seleções japonesas de todos os tempos longe na Copa, o que passa por um grupo com duas das mais fortes equipes do campeonato, que são a Alemanha e a Espanha. Calmo e reservado, mas também ambicioso, Moriyasu comprou o desafio e mostrou agilidade para iniciar os preparativos para a disputa do torneio – o Japão foi a primeira seleção a revelar os 26 convocados.

‘RH Moriyasu’: Mesmo um RH que ainda não é protagonista tem o direito de sonhar. Aqui falamos de um segmento que busca o seu espaço na empresa, mas sabe que é necessário um passo de cada vez para conquistar o seu lugar ao sol. Ambição e vontade de enfrentar desafios são aspectos que não podem ficar de fora, assim como a combinação entre profissionais experientes e mais jovens em uma equipe de talento, e também colaboradores alinhados à cultura da empresa para reter e motivar talentos.

Aliou Cissé (Senegal)

O senegalês de 46 não é o técnico mais jovem da lista, mas é referência por mostrar o quanto novas ideias fazem a diferença. Único técnico negro da Copa de 2018, o ex-jogador chegou ao comando da equipe senegalesa em 2015, antes mesmo de completar 40 anos. Campeão africano em 2021, Cissé superou uma tragédia para dar a volta por cima e mostrar o seu talento. Em 2002, três meses após jogar a Copa, perdeu 11 familiares em um naufrágio que vitimou quase 1,9 mil pessoas.

Cissé - Foto: Depositphotos

Considerado um dos melhores e mais promissores técnicos da atual geração, Cissé sempre valorizou o patriotismo e demonstrou orgulho em representar o seu país, sentimento que leva para seu grupo de jogadores. Apelidado de “El Tactico”, o treinador quebra o estigma de que seleções africanas usam mais o físico do que a inteligência para jogar. 

RH Cissé’: Moderno, inovador e antenado. O RH inspirado no africano é aquele que busca otimizar a sua gestão, deixando para trás práticas que não são mais tão eficientes e apostando em novas tecnologias, abordagens e metodologias para potencializar o trabalho da área. Vestir a camisa da empresa é fundamental para fazer acontecer.

Capa: Via Depositphotos

Por Bruno Piai