Seis elementos que ajudam a fortalecer o trabalho em equipe no ambiente home office. Modalidade disparou com a pandemia.

A humanidade está quase um ano e meio vivendo momentos de incertezas, sem qualquer previsibilidade. Claro que as vacinas estão contribuindo para que, aos poucos, tudo se normalize. Mesmo que isso aconteça, nada mais seguirá o antigo modelo à risca, principalmente no que diz respeito ao trabalho, que teve as suas relações diretamente afetadas, tornado o home office praticamente uma regra.

Diante desse cenário, um bom líder faz toda a diferença. Ele sabe que desafios podem surgir e levar muitas vezes a acertar as velas e seguir por outros caminhos.

Quando se fala em liderança, recordo que muitos já pensam em papéis e posições hierárquicas, no entanto, esse momento caótico levou a aprofundar e a repensar esse conceito de liderança e trazer à consciência de que todos são líderes em algum patamar. Isso nos leva a autorresponsabilidade por nossas escolhas e atos, sabendo que isso interfere na nossa vida e nos sistemas que atuamos, seja familiar, profissional e em termos de planeta.

E tudo isso está ligado também com as novas formas de trabalho. Afinal, as pessoas tiveram que aprender a trabalhar em casa, sincronizando atividades domésticas, educação dos filhos e relações familiares e ainda manter a saúde e equilíbrio mental diante de tudo que foi apresentado. Esse momento, foi um convite a todos a saírem de suas histórias como coadjuvantes e realmente irem para o protagonismo de suas vidas.

Com isso, os líderes e empreendedores tiveram também que aprender a trabalhar com cooperação e colaboração, definindo papéis e trazendo seus colaboradores para autorresponsabilidade, compartilhando o leme para que todos pudessem alcançar o destino com fluidez e enfrentando os desafios dessa nova forma de trabalho juntos.

Nesse sentido, foi necessário que cada um se organizasse internamente com seus pensamentos, sentimentos e emoções, como também se organizasse externamente, com uma rotina minimamente previsível.

E para isso, ferramentas e técnicas que viabilizassem essa organização começaram a ser buscadas, difundidas e introduzidas na rotina de trabalho e vida que viabilizassem comprometimento, entrega, melhoria na comunicação e acima de tudo que respeitassem o bem-estar e qualidade de vida do colaborador.

E com base no exposto acima, a especialista separou seis elementos que devem ser considerados para criar um ambiente de trabalho mais cooperativo e eficaz em tempos de home office:

1- Comunicação Consciente e Eficaz

Entendo que esta é uma das chaves para o sucesso no trabalho home office, no engajamento, entregas e alcance de resultados. Uma comunicação assertiva, limpa e não violenta abre portas e cria possibilidades. É por meio dela que os acordos e entregas são definidos e pontuados.

O líder se expressa e imprime suas emoções, por isso tão importante o autoconhecimento até na hora de se comunicar, afinal as palavras têm poder, e disso nós já sabemos. Elas podem transformar pessoas como podem destruir.

Algumas perguntas podem ser feitas antes de qualquer processo de comunicação, como por exemplo: que palavras posso utilizar aqui que vão trazer maior engajamento e motivação para a equipe? Que palavras vão trazer vinculação de propósito e gerar significado?

Uma comunicação não assertiva, pode trazer problemas de resultados e conflitos de entendimento, e, neste momento é tudo que não queremos.

E lembrem-se, não existem vítimas em atos de comunicação, eu sou responsável quando me comunico e pelo o quê comunico, e a outra parte é responsável por entender e manifestar qualquer ruído na comunicação. Quando há clareza e entendimentos sem pontos de vista destoantes, tudo ocorre com muita fluidez.

2- Cooperação consciente

Esse elemento nos traz a consciência de que cada escolha e ação impactam na minha vida, na do outro e em maior instância no planeta.

O ambiente cooperativo ou colaborativo tem a premissa de alcançar o bem maior e desejar o bem a todos, presando pela qualidade de vida e bem estar.

Os resultados vêm com o engajamento de todos. Todos fazem parte do processo.

E aqui também podemos fazer perguntas como: que contribuição posso ser para o grupo a partir do papel que desempenho? Que escolhas posso fazer aqui que vai trazer mais benefícios

E lembrem-se, engajar não é o mesmo que estimular competitividade, a consciência inclui, gera comunhão e não cria separação.

Além de ser uma forma de gerar emoções negativas, a competitividade sugere escassez, e isso não é o que queremos transmitir para a empresa e seus colaboradores. O crescimento é sempre próspero e generoso

3- O Combinado não sai caro

Definir acordos e entregas pode ser entendido aqui quase como um braço da comunicação eficaz e consciente, uma vez que é neste momento que praticamos a escuta ativa e habilidade de engajar sem qualquer violência ou ruído no ato de comunicar, respeitando o espaço e momento do outro.

Considerando o cenário e as exigências do trabalho home office, principalmente neste momento que dividem espaço com as rotinas do lar e familiares, definir quais são as expectativas, objetivos e metas com seu colaborador é fundamental, e essas devem ser factíveis e mensuráveis a fim de que o líder também consiga fazer uma gestão eficaz.

E neste momento, um elemento aqui é fundamental a ser considerado garantir a saúde emocional do colaborador para que não entre em qualquer desgaste, estresse ou até mesmo em burnout por metas inexequíveis ou se sobrecarregando com rotinas e atividades.

Ao estabelecer as entregas, as duas partes devem ter claro como isso deve funcionar de forma leve e eficaz para os dois, observadas as rotinas, aqui a relação é de ganha-ganha e exige o comprometimento das duas partes para a execução dos acordos.

O objetivo é sempre trazer e criar um ambiente de benevolência, leveza e expansão para maior engajamento, com muito equilíbrio para todas as partes.

Deixo uma dica aqui: construa um calendário de entregas e utilize ferramentas que seja possível o acompanhamento, de forma que juntos vocês possam mapear as entregas realizadas e celebrar os resultados.

4- Constantemente evoluindo. Constantemente criando valor

Se a competividade tiver que ser estimulada que seja conosco mesmo, ou seja como posso ser melhor que ontem?

Como posso crescer e evoluir como ser? Quais são minhas forças, competências e habilidades? O que posso acrescentar de conhecimento a minha vida que vai me trazer expansão profissional?

E sem dúvidas, se nos distrairmos um pouco dos problemas e dos cenários confusos que a pandemia nos trouxe, podemos ver oportunidades, como por exemplo, estamos vendo muita divulgação de cursos online e gratuitos que trazem mentorias, capacitação profissional e autoconhecimento.

Minha sugestão aqui é: como seria criar uma Agenda de Capacitação? Um planejamento de cursos que seriam importantes para o seu crescimento profissional e pessoal?

5- Criando Bem-estar e Qualidade de Vida

Em rotina normal, empresas que não olham para isso tendem a ter um número maior de absenteísmo.

Com o movimento que estamos vendo de novas formas de trabalho, sem dúvidas esse elemento será fundamental para manutenção de colaboradores.

Essas mudanças que vem acontecendo no contexto corporativo vem trazendo também um novo mapa mental em que a premissa de bem-estar e qualidade de vida são significativas.

É importante que os líderes façam sempre perguntas no sentido de: a empresa consegue criar situações para os empregados ou ambientes que promovem qualidade de vida e bem-estar?

A maior parte das doenças físicas e emocionais surgem de ambientes tóxicos e que não promovem benevolência e cooperação.

E neste momento de pandemia e um cenário imprevisível, ações que promovam maior equilíbrio emocional aos colaboradores se fazem necessárias para criar maior engajamento e manter a motivação.

Minha dica é: divulgue materiais e crie agendas com exploração de conteúdos de autoconhecimento, práticas de bem-estar, alimentação saudável, entre outros.

6- Criando ambientes de pertencimento e honra

Todo ser humano busca pertencer e se encaixar em algum grupo ou sistema, quando isso não acontece, quando excluímos alguém, os conflitos começam a aparecer, dificultando todo processo de engajamento.

Aqui cabem algumas perguntas como: qual é o meu lugar neste sistema? Qual é o meu proposito aqui? Eu sou tratado com respeito? Eu tenho liberdade de ser quem sou? Eu tenho liberdade para criar e compartilhar o meu propósito nesta empresa?

E lembre-se, todos estão com a mão no leme agora e cada um é autorresponsável por suas escolhas e se existe algo que não possamos mudar no ambiente externo, como podemos mudar o nosso interior para que possamos atravessar da melhor forma as situações que não estão no nosso controle?

Pode ser que em um primeiro momento e ao observar os elementos, aplicá-los seja um tanto quanto utópico quando se trata de cenários como o que estamos vivendo neste momento e que não temos muito controle. Mas ao contrário disso, é justamente neste momento que podemos buscar e aplicar ferramentas que tragam mais leveza e produtividade, observando sempre o bem-estar de todos.

A adaptação ao novo cria sempre um desconforto, mas a medida em que praticamos, testamos e validamos aquilo que funciona para a nossa rotina, vamos criando o nosso método e expandido isso para os demais, agregando conhecimento e sendo contribuição.

Se queremos que mudanças aconteçam, elas devem começar primeiro com a gente mesmo, culturas corporativas ou sociais somente se alteram com mudanças de mapas mentais, e, isso pode ser feito em pequenos passos, não precisam ser grandes mudanças, podemos começar virando chaves internas, nos autoconhecendo, gerando valor para a empresa e para as pessoas que trabalham com a gente, se honrando, e, se você é um líder, seja você o exemplo da mudança.

É como diz a famosa frase de Mahatma Gandhi: “Seja a mudança que você quer ver no mundo”.

Deixo aqui o meu compartilhar e o desejo de dias melhores.

Fortalecer o trabalho em equipe no home office

Por Daniele Costa, especialista em gestão de pessoas é mentora, palestrante e facilitadora em desenvolvimento integral humano. É idealizadora da Plataforma da Vida, um portal de conteúdo e serviços voltados para autoconhecimento e gestão emocional. Formada em letras, passou pelo serviço público de Brasília e atuou 13 anos como bancária, nove deles como gestora. Além do portal, Daniele também criou o coletivo Brazilinas, que em um ano de existência desenvolveu, entre outras ações, a capacitação profissional de diversas mulheres em situação de vulnerabilidade social, trabalhando também a autoestima e incentivando a independência dessas mulheres.

 

Ouça também o RHPraVocê Cast, episódio 126, “Até o ‘bom dia’ vira reunião: é mesmo tão difícil se adaptar à comunicação assíncrona?”. Será que todos os líderes estão, de fato, preparados para se adaptar a um diferente estilo de comunicação? Há solução para as reuniões em excesso deixarem de ser parte do dia a dia?

Para responder a isso e auxiliar no melhor entendimento sobre a importância da comunicação assíncrona, o RH Pra Você Cast traz a neurocientista Ana Carolina Souza, sócia da Nêmesis, empresa de educação corporativa. Clique no app abaixo:

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