Os principais objetivos das empresas atualmente são permanecer relevantes e competitivas, sobretudo no mundo digitalizado e conectado no qual vivemos. Após os últimos avanços da inteligência artificial e a crescente automação, que estão transformando radicalmente o cenário empresarial, ficou ainda mais claro para as companhias que é preciso muito esforço para se manter no mercado e no gosto dos consumidores.

Nesse sentido, o RH tem sido um aliado extremamente importante das lideranças. Isso porque, para que as organizações tenham sucesso e sigam alavancando seus negócios, precisam de equipes qualificadas e engajadas que ajudem nessa jornada. Pautas como educação corporativa e reskilling (requalificação de funcionários) subiram na lista de prioridades, pois há uma necessidade imperativa de preparar os times para enfrentar a transformação digital e a possível – e provável – substituição de diversos cargos por IA.

De acordo com um estudo do Grupo Adecco realizado com mais de 34 mil trabalhadores com idades entre 18 e 60 anos, de 25 países diferentes, incluindo o Brasil, 70% dos entrevistados afirmaram que gostariam que seus empregadores atuais viabilizassem mais treinamentos e re/upskilling que possibilitassem movimentar colaboradores internos para novas funções antes de contratar outros profissionais.

Esse cenário faz com que seja essencial que as empresas proporcionem as ferramentas e recursos para que os colaboradores adquiram as habilidades necessárias para trabalhar com a IA e outras tecnologias emergentes. Muitos empregos estão evoluindo ou se tornando obsoletos devido à automação, o que requer um esforço para identificar as áreas que serão significativamente impactadas com isso e uma abordagem proativa para capacitar os times com novas competências.

Um dos primeiros passos para realizar essa requalificação é fazer uma avaliação interna e identificar as lacunas de habilidades que precisam ser preenchidas. Portanto, o gestor de RH deve trabalhar em conjunto com os líderes de equipe e outros colegas para desenvolver um plano de reskilling que seja adaptado às necessidades específicas da empresa.

Além disso, a gestão precisa estar atenta às mudanças no ambiente corporativo e às tendências de emprego impulsionadas pela IA, pois isso ajudará a antecipar as demandas futuras por determinados conhecimentos e garantir que a requalificação esteja alinhada com as exigências do mercado. Utilizar a própria IA para tutorar e treinar os times, apoiando suas jornadas de qualificação, também é uma possibilidade que precisa ser explorada pelo RH.

Outro aspecto fundamental para o sucesso dessa iniciativa é ensinar os colaboradores como fazer as perguntas certas para obter as respostas mais assertivas possíveis da IA, além de incentivar uma cultura de aprendizado contínuo e crescimento na organização, encorajando a busca constante de novos conhecimentos e a adaptação às mudanças. Isso resulta na criação de um ambiente que valoriza o estudo como parte essencial do trabalho.

Vale lembrar que os gestores e lideranças precisam estar cientes das preocupações dos colaboradores em relação à automação e à IA, e fornecer informações claras e transparentes sobre o processo de reskilling e como a transformação afetará a rotina de trabalho. A comunicação aberta e honesta é crucial para criar confiança e engajamento durante a preparação para a mudança, e o RH deve estar disposto a também aprender e se adaptar para que possa liderar pelo exemplo e ser modelo para a equipe.

Gustavo Caetano é CEO da Samba Tech, embaixador da Reserva e autor do best-seller “Pense Simples”. É um dos colunistas do RH Pra Você. O conteúdo dessa coluna representa a opinião do colunista. Foto: Divulgação.