Muito do que se falava sobre o setor de RH, Pessoas & Cultura e como as lideranças das empresas deveriam agir até pouco mais de um ano atrás sofreu um chacoalhão. A pandemia de Covid-19 e o isolamento social causaram diversas mudanças na sociedade, uma delas sendo a transformação não só dos negócios em si, mas também da forma como os gestores devem conduzir a equipe e garantir o crescimento da companhia.
O que percebemos foi uma tentativa de adaptação das organizações no sentido de entregar soluções mais rápidas, acessíveis, que se adequavam às necessidades do consumidor. Tudo isso em meio a um quadro de incerteza sobre o que priorizar e como digitalizar o negócio, já que a maioria dos colaboradores estava em casa.
O cenário da transformação digital ganhou força e passou a ser o principal assunto discutido no Conselho e pelas lideranças das instituições – até porque essa se tornou uma das iniciativas mais importantes dado o atual contexto. Isso se comprovou numa pesquisa inédita realizada pela Sambatech e Samba Digital que mapeou como a TD vem sendo aplicada internamente. Segundo o levantamento, aproximadamente 62,5% das empresas brasileiras pretendem destinar de 10% a 30% de seu faturamento para sua execução em 2021.
Só que, de acordo com o mesmo estudo, para 23,8% dos respondentes o principal desafio encontrado pelas companhias quando o assunto é implementá-la é a falta de colaboradores com as habilidades necessárias, enquanto para 20% o obstáculo é saber como e por onde começar a transição.
O caminho da transformação digital passa necessariamente por uma mudança cultural e de mindset – e isso está diretamente ligado à liderança, que tem a responsabilidade de engajar e incentivar que todos abracem a causa, fornecendo não apenas as ferramentas necessárias para a digitalização, como também a direção a ser seguida.
A partir do momento que os gestores se mostram verdadeiramente comprometidos, dispostos a rever conceitos e testar novidades, toda a equipe acaba sendo estimulada a se envolver também. Nesse cenário, a organização dos times internamente passa a ter um papel importante na execução e, principalmente, na motivação dos funcionários, que querem ser mais colaborativos e fazer parte da revolução.
É função da gestão também observar se os colaboradores contam com as qualificações fundamentais para a transição e treinar e desenvolver essas habilidades internamente, para que não precisem sempre recorrer a trazer gente de fora a um custo normalmente alto.
Se antes o modelo era de comando-controle, onde os líderes definiam as tarefas e apenas mandavam os colaboradores executá-las, atualmente esse esquema já não funciona. É essencial que ele crie formas de fazer com o que a equipe se sinta parte do negócio e, claro, gere um ambiente em que haja espaço para a colaboração e os feedbacks sinceros de ambas as partes – vale destacar que uma parceria com a área de Pessoas & Cultura pode ser muito vantajosa, ajudando a realizar essas iniciativas com mais facilidade, competência e precisão.
Outro ponto crucial para o sucesso da transformação digital é a implementação do fail fast, permitindo que o time faça testes recorrentes das novas soluções e processos para conseguir identificar o que está funcionando e o que ainda precisa ser ajustado de forma rápida e eficiente, por meio da tentativa e erro.
Mas para alcançar esses objetivos, é imprescindível que o líder escolha as pessoas certas para compor o seu time de profissionais e saiba desenvolver e reter esses colaboradores para que eles consigam colocar em prática o conceito de transformação digital internamente e exercer a sua função de maneira impecável, pois serão eles que vão ditar o sucesso dos negócios. Por isso, valorize sempre a sua equipe e aqueles que estão ao seu lado.
Gustavo Caetano é CEO da Samba Tech, embaixador da Reserva e autor do best seller “Pense Simples”. É um dos colunistas do RH Pra Você. O conteúdo dessa coluna representa a opinião do colunista. Foto: Divulgação.