Se liderar a equipe normalmente no dia a dia já é complexo, imagine então realizar essa tarefa em momentos de reestruturação dos negócios, nos quais surgem diversas dúvidas e incertezas sobre o futuro da empresa. Desafiador, certo?

É o que aponta a pesquisa OrgBRTrends 2023: as 10 macrotendências que estão moldando as organizações brasileiras, realizada pela McKinsey com mais de 350 líderes de 14 setores para reconhecer as principais mudanças organizacionais em curso e de que forma os executivos podem atuar diante delas: para 70% das lideranças brasileiras, suas instituições ainda não estão prontas para reagir rapidamente às transformações do mercado.

Por isso, acredito que nesses períodos de mudança é importante adotar uma postura honesta e o mais transparente possível, mantendo os colaboradores informados sobre as alterações planejadas e os impactos esperados a curto, médio e longo prazo.

Além disso, os líderes devem estar abertos ao diálogo, incentivando a equipe a expressar suas preocupações e oferecendo todo o suporte emocional e profissional necessário. Portanto, nessas situações, a confiança é a peça-chave, e os gestores precisam saber cultivá-la internamente. Expor os desafios que a companhia enfrenta não pode ser encarado como algo negativo, principalmente se acompanhado do comprometimento em enfrentá-los junto dos times.

Vale lembrar ainda que em momentos de incerteza é fundamental que os líderes ofereçam direcionamentos para a equipe, o que inclui definir metas claras e realistas, estabelecer prioridades e acompanhar de perto o progresso em direção aos objetivos estipulados.

Para ajudar nessa missão, as organizações também devem oferecer treinamentos e oportunidades de desenvolvimento, auxiliando os colaboradores a adquirirem novas habilidades e competências essenciais para enfrentar os desafios da reestruturação.

Essa iniciativa, além de positiva para a reputação e imagem da marca, também mostra para todos que o foco está em evoluir e melhorar, e não necessariamente em cortar gastos demitindo funcionários ou parando de apoiá-los em suas jornadas de crescimento profissional.

Durante esses momentos difíceis, porém inevitáveis e muitas vezes necessários para sobreviver em mercados cada vez mais competitivos, os gestores devem liderar pelo exemplo e demonstrar resiliência e capacidade de adaptação – o que também incentiva comportamentos positivos no resto da equipe. Lidar com a pressão e o estresse, e ao mesmo tempo manter uma atitude positiva e proativa pode não ser fácil, mas fará toda a diferença ao longo desse processo.

Todas essas iniciativas, se bem conduzidas, ajudam a garantir que ao final do período de reestruturação as organizações estarão ainda mais fortes e com times comprometidos, integrados e motivados para os novos ciclos. Como líder de uma empresa que já se reinventou várias vezes, sei que, apesar de trabalhosa, essa jornada tem o potencial de transformar positivamente os negócios, levando as companhias a novos mercados e públicos que nem elas tinham se dado conta de que poderiam atingir. Pense nisso!

Gustavo Caetano é CEO da Samba Tech, embaixador da Reserva e autor do best-seller “Pense Simples”. É um dos colunistas do RH Pra Você. O conteúdo dessa coluna representa a opinião do colunista. Foto: Divulgação.