O início deste ano é marcado pelo cenário político e econômico caótico que vem afetando os negócios e o comportamento psicoemocional dos seres humanos ao redor do planeta. É o caos que anuncia uma nova era.

Além do impacto dos recursos tecnológicos em crescente expansão, transformando o dia a dia das empresas e das pessoas, os movimentos sociais em escala mundial sugerem mudanças alarmantes no cenário geopolítico mundial.

Disputas entre países se transformaram em guerras, terrorismo e conflitos armados proliferam, os governos de importantes nações encontram-se sob fortes contestações, e a luta pelo poder entre direita, esquerda e globalistas que procuram impor suas “soluções” para os problemas mundiais.

O excesso e a manipulação dos meios de comunicação fomentam dúvidas e mentiras que obscurecem os fatos. A imprensa tradicional está decadente, e as redes sociais, inundadas de mediocridades, têm deixado os homens comuns perplexos.

O modelo social tradicional “família, pátria e liberdade” se encontra em desagregação com a exasperação sectária entre homens e mulheres, pretos e brancos, hétero e homossexuais etc., o que cria o caos a nível individual, e queiramos ou não, faz parte das incertezas do momento de transição que vivemos.

Diante da instabilidade mundial e no Brasil, em virtude das expectativas econômicas imprevisíveis para 2024, e da insegurança jurídica que enfrentamos, o planejamento estratégico de longo prazo cede lugar de importância à gestão estratégica que precisa monitorar os resultados operacionais através de um sistema de Contabilidade Gerencial que forneça informações em tempo real e permita ações inteligentes (Business Intelligence) a tempo e a hora.

A Gestão Estratégica tem como focos principais as Finanças e os Recursos Humanos, que são fatores passiveis de ajustes de curto prazo, isto é, redução ou aumento “pari passo” dos recursos financeiros e humanos investidos, conforme o andamento dos negócios.

No que diz respeito às Finanças, o acompanhamento diário do fluxo de caixa permite prevenir necessidades ou excessos a curto prazo, orientando o gestor no tocante a medidas a serem adotadas.

No caso de excesso de caixa, o Gestor Financeiro pode planejar investimentos que possibilite rendimentos sem inibir a mobilização se e quando necessária. O mercado financeiro oferece inúmeras opções para investimentos de curto e médio prazo.

No caso de necessidade de caixa, o Gestor Financeiro pode adiar despesas não essenciais e que não comprometam as operações, acelerar cobranças, e em conjunto com o Gestor de Marketing e Vendas, realizar campanhas para acelerar vendas de estoques disponíveis, o que é muito comum no mundo dos negócios.

No que diz respeito aos Recursos Humanos, a questão é mais delicada, pois reduzir quadros implica em custos elevados, principalmente quando envolve empregados registrados e com vários anos de relacionamento, além de jogar fora os esforços de recrutar, selecionar e treinar.

Para determinadas funções não relacionadas com a missão da empresa como Limpeza, Segurança, Manutenção Elétrica e Hidráulica, Assistência Médica, Processamento de Dados, Assistência Jurídica, e outras, o ideal é contratar terceiros (outsourcing) que permitam alterações com avisos de curto prazo, podendo ser adequados a flutuação de demanda sem maiores custos.

Da mesma maneira, é conveniente obter insumos de empresas parceiras que produzam semimanufaturados, como é o caso das autopeças, motores elétricos etc., o que permite à gestão focar em sua atividade principal, além de reduzir investimentos e riscos de mercado.

Nas empresas que trabalham com projetos específicos, o ideal é ter empregados fixos somente nos cargos chaves, não sujeitos a flutuação de demanda, e contratar profissionais por tempo determinado para a execução de cada projeto, encerrando o vínculo empregatício ao seu término.

Nas empresas com produção contínua ou em série, o ideal é preservar o número mínimo necessário de ocupantes dos cargos chaves conforme a capacitação elevada, confiança, liderança, e especialidades não abundantes no mercado de trabalho, reduzindo, quando oportuno, os ocupantes das funções mais comuns e de fácil reposição.

Nos momentos de redução de quadros funcionais, é recomendado elaborar um plano de lay-off voluntário, priorizando os que já possuam condições para se aposentar e os mais jovens, que certamente terão mais facilidade para obter novo emprego. É possível contratar uma consultoria de outplacement para apoiar os demitidos de maior nível na busca de outro emprego.

Dependendo da atividade e localização da empresa, é possível treinar detentos para funções simples, que podem ser mobilizados e desmobilizados quando necessário, sem os custos trabalhistas, o que além de ser uma importante contribuição para reintegração social deles, representa uma excelente opção para ter um Manpower elástico conforme as circunstâncias.

Independentemente da evolução atual dos negócios, é melhor prevenir do que remediar.

Vicente Graceffi, consultor em desenvolvimento pessoal e organizacional. É um dos colunistas do RH Pra Você. O conteúdo dessa coluna representa a opinião do colunista. Foto: Divulgação.