Diante das turbulências do cenário político e econômico interno e mundial, as empresas necessitam estar em alerta e preparadas para acontecimentos que afetem seu mercado, ajustando seus planos com frequência.

No mercado interno, a instabilidade econômica, política e jurídica local representa riscos evidentes. As incertezas quanto a reforma tributária, a capacidade financeira dos estados e municípios, a gastança do governo federal são riscos sérios ao equilíbrio financeiro.

A ameaça do MST no campo é outro fator que pode reduzir investimentos e a própria produção agrícola, afetando a balança de pagamentos. São muitos os riscos que estamos correndo.

A guerra na Europa e Oriente Médio pode ter repercussões imprevisíveis. Corremos os riscos de redução de oferta de petróleo e de alimentos, e até de uma parcial paralização econômica. Isso se não arrastar os Estados Unidos e China ao conflito.

Sob tantos riscos, os negócios precisam ser monitorados a curto prazo, e exigem uma gestão dinâmica para ajustar os gastos e os recursos conforme as oscilações do mercado.

O RH precisa estar alerta para anteceder às demais providências administrativas, uma vez que reduzir e aumentar a força de trabalho de forma imediata não é viável.

Explicando melhor, se for prevista uma redução das vendas, a redução de mão de obra produtiva precisa ser muito bem administrada para evitar os custos de uma ociosidade elevada, mas cuidando para não perder pessoas chaves no caso de uma eventual retomada da produção mais adiante.

Estratégias como banco de horas, férias coletivas, planos de layoff e outplacement são opções viáveis, dependendo do tempo previsto para retorno à normalidade.

Em muitos casos, a terceirização de setores da empresa é bastante positiva, uma vez que reduzem a força de trabalho, sem reduzir a capacidade produtiva. Qualquer impacto na produção será parcialmente exportado. Essa estratégia é frequente nas indústrias de produtos complexos que transferem a produção de partes e componentes para outras indústrias, muitas vezes formadas por seus ex-funcionários. Os custos compensam a redução dos riscos.

Por outro lado, quando for prevista uma retomada das vendas, a reposição da mão de obra para garantir o aumento da produção vai depender da agilidade de Recrutamento e Seleção. Um bom sistema de cadastro de candidatos e parcerias com empresas de recrutamento e seleção são importantes nesses momentos.

Há tempos mencionei o uso de mão de obra encarcerada, treinada para tarefas simples e que pode ser mobilizada quando houver excesso de demanda, e desmobilizada quando não mais necessária, sem estar sujeita à encargos trabalhistas.

Certamente cada caso é um caso, mas as opções não são muitas. Em tempos turbulentos é preciso estar alerta.

Vicente Graceffi, consultor em desenvolvimento pessoal e organizacional. É um dos colunistas do RH Pra Você. O conteúdo dessa coluna representa a opinião do colunista. Foto: Divulgação.