Contratar com agilidade e eficiência é o objetivo do recrutador, que, hoje, lida de modo muito mais complexo com o processo seletivo e com as pessoas candidatas. Entender e resolver as dores de quem busca recolocação profissional — ou ingresso no mercado de trabalho — é um bom caminho a ser seguido. Para te ajudar a atingir esse objetivo, o design thinking no RH surge como possibilidade.

O método, oriundo da área de design, pede olhar crítico e atento dos profissionais de RH e se volta totalmente para o consumidor final — nesse contexto, representados pelos candidatos e também pelos stakeholders

Prezando pelo envolvimento de profissionais de diferentes áreas da empresa para buscar soluções relevantes, essa abordagem pode ser a mudança de chave que você precisa implantar em seus processos.

Quer saber tudo sobre design thinking em recursos humanos, como implementar e quais ferramentas utilizar para ter sucesso? Continue neste artigo e descubra com a gente!

O que é o Design Thinking e como se aplica no RH? 

Antes de ir à definição de design thinking, vamos olhar para uma etapa anterior e entender qual é a função básica do design, a fonte de origem do método. A principal tarefa dos designers é, por meio de estratégias e processos, entregar soluções que atendam a demanda de consumidores de produtos ou serviços.

Tomando como base essa definição básica e totalmente voltada para o outro, nos anos 1990, David Kelly e Tom Brown, fundador e CEO da agência de design IDEO, respectivamente, começaram a desenvolver os primeiros passos do método design thinking. 

Nos anos 2000, a abordagem ganhou espaço em fóruns e revistas, sendo cada vez mais disseminada e chegando para diferentes profissionais, não se restringindo a designers.

O design thinking é uma metodologia colaborativa focada em resolver, de maneira criativa, as necessidades do consumidor de produtos ou serviços. 

Colaborativa porque exige o olhar de pessoas que atuam em diferentes áreas da empresa e criativa porque não existe uma receita que servirá para todo e qualquer cenário: por ser um processo que exige o entendimento das particularidades de cada situação, cada dor exigirá, também, uma solução personalizada.

Tenha em mente seu dia a dia como profissional de RH e pense nos processos de R&S que você conduz:

  • Eles estão alinhados com as necessidades das outras áreas envolvidas nas contratações?
  • Eles são voltados para solucionar problemas tanto dos seus pares quanto dos candidatos?
  • Eles proporcionam uma boa experiência, pensando em employer branding e em employee experience?

A partir da reflexão, você já vislumbra como a metodologia se aplica no dia a dia de sua equipe e, mais especificamente, como pode alavancar as contratações. 

O design thinking em recrutamento e seleção colabora para a chegada de candidatos com mais fit cultural, reduzindo a taxa de turnover, otimizando o engajamento e melhorando o clima organizacional.

Objetivos do Design Thinking no RH 

Compreendemos, até aqui, que o design thinking pensa na eficiência do resultado partindo de soluções criativas e elaboradas em conjunto. Trazendo para o contexto de RH, os objetivos do design thinking passam, justamente, pela melhor entrega aos stakeholders e aos candidatos.

Algumas das questões comuns que o recrutador lida em sua rotina e que podem ser pensadas a partir do prisma do design thinking são:

  • fechamento de vagas no SLA ideal;
  • atração de candidatos adequados tanto em hard quanto em soft skills;
  • redução dos pedidos de novas contratações para substituições;
  • otimização de tempo de todos os envolvimentos nas contratações;
  • possibilidade de estruturar a equipe de forma mais estratégica;
  • contribuição ativa no crescimento da empresa, por meio de contratações assertivas.

É interessante frisar a importância do envolvimento de colegas de outras equipes, como os gestores que abrem vagas, colegas do departamento pessoal que lidam com parte de contratações e desligamentos, pessoas envolvidas com as boas práticas de diversidade e inclusão na empresa.

Somente com a pluralidade e a conexão das demandas e das dores de cada um, será possível:

  • permear todas as questões importantes do processo de R&S de ponta a ponta;
  • dar visibilidade das dores que você, como recrutador, tem;
  • endereçar todos os pontos;
  • entender, em conjunto, as necessidades do candidato;
  • começar a entender os caminhos ideais para cada ponto.

Quando aplicado de forma correta no contexto da empresa, das equipes e dos pontos a serem resolvidos, o design thinking atingirá o sucesso. 

Isso pode ser medido a partir dos KPIs relevantes para cada situação: se as ações executadas a partir da metodologia trouxeram resultados positivos, as pessoas envolvidas estão no caminho certo, ou seja, fazem entregas que solucionam os problemas detectados.

Como implementar e aplicar

Para implementar e aplicar o design thinking em sua empresa, é preciso passar por algumas etapas. Todas elas são necessárias, cada uma tem sua importância no processo e os resultados positivos dependem da boa condução em cada fase.

Imersão Ou Fase De Empatia

O primeiro passo para implementar a metodologia em sua empresa é entender quais são os pontos de atenção no contexto a ser analisado — por exemplo, quais são as fricções durante o processo de recrutamento e seleção, desde a requisição da vaga até a contratação do novo colaborador.

Para isso, é preciso reunir o grupo de pessoas que olhará, com diferentes backgrounds, para as questões. 

Além disso, todas as pessoas envolvidas precisam ter o senso de empatia. Isso quer dizer que é imprescindível estar muito aberto para coletar dados com a finalidade genuína de entender o problema do outro.

Somente com tal direcionamento será possível ter informações verdadeiras que contribuirão na construção eficaz do processo.

Análise e Síntese

Esse é o momento de olhar criticamente para as questões mapeadas e entender os padrões entre elas: 

  • o que foi trazido como dor pela maior parte das pessoas na fase anterior;
  • quais sentimentos ou comportamentos em comum;
  • quais adjetivos foram citados para descrever determinada situação;

Ao fazer a análise, chega-se ao cerne do problema e, a partir desse ponto, é possível sintetizá-lo. Caso haja mais de um problema, é interessante que cada um seja tratado em diferentes momentos, pois uma solução não é a mesma para questões distintas.

Ideação

Agora que vocês chegaram no que precisa ser resolvido, é a hora do bom e velho brainstorming. Aqui, não existe ideia ruim: o objetivo é que cada um, desde suas experiências, contribua para a construção de alternativas.

Em um primeiro momento, motive as pessoas do grupo a falar e ouvir sem julgamentos. Colete todas as ideias que surgirem e, depois disso, todos devem discutir acerca de quais são as melhores opções – sempre conduzidos pela resolução do problema descoberto no passo anterior.

Prototipagem

Com as melhores ideias de solução em mãos, é a hora de fazer testes antes de colocar o projeto final para rodar em definitivo.

Aqui, podemos pensar na prototipagem como um MVP (produto mínimo viável, na tradução em português): a entrega de uma versão simplificada, com o intuito de testes e ajustes para entender o que funciona e o que deve ser deixado de lado.

É muito importante que o protótipo não gere custos muito elevados — seja em tempo ou em dinheiro —, já que se trata de uma fase de experimentação.

Implementação

Aqui, você e seus pares já fizeram os testes e sabem qual é o caminho ideal para entregar a solução. Chega então a hora de implementá-la para o público que terá sua dor resolvida.

Nessa etapa, todos devem acompanhar de perto o processo para que seja colocado em prática da melhor forma possível e cumpra seu objetivo inicial.

Monitoramento

Enquanto o plano de ação roda, é importante que os KPIs estabelecidos como métricas de sucesso sejam monitorados por cada responsável no prazo estabelecido.

A partir da análise dos números, vocês entenderão se a dor detectada foi plenamente sanada, se é preciso pensar em aprimoramentos, quais fases do processo pedem mais atenção e quais são os próximos passos, caso seja necessário.

Quais os resultados esperados? 

O processo bem construído e implantado corretamente levará a resultados otimizados, a partir de soluções criativas desenvolvidas em conjunto. Isso graças ao compartilhamento de olhares de colaboradores de diferentes frentes, à descoberta da dor a ser sanada e aos processos para chegar na solução mais criativa e eficaz para o cliente.

Confira, a seguir, os principais resultados que o time de R&S pode alcançar por meio do design thinking:

Ganho Em Agilidade E Eficiência Nas Contratações 

Sabendo exatamente o que precisa ser ajustado para contratar com mais agilidade e efetividade, o time de R&S conduzirá os processos seletivos de modo muito mais ágil, sem ir por caminhos que já se mostraram pouco aderentes à realidade de seu negócio.

Tais alinhamentos, consequentemente, trarão os seguintes benefícios:

  • SLA de fechamento de vaga reduzido;
  • redução no turnover, pois as contratações serão mais certeiras;
  • colaboradores com maior ciclo de vida na empresa;
  • equipes mais sólidas e conectadas;
  • aumento do engajamento dos colaboradores;
  • melhora no clima organizacional;
  • ganho de tempo para a equipe de RH olhar para questões estratégicas – e não para substituir constantes saídas da empresa, por exemplo.

Maior Entregabilidade

O processo de design thinking traz maior sinergia entre diferentes áreas da empresa. A troca de experiências e dores de cada área e a posterior resolução de cada uma delas faz com que as entregas feitas sejam mais certeiras.

Daí vem a importância de a equipe de recrutamento e seleção estar em contato com todos os setores da companhia, uma vez que todos eles podem ser stakeholders em algum momento.

Por meio de estratégias bem desenhadas e soluções, a entrega de cada equipe ganha ainda mais potência.

Melhor Experiência Do Candidato

O candidato, dentro da lógica do design thinking no RH, é um cliente que também precisa ter sua dor atendida. Além de o recrutador entender quais são as questões internas a serem resolvidas para um processo seletivos mais adequado, é preciso entender a visão do candidato.

Quando isso acontece, o candidato passará pelas etapas de R&S com muito mais fluidez, têm suas dores atendidas (como feedback em cada fase e cumprimento de prazos estabelecidos) e terá ainda mais vontade de fazer parte da empresa, podendo se tornar um promotor da sua marca empregadora.

Design Thinking é uma metodologia útil para o recrutamento

Quais as vantagens do Design Thinking no RH 

Os resultados da metodologia aplicadas no RH já são, por si só, vantajosos para a empresa, os colaboradores e os candidatos que desejam fazer parte do seu negócio.

Separamos as principais vantagens que o design thinking traz para o RH. Confira!

Otimização De Processos

Quando um time está bem alinhado em relação aos processos, tem-se um ganho e tanto no desenvolvimento das atividades e no alcance dos resultados. Levar isso para todos os times envolvidos nos principais processos da empresa, como acontece no design thinking, os ganhos são potencializados.

É essencial que as equipes estejam alinhadas em relação aos processos para que, cada vez mais, eles fiquem otimizados. Por isso, dê visibilidade quando houver mudanças e também quando resultados forem atingidos por meio desses processos.

Senso De Colaboração

A metodologia pede o senso de colaboração muito apurado. Isso porque é necessário olhar para situações em 360º e não apenas do ponto de vista da sua equipe ou da sua especialidade técnica.

Para que o profissional de RH chegue na melhor solução para o cliente interno ou externo, é preciso ser uma pessoa colaborativa para entender o todo e, então, caminhar para possíveis alternativas. 

Ampliação De Conhecimento

Para desenvolver o senso de colaboração, é imprescindível ampliar o conhecimento em outras frentes. Você não precisa se tornar um expert, e sim estar por dentro dos contextos das dores e entender como eles estão causando atritos que precisam ser resolvidos.

Para os profissionais de R&S o movimento é usual: é preciso saber informações das áreas que precisam contratar, algumas especificações técnicas e as habilidades para desenvolver as atividades, por exemplo.

Proatividade e vontade de aprender são características que contribuem bastante para a ampliação do conhecimento.

Conexão Entre Equipes

O design thinking é uma metodologia que conecta diferentes equipes. Muitas vezes, na correria do dia, essa troca de informações não acontece e é justamente aí que as dores dos clientes – steakholders ou candidatos – podem surgir.

Estabelecer e nutrir o diálogo com outras equipes é passo essencial para o sucesso do design thinking no RH.

Tecnologia no Design Thinking no RH 

O design thinking no RH pode ter como grande aliada a tecnologia e os recrutadores conseguem otimizar ainda mais seus processos.

Quando você tem em mãos as dores dos seus pares internos – gestores e líderes que precisam de rapidez e assertividade nas contratações – e dos candidatos – que, muitas vezes, não recebem feedback das empresas – é possível contratar um software de recrutamento e seleção que resolva tais questões.

Escolha um software que:

  • utilize inteligência artificial para te entregar candidatos aderentes ao perfil buscado;
  • tenha boa performance e seja estável;
  • tenha credibilidade no mercado;
  • ofereça automações que facilitem seu dia a dia;
  • desburocratize sua rotina, deixando mais tempo para ações estratégicas.

Ferramentas para o processo de Design Thinking no RH

Para que o processo de design thinking no RH seja efetivo, é preciso olhar para dados. Somente uma metodologia guiada por dados deixará nítido para o RH quais são as dores das pessoas da empresa ou dos candidatos, permitindo e facilitando a busca por soluções.

Abaixo, listamos as ferramentas mais importantes para trazer a visão necessária:

People Analytics

Trata-se de um método que coleta, organiza e analisa os dados em relação ao comportamento dos profissionais da empresa – além de fazer algumas previsões baseadas nos padrões encontrados nas análises.

A partir do People Analytics, você entenderá onde estão os pontos de melhoria da organização e poderá montar o grupo ideal para buscar a melhor solução via design thinking.

Pesquisa De Clima Organizacional

Transitar por muitas áreas da empresa, como acontece com os profissionais de RH, dá uma visão geral de como as pessoas sentem o clima organizacional. No entanto, é preciso ir além e entender se há peculiaridades que precisam de atenção.

Invista em pesquisas de clima organizacional e, de preferência, permita que os colaboradores respondam de forma anônima. Nesse formato, as pessoas se sentirão mais à vontade para contar como realmente vivem o dia a dia da empresa – fornecendo informações poderosas ao seu time.

Pesquisa De Relevância De Marca

Entender como o mercado de trabalho e os candidatos enxergam a marca empregadora é uma ferramenta de peso. Isso permite o entendimento de quais dores devem ser sanadas para tornar sua marca mais atrativa e relevante.

Pesquisa De Satisfação No Processo De R&S

O processo de R&S, quando bem conduzido, deixará no candidato que não foi contratado uma boa impressão da empresa e das pessoas que participaram de cada fase do processo, conferindo compromisso e humanização à marca empregadora.

Por isso, vale a aplicação de pesquisa de satisfação dos processos seletivos. Aqui, você terá acesso a informações muito ricas que, certamente, apontarão quais as dores dos candidatos não contratados e as indicações de caminhos para resolvê-las.

Agora que você já sabe como oferecer soluções criativas e colaborativas, entenda como fazer a descrição de cargos para atrair os melhores candidatos.