A construção da autoconfiança tem início na infância e segue pela vida toda. Continuamente temos que desenvolver a autoconfiança e isso acontece quando reconhecemos o que acertamos e o que aprendemos no dia a dia.

A responsabilidade de um professor/educador na construção da autoconfiança das crianças é mais que pedagógica. Trata-se de uma responsabilidade e um compromisso com um mundo melhor. Trabalhar a construção da autoconfiança desde os primeiros anos do ensino básico é uma questão de cidadania.

Na infância todo ser humano precisa que um adulto “empreste” a sua confiança para que ela tenha essa competência desenvolvida e, no decorrer da sua existência, possa confiar em si mesmo e nos outros. Esse adulto pode ser na figura dos pais, dos avós, de tios e, também, dos professores que acompanham o desenvolvimento físico, emocional e psicológico dessa criança.

Segundo o neurobiólogo chileno, Humberto Maturana, “somos seres que viemos geneticamente na confiança, pois sabíamos que quando saíssemos da barriga da mamãe, alguém iria nos cuidar ate que nos cuidássemos sozinhos”.

Em determinada ocasião foi realizado um estudo e, para isso, foi colocado à beira de um abismo vários animais. Diante deles havia uma ponte de vidro invisível e os animais não atravessaram. O teste foi feito com gato, cachorro, galinha, porco, cobra… Alguns animais rastejantes desceram a encosta, outros não. Quando colocaram um bebê, ele também não atravessou, mas, do outro lado do abismo estava a mãe que o chamava. Com a presença da figura materna, o bebê avançou, ultrapassou o abismo e se lançou nos braços da pessoa que transmite confiança.

No dia a dia, o mesmo acontece com as crianças e adolescentes na escola. O papel do professor é primordial. O papel da educação é, portanto, formar seres humanos que saibam viver o presente e fazer o bem hoje, ser educados, ecológicos, ter consciência social e que sejam conscientes da sua própria vida.

“Pensamos que a tarefa da educação é formar seres humanos para o presente, seres nos quais qualquer outro ser humano possa confiar e respeitar, seres capazes de pensar tudo e de fazer tudo o que é preciso como um ato responsável a partir de sua consciência social”, enfatiza Maturana.

Na fase adulta a autoconfiança é um exercício consciente que depende de cada um de nós.

Para ter autoconfiança:

  • Busque novas situações. Elas permitirão que você se conheça melhor.
  • Investigue os caminhos desprezados pelos outros. Arrisque-se.
  • Não dramatize a realidade, encare-a como aprendizado.
  • Ria de si mesmo e das circunstâncias.
  • Procure o significado de cada acontecimento.
  • Busque razões para mudar, para variar os caminhos.
  • De vez em quando, veja se faz sentido autoindulgência.
  • Certifique-se de que segue confiando em algo e em alguém.
  • Não perca de vista o seu sonho pessoal.
  • Ante uma grande dificuldade ou problema, pergunte-se: o que de pior pode acontecer?

Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina, Cora Coralina.

Por Leila Navarro, palestrante Internacional com foco em comportamento e motivação, empresária, startuper, mentora e conferencista. Autora de 16 livros. É uma das colunistas do RH Pra Você. O conteúdo dessa coluna representa a opinião do colunista. Site institucional. Foto: Divulgação.