O valor das pessoas, a mina de ouro pouco explorada nas organizações.
Meu falecido Mestre escreveu: “A transformação de uma única pessoa será capaz de transformar a família, a cidade, o país e até mesmo toda a humanidade”
Daisaku Ikeda – Presidente da Soka Gakai Internacional
Esse poder humano e ainda desconhecido, existe dentro da vida das pessoas contudo, aos olhos dos mortais comuns, não passa de um sonho ou ilusão. É real, elas manifestam sentimentos, emoções, desejos e possuem uma força propulsora latente, com potencial inimaginável e capazes de produzir realizações que transcendem a compreensão humana.
As aspirações humanas são simples, elas não são movidas apenas por dinheiro e outros interesses materiais, elas têm vida, projetos, plano, objetivos muito além da necessidade da sustentabilidade, sua e da família.
Com toda essa capacidade inerente, como podemos acreditar que os problemas de uma pessoa têm que ser deixados do lado de fora da empresa, conforme afirmam os defensores da “gestão hard” ? Que absurdo é esse? O ser humano é um ser total, não tem como fragmentá-lo ou tentar separar sua essência em partes, pois ele é indivisível.
Como não se preocupar com isso? O grande problema é que os líderes empresariais não compreendem que o ser humano manifesta no seu cotidiano pessoal ou profissional, problemas muito sérios, configurados em “conflitos de natureza interpessoal e/ou intrapessoal”.
Isto ocorre em seus relacionamentos internos ou externos, no trabalho ou na família, evidenciando transtornos e conflitos mentais que ficam escondidos lá dentro do labirinto existencial do indivíduo, que ninguém consegue sondá-los, até a sua plena manifestação com os consequentes resultados que sabemos quais são.
É nesse momento que o mundo desaba sobre ele, sendo atacado e crucificado de todos os lados pela sociedade onde vive. É, aquela mesma sociedade, que quando o indivíduo está bem de vida, “o paparica e o bajula sem o menor pudor”. Perceberam a dinâmica e a complexidade desse universo humano? Então, o que fazer para mitigar essa questão ?
Em face do exposto, podemos inferir que se a organização não tomar consciência da seriedade e da gravidade dessa questão e não trabalhar o tema adequadamente este, produzirá a curto prazo efeitos colaterais devastadores na pessoa, no ambiente onde ela atua e na organização onde trabalha.
Entretanto, se tratado com a responsabilidade requerida e com a seriedade que o quadro exige, oferecendo ao indivíduo toda a assistência profissional especializada apropriada, os ganhos empresariais subjetivos dessa simples ação serão incomensuráveis. Lembro apenas que, excepcionalmente, não há exceção para essa regra, os problemas estarão onde os empregados estiverem.
O reconhecimento do valor das pessoas, não se configura apenas estampando nas paredes e em letras garrafais, as intenções da empresa para com elas, quando explicita os principais itens do Planejamento Estratégico anual, tais como, “Negócio, Missão, Visão de Futuro, Princípios e Valores, Estratégias e Objetivos”. Precisa sim, executar na prática tudo aquilo que escreveram, o que nem sempre acontece.
Lembro de uma visita que fiz a uma determinada Empresa, enquanto esperava na sala, vi escrito o seguinte nesse quadro de Princípios e Valores: “INTEGRIDADE e ÉTICA”. Contudo, empregados, fornecedores, clientes e outros parceiros, todos, sabiam que a empresa praticava o famoso “Caixa 2” Como assim? É verdade! Que vergonha!!! Jogando pra plateia!!! E a imagem Institucional no mercado, como fica? Quem pune e qual a punição para quem comete esse tipo de erro ? “Eu tenho orgulho de afirmar que trabalhei durante 6 anos no Jornal do Brasil (1971-1977) e a Condessa Pereira Carneiro, punia severamente os empregados que negligenciassem ou errassem no cálculo de pagamento dos tributos obrigatórios mensais”.
Por essas ações equivocadas e desequilibradas, todos que fizeram parte dessa empresa serão desmoralizados e desqualificados perante o mercado e, para recuperar essa imagem arranhada, certamente levarão uma eternidade.
Nesse sentido, para ilustrar, sobre o custo de um erro dessa natureza, a “Johonson & Johonson dos EUA” gastou, por uma pequena falha do produto Tylenol, alguns bilhões de dólares sé para recuperar sua imagem junto ao público consumidor.
Os líderes empresariais precisam reconhecer que o tempo de considerar os gastos com pessoal como despesa, já passou. É evidente que cuidar das pessoas é um investimento seguro, factível e de retorno garantido, pois o empregado que se sente valorizado e reconhecido como de grande importância para a empresa, ele se motiva ao vislumbrar novos horizontes e perspectivas de desenvolvimento, passando a produzir mais, e o que é mais importante, satisfeito e feliz. Essa é a “Mina de Ouro pouco explorada”
Frederick Heszberg, foi um dos principais precursores da Teoria da Motivação. Segundo ele, as pessoas não são motivadas por salários, benefícios e tantas outras vantagens oferecidas pois, esses são “Fatores Higiênicos” que incentivam mas não motivam, são fatores externos que não fazem parte do escopo do cargo.
Enquanto, reconhecimento profissional, possibilidades de desenvolvimento e carreira profissional, desafios para desempenho, são “Fatores Motivacionais”, que estão diretamente relacionados ao exercício do cargo.
Para reflexão, faço uma pergunta aos senhores: “Já fizeram alguma pesquisa para saber se os profissionais do mercado, espontaneamente, gostariam de trabalhar na sua empresa, por ela ter algo especial” ? Pois é, está aí o principal indicador de que você valoriza ou não os seus empregados, em todos os sentidos.
Para concluir, cito uma pérola de Peter Drucker, um dos maiores expoentes da Administração de todos os tempos: “No Século XXI, as pessoas precisam aprender a desaprender, aprender e reaprender”
Por Eurico Leite Lisboa, administrador, pela Universidade Estácio de Sá/RJ; Mestre em Meio Ambiente e Desenvolvimento pela UFS-Universidade Federal de Sergipe; Consultor e Especialista em Planejamento Estratégico, Remuneração Estratégica, Administração Participativa e Holística e Gestão Ambiental. Consultor em Planejamento Estratégico da Petrobrás e EMBRASCON-Manaus-1988 e 1989. Consultor de Administração Holística na PRONESE-SE- 2001 e 2002. Gestor de Administração de Recursos Humanos: Fundação Real Grandeza (1996-1998).
Ouça o episódio 149, “Líder, já colocou a empatia no seu currículo?“. Na busca por uma gestão mais humanizada e em um momento em que o perfil das lideranças vem passando por transformações, a empatia surge como uma habilidade-chave para os líderes. Mas o que significa, na prática, ser um profissional empático? Como desenvolver essa habilidade? A pandemia e os períodos de crise também evidenciam a importância das soft skills no ambiente organizacional. Como o RH pode contribuir para que esse conceito faça parte da cultura da empresa? Conversamos com Vivian Laube, Especialista em Liderança e Comportamento Organizacional, e Priscila Monaco, Diretora Senior de RH da Visa. Acompanhe!
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