De acordo com a pesquisa “BetterWork, a radiografia do comprometimento e engajamento organizacional”, feita pela startup de proteção com benefícios e impacto social, Betterfly, em conjunto com a Critéria, 6 em cada 10 colaboradores consideram que o ambiente de trabalho no qual estão inseridos não é bom.

Além disso, indicadores relacionados ao bem-estar dessas pessoas também mostram que, para 60% dos entrevistados, não há equilíbrio ou harmonia entre as horas pessoais, enquanto 67% não se sentem reconhecidos pelo bom desempenho que exercem em suas empresas. O estudo, que ouviu mais de 3 mil pessoas de empresas com 100 ou mais colaboradores, foi realizado em julho na Argentina, Brasil, Colômbia, México e Peru.

Diante destes números, nota-se a ausência de fatores que fazem a diferença para que haja um suporte às necessidades individuais dos colaboradores e ao reconhecimento profissional, como é o caso da segurança psicológica, conceito crucial quando o assunto é produtividade e que foi apresentado pela psicóloga do Zen App, Carolina Pedrini, no programa “Lidere com segurança”

“Às vezes, você muda a cultura e visão da empresa, mas as pessoas ainda se sentem acanhadas. É preciso trabalhar para mostrar essas mudanças, convidar pra fazer parte, insistir”, explica a profissional, que ainda pontua ‘”Mais do que um ambiente amistoso, um local com segurança psicológica precisa de confiança, empatia, abertura para vulnerabilidades e lideranças humanizadas.”

Mas, o que é segurança psicológica?

Resumidamente, o conceito existe desde a década de 60. Mas, passou a ser explorado com mais atenção no contexto empresarial a partir dos anos 90, depois de um estudo da pesquisadora de Harvard, Amy Edmondson (autora de ‘A Organização Sem Medo’).

“Ela estava fazendo um estudo para entender quais fatores levavam a erros críticos dentro dos hospitais”, explica a psicóloga. “A primeira conclusão foi de que times com melhor trabalho em equipe erravam com mais frequência”, acrescenta.

Com base nesse dado, o estudo foi aprofundado e gerou a ligação de segurança psicológica e trabalho. Os times que trabalhavam melhor em equipe, na verdade, enxergavam e reportavam os erros com mais facilidade. Enquanto no cenário oposto evitava-se falar sobre os erros por medo de represálias. 

De acordo com Carolina, todos os pontos levantados pela pesquisa como ausência são, também, indicadores de um ambiente seguro ou não psicologicamente. Neste sentido, os primeiros passos para reverter a situação são: 

  • Treinar líderes para exercerem a liderança;
  • Estar aberto a ouvir feedbacks e ideias de forma construtiva;
  • Criar um ambiente acolhedor para tentativas e erros;
  • Oferecer acolhimento e escuta ativa;
  • Boas relações dentro do trabalho.

“Esses esforços, inclusive, devem partir dos líderes e diretores. De quem espera-se paciência e dedicação para fazer a mudança acontecer”, finaliza.

Por Redação