De acordo com informações divulgadas pela Empresa Brasil Comunicação, estima-se que, no Brasil, mais de 12 milhões de pessoas estejam buscando emprego. Por outro lado, cerca de meio milhão de profissionais estão desistindo de seus cargos para empreender.

Esse contraste é, sem dúvida, significativo.

A pergunta que não quer calar é: o que tem levado tantas pessoas a abrirem mão de aspectos outrora tão valorizados – como estabilidade profissional, segurança financeira e benefícios empregatícios – para buscar um novo estilo de vida?

A minha hipótese, enquanto psicólogo clínico e educacional que atua com orientação de carreira, gira em torno da necessidade de os trabalhadores tomarem as rédeas da própria vida a partir de um projeto profissional que traga mais tempo de qualidade e autonomia.


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Percebo, mais do que nunca, que jovens e adultos atuantes no mercado de trabalho têm se movimentado para vivenciarem, com urgência, o seu propósito de vida. E esse propósito envolve, logicamente, as escolhas profissionais.

O propósito é algo um tanto complexo.

Muito se fala sobre ele – e as definições são variadas. A meu ver, propósito é a confluência de três aspectos que permeiam a nossa existência:

  1. os nossos interesses,
  2. habilidades e
  3. objetivos.

São esses fatores que permitem que usemos a nossa força de trabalho para construir uma carreira bem-sucedida – responsável por gerar alguma contribuição para o mundo e por trazer sentido à nossa existência.

Um exercício que costumo realizar com meus clientes é pedir que transformem o seu propósito em uma frase contendo um verbo de ação, no infinitivo. Nesse caso, o propósito pode ser traduzido, então, como um objetivo a ser vivenciado ao longo da vida – o que ajuda a deixá-lo mais tangível e, portanto, possível de ser alcançado.

O questionamento do próprio propósito, especialmente num contexto de digitalização da existência humana, em que não faltam estímulos vindos de redes sociais, aplicativos e programas, assim como a exigência de disponibilidade constante, tem levado os trabalhadores a se apropriarem melhor do tempo de que dispõem e a fazerem escolhas mais condizentes com os seus interesses e com o que desejam vivenciar.

Nesse sentido, é cada vez mais comum, por exemplo, mães escolherem um emprego home office, que lhes possibilite estar mais perto dos filhos.

Além disso, entre cargos com uma remuneração acima da média (e menos tempo disponível para vivências pessoais, consequentemente) e tempo de qualidade para o lazer, os trabalhadores têm escolhido, em respeito aos próprios interesses e valores, a segunda opção.

Não há dúvidas de que vivenciamos uma importante mudança de paradigma no mundo do trabalho. Estamos, cada vez mais, nos apropriando assertivamente do nosso tempo e das nossas escolhas profissionais em prol do que faz sentido para nós e para o mundo.

Isso ajuda a explicar, então, o grande número de pessoas que estão abrindo mão de seus empregos para vivenciar novas experiências profissionais.

É fundamental que olhemos para essas novas necessidades e configurações com atenção, respeito e, acima de tudo, aceitação, pois, ao que tudo indica, as mudanças apontadas não são transitórias.

Propósito de vida e sua influência na transformação do trabalho

Por Raphael Moroz, jornalista e psicólogo e possui mestrado em Comunicação e Linguagens. Atua como psicoterapeuta, orientador de carreira e professor-tutor do curso de graduação em Marketing Digital do Centro Universitário Internacional Uninter.

 

 

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