Mesmo quando mais preparadas, mulheres ainda enfrentam obstáculos por condições igualitárias
Sabemos que levantar essa questão pode parecer “mais do mesmo”, porém, é preciso bater nesta tecla até que essa diferença, que já não faz mais o menor sentido, caia por terra.

Mesmo numa época em que o mercado de trabalho olhava torto para aquelas que se atreviam a buscar seu espaço, as mulheres sempre foram grandes líderes e isso já podia ser sentido no próprio ambiente doméstico. Eram elas a figura que mantinha sob controle a união e organização da casa.

Da figura dessa mulher, mãe e esposa, vinha a base e o elo da família, mas, diante de uma cultura machista, a autoridade delas não podia atravessar as portas da casa onde viviam com maridos e filhos. Com isso, mesmo a decisão final sendo delas, a voz que fazia o anúncio era do marido. Embora a conquista do espaço feminino no mundo corporativo, se torne cada vez maior e irrevogável, essa voz ainda é silenciada.

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Com mais de duas décadas atuando no departamento de Recursos Humanos de grandes empresas, sabemos que não são raras as situações em que a mulher faz todo o escopo do trabalho que acaba sendo apresentado por um gestor homem. Isso acontece porque gestores e líderes sabem que, provavelmente, a voz masculina terá mais impacto.

Já presenciamos situações onde a colaboradora foi convencida a não fazer a tradução de uma reunião de negócios em outra língua porque a voz dela não teria o mesmo poder que a do homem.

Criadas para serem governantas da própria casa

Infelizmente, muitas mulheres ainda são criadas para se casarem, terem filhos e cuidar dos afazeres domésticos. Ainda é uma minoria que consegue se desvencilhar dessa “obrigação” e, sem culpa, se abdicam dessa realidade não idealizada por elas.


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Para as que se tornam esposas e mães, as coisas podem ser um pouco mais complicadas, pois isso pode gerar um enorme desequilíbrio de responsabilidades entre homens e mulheres. O gestor não pode impedir a contratação de uma mulher entre 25 a 35 anos porque ela pode engravidar, tampouco demiti-la após licença maternidade.

Esse é outro ponto que precisa de atenção: o acúmulo de tarefas. Mais multitarefas do que nunca, as mulheres vivem sobrecarregadas com inúmeras obrigações diárias e ainda precisam provar o tempo todo que estão à altura de qualquer cargo. Boa parte das mulheres casadas e mães, acabam se tornando ponto central da casa, o que fatalmente pode sobrecarregar o lado profissional.

Muitos gestores fazem questão de não esquecer desse “pequeno” detalhe quando precisem preencher uma vaga. O que faz com que as mulheres precisam se empenhar ainda mais para serem vistas e garantirem seu espaço

Tem gente que te desmotiva porque tem medo de que você perceba seu potencial,

isso seria uma tremenda ameaça!

É de fundamental importância que os departamentos de Recursos Humanos, independente do tamanho da empresa, invistam em projetos internos que revertam esse conceito já tão demodê. Isso faz com que situações desse tipo se tornem cada vez menos comuns, ao mesmo tempo que favorecem o fortalecimento da autoestima e autovalorização de funcionárias e colaboradoras.

Realizar uma estratégia de imagem e comportamento robusta, de forma planejada e intencional, certamente vai ajudá-las na redução desse esforço. Primeiro porque, como já mencionado aqui, culturalmente a mulher é criada para se casar e cuidar da casa, depois por ser mulher e em ambientes machistas elas perdem espaço e voz. Além disso, tem a desigualdade das tarefas cotidianas, o que as torna infinitamente mais sobrecarregadas.

De forma geral, tudo impacta em uma sociedade que insiste em impor padrões limitadores às mulheres que, por sua vez, tentam se enquadrar. Isso faz com elas fujam de si mesmas, evitando o autoconhecimento. Esse movimento induz a comparação e a busca incansável por algo que, muitas vezes, não se sabe o que é.

Resultado de um padrão que as incentiva apenas a seguir o fluxo, exatamente como vem fazendo desde criança. Sem ter clareza de sua força e capacidade, elas evitam um enfrentamento direto.

Como diziam nossas avós: tem coisa que é melhor não saber. Mas na verdade é uma pena que muitas de nós ainda vejam a situação desta forma.

Não é segredo para ninguém que, ao contrário do que acontece com os homens, a mulher raramente é estimulada a traçar suas metas a partir dos seus sonhos e desejos, colocando em xeque seu propósito, crenças e valores.

Isso abre espaço para que uma carreira seja construída de forma involuntária, contribuindo para um resultado profissional que não era exatamente o que ela desejava.

Precisamos acreditar que o machismo esteja com os dias contatos e lutar para isso se torne uma realidade para que situações como: ter um gestor perguntando se a candidata é bonitinha antes de entrevistar, pedindo foto no currículo ou aprová-la só porque ela é bonita, não se repitam. Assim
como os homens, as mulheres precisam ser contratadas e dispensadas por sua capacidade e resultados.

Canal de Denúncias

E mais, elas precisam ser remuneradas de acordo com suas funções e desempenho. Uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que a desigualdade de gênero no mercado de trabalho continua, mesmo quando elas são melhor instruídas, mas para que esse cenário seja realmente mudado, toda a organização precisa ser reeducada.

Independente da área de atuação, um indivíduo só pode obter o sucesso genuíno quando este, independe de gênero, se conhece por completo. No caso das mulheres, essa necessidade tem peso triplo, pois criadas numa sociedade machista, a autoestima e a autoconfiança, sentimentos inatos de qualquer pessoa, são tiradas delas ainda na infância.

As mulheres crescem ouvindo que NÃO PODEM isso ou aquilo, até que chega o momento em que elas tomam essa inverdade como verdade. A boa notícia é que isso é reversível.

As mulheres precisam e devem se conhecer para poderem se reconectar com a sua verdadeira essência. Isso abre caminho para que elas se integrem de seus dons e talentos, o que, automaticamente, as conduzirá ao reconhecimento do seu propósito de vida, bem como suas crenças e valores.

Trabalhar a inteligência emocional é criar meios para lidar com todas as situações adversas E se empoderar para, enfrentar medos e quebrar tabus que podem impedi-las de ser quem realmente são.

Praticar o autoconhecimento é comprar uma passagem só de ida para a liberdade de ser quem se é. É se libertar dos padrões, é trabalhar o amor próprio, o autocuidado e descobrir como funciona a sua personalidade. Saber quem realmente se é, lhe permite determinar o impacto que se deseja causar com a própria imagem, atrelado aos seus objetivos.

Então, por que as organizações não inserem o impacto da imagem dessas mulheres em seus planos de desenvolvimento individuais?

Essa é uma pergunta que nós também fazemos, pois, não é segredo para ninguém que uma mulher bem resolvida, com seu potencial mais elevado e tangível, sempre vai desempenhar melhor seu papel seja qual for a situação.

O poder feminino não pode mais se manter oculto

Por Silvia Botecchia e Juliana Miskolczi, founders da Mood Você, startup especializada em comportamento e imagem. Somos psicólogas com especialização em gestão de pessoas, comportamento e Imagem e Estilo pelo Istituto Marangoni de Milano.

 

 

Desejando conhecer práticas corporativas em Equidade, ouça o PodCast do RHPraVocê, episódio 53, “Equidade de gênero na Bristol Myers Squibb” com Anna Carolina Frazão, gerente de employee relations da Bristol Myers Squibb, e líder do B-NOW (Business Network of Women), grupo de colaboradores com foco em diversidade de gênero, clicando diretamente no app abaixo:

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Capa: Depositphotos