Com a rápida evolução tecnológica e mudanças sociais significativas, o mercado de trabalho tem sido constantemente desafiado a se adaptar às demandas de uma nova geração de profissionais: a Geração Z.
Nascidos entre meados dos anos 1995 e o início dos anos 2010, esses jovens estão entrando no mercado de trabalho com uma mentalidade única, influenciada por experiências digitais, acesso instantâneo à informação e uma consciência social marcante.
Muito mais que isso, é uma geração que começa a colocar limites de não viver só para trabalhar, mas sim visualizar isso como um complemento da vida.
Diferentemente de gerações anteriores, eles tendem a priorizar o propósito sobre o salário ao escolher uma carreira. Buscam trabalhos que os capacitem a fazer a diferença no mundo, valorizando empresas com uma missão clara e um compromisso com a responsabilidade social e sustentabilidade.
E como citei anteriormente, valorizam muito a flexibilidade e a autonomia no trabalho mais do que as gerações anteriores, preferindo ambientes que oferecem horários flexíveis, oportunidades de trabalho remoto, menos cobranças e espaço para criatividade e inovação.
Essa necessidade de flexibilidade é impulsionada pelo desejo de equilibrar trabalho e vida pessoal, bem como pela disposição de buscar oportunidades de aprendizado e crescimento fora do ambiente tradicional. Como prova disso, uma nova tendência tem sido muito abordada nos últimos tempos.
Conhecida como Quiet Ambition, a ambição desses jovens não é liderar. Em uma pesquisa recente realizada pela CoderPad, uma plataforma de entrevistas para equipes líderes, 36% dos trabalhadores de tecnologia expressaram não querer assumir uma função gerencial, isso porque, para este grupo, os ganhos não compensam nem as horas extras e nem o estresse gerados pela gestão de equipes.
E não só isso, mas empresas que possuem locais flexíveis de trabalho também são as mais buscadas entre essa faixa etária. Segundo uma pesquisa do IWG com trabalhadores da Geração Z, 85% desejam poder usar um escritório perto de casa e 77% disseram que um lugar para trabalhar mais perto de casa era obrigatório para a próxima mudança de emprego.
E no novo ranking de empresas com flexibilidade de jornada de trabalho do Great Place To Work®, realizada em parceria com a Woba, 96% das premiadas indicaram que possuem modelo híbrido de trabalho e 100% dispõem de horário flexível para funcionários na organização.
Fica cada vez mais evidente o quanto o mercado precisa se adaptar a essa nova realidade e aprimorar os seus pilares. Os desafios sempre estiveram presentes e não é a primeira vez que precisamos passar por uma readequação.
Mas se isso não for feito, é preciso entender que a Geração Z irá rejeitar os ambientes de trabalho que não façam sentido, e que resultem em grande competitividade e estresse. Se não buscarmos compreender e mudar, novos colaboradores e líderes não virão.
Muito mais que isso, não teremos a oportunidade de aprender com eles. E sem dúvidas, seria uma grande perda para o desenvolvimento do mercado como um todo.
Por Marco Crespo, formado em Engenharia pela Universidade Estadual de Campinas e MBA em Harvard, atuou como CEO Brasil, Latam e EUA na Gympass, sendo responsável pela estratégia comercial global e pelo desenvolvimento do negócio por meio de atividades de marketing, vendas, desenvolvimento de produtos e atendimento ao cliente. Marco também conta com passagens pela Yalo, Instituto Ayrton Senna e Boston Consulting Group. Como investidor e conselheiro de empresas early stage, Marco já aportou em mais de 10 startups. Em 2023 se tornou sócio e COO da Woba.
Ouça o episódio 155 do RH Pra Você Cast, “O impacto da Geração Z nas relações de trabalho“. Pela primeira vez, quatro gerações dividem o mesmo ambiente de trabalho no mundo corporativo. Uma delas, a Geração Z, tem trazido diversas transformações e reflexões ao mercado de trabalho. Mas será que as empresas, líderes e RH conseguem entender o que esses jovens buscam e almejam para suas carreiras? O que tudo isso exige de revisão por parte da gestão de pessoas e como se tornar um “parceiro estratégico” desses profissionais? Neste episódio, conversamos com a doutora especialista em Geração Z, Thaís Giuliani, também consultora, mentora, escritora e criadora da Geração Zimago. Acompanhe:
Não se esqueça de seguir nosso podcast e interagir em nossas redes sociais:
Facebook
Instagram
LinkedIn
YouTube
Capa: Depositphotos