O mercado de trabalho é constantemente impactado pelas novas gerações, pois cada uma delas traz consigo valores e exigências intrínsecas à sua contemporaneidade, desafiando a capacidade das empresas na contratação de novos talentos. Uma geração que definitivamente está mudando o cenário empresarial é aquela identificada por Geração Z.

Segundo dados do site sobre inovação e tecnologia Business Insider, esses jovens em breve serão 27% do mercado de trabalho até 2025, portanto, é imprescindível que os líderes de hoje sejam responsáveis em formar os gestores do futuro.

Outro ponto a ser destacado é que para essa geração, idade não limita a trajetória profissional, muitos menos os desqualifica para ascender a outros cargos. Pelo contrário, eles têm consigo a expectativa de prosperar mais rapidamente que seus pais. Uma outra ruptura é a relação com a tecnologia.

É o que revela a pesquisa da Socialnomics, ao mostrar que 92% das crianças já possuem uma “pegada” digital, como um perfil em redes sociais. Ou seja, eles são, por essência, hiperconectados.

Profissionais dinâmicos. Por nascerem em um mundo conectado, essa geração se adaptou ao estilo de vida em que tudo está em constante mudança a todo momento, por isso, possuem a capacidade de se adaptar a novas situações com facilidade.

Empoderados. Por estarem em um ambiente com ferramentas à disposição, conseguem criar conteúdo com facilidade, fazendo deles mais empoderados, capazes de fazer várias tarefas por conta própria sem esperar que sejam comandados pelo chefe.

Criativos. Os jovens da Geração Z costumam encontrar soluções inovadoras com mais naturalidade, por isso, pensam em formas de otimizar tarefas para focar no que realmente consideram importante.

Desprendidos. Os profissionais dessa geração têm mais desapego pelo trabalho. O conceito de “vestir a camisa”, muito dito no mundo corporativo, não é muito bem aceito, uma vez que o foco é mais na parte individual. A preocupação é mais com o próprio desenvolvimento profissional, com suas perspectivas de carreira e estilo de vida.

Veja mais: Maioria dos líderes acha difícil trabalhar com a Geração Z

Todas essas características estão atreladas a valores que nós também consideramos importantes, mas o empregador precisa ter em mente que nós somos de uma realidade diferente. Nós vemos o trabalho como um projeto elaborado em etapas. Se antes o plano de nossos pais era se manter no mesmo emprego por anos, para nós, cada emprego tem um propósito.

É bom olhar para esse desprendimento como uma oportunidade para valorizar a qualidade de vida, uma vez que o trabalho é uma parte e não a totalidade de nossa existência. A Geração Z quer ter certeza que essa qualidade também envolve questões ambientais e sociais, para que todos possam viver, de uma forma ou de outra, mais confortavelmente.

E para liderar essa minha geração, existem algumas práticas que os líderes devem aplicar para tornar as empresas mais atrativas:

Dar sentido para as atividades. A Geração Z busca propósito nas atividades que realizam, por isso, os gestores devem saber como atribuir sentido em tudo que fazemos.

Comunicação clara. Por valorizar as relações sociais, nós prezamos pela comunicação de forma clara e direta. Como estamos socialmente inseridos na instantaneidade, muitos não valorizam conversas protocolares ou evasivas; priorizamos a transparência e os feedbacks constantes.

Disposição para aprender. A Geração Z gosta de ser desafiada e sentimos desconfortáveis na presença de um líder que resolve tudo. O ideal é que o gestor faça a intermediação, como um instrutor, mas sem tomar o controle da situação, impedindo as oportunidades de aprendizado.

Essas são as características que nós, da Geração Z valorizamos quando somos liderados por pessoas de outras gerações, mas o nosso jeito de liderar tem algumas particularidades:

Líderes democráticos. Acreditamos em equipes no qual todas as pessoas sintam-se importantes e cheias de propósito, sendo assim, valorizamos a sensação de pertencimento por meio da valorização da opinião de todos.

Entendemos os limites entre trabalho e vida pessoal. Como buscamos qualidade de vida, sabemos traçar bem a linha entre trabalho e vida pessoal. Não somos como nossos pais que vivem para o trabalho, o mundo de hoje oferece muitas experiências fora dos escritórios, justamente o que queremos aproveitar.

Aceitam abrir mão do poder. O conceito de liderança de cima para baixo está ultrapassado; os profissionais da Geração Z que estão em cargos de liderança têm maior facilidade para abdicar do poder e flexibilidade para lidar com os funcionários para além da dinâmica onde um manda e outro obedece.

Para lidar com a Geração Z, alguns preceitos são necessários, tais como flexibilidade, aprendizado e propósito.

Faço parte de um grupo de pessoas que muda ao mesmo tempo que as coisas ao nosso redor, portanto não nos encaixamos apenas em um lugar, queremos acumular experiências de vida que sejam significativas. Isso é o que agrega propósito no trabalho.

Por Leticia Schiavon, gerente de operações na Box Ideias.

Ouça o episódio 142 do RH Pra Você Cast, “A busca pelos “talentos verdes” no mercado” com Nelmara Arbex, sócia-líder de ESG Advisory da KPMG no Brasil e na América Latina. Clique no app abaixo:

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