Não dá para negar que os benefícios oferecidos pelas empresas estão cada vez mais curiosos, inovadores, diferentes e sofisticados. Congelamento de óvulos e licença menstrual, por exemplo – embora este segundo seja, na verdade, um direito e não necessariamente um benefício – representam bem a mudança pela qual o mercado de trabalho vem passando. Mas enquanto alguns se beneficiam, outros não têm a mesma sorte. Quem diria que se tornar o ‘braço direito’ do Elon Musk não serviria para nada, não é mesmo?
Antes que o bilionário também me demita, apresento o GiroRH de hoje. Vamos lá:
Acabou o cochilo
Desde que assumiu o controle do Twitter, Elon Musk deixou bem claro que demitir pessoas não é um problema para ele. Durante a semana, por exemplo, em um novo corte, ao menos 200 pessoas foram dispensadas da rede social do passarinho azul. Uma delas foi Esther Crawford, considerada ‘braço direito’ do bilionário.
A demissão chamou atenção porque, além de ser considerada uma das funcionárias mais leais do chefão da plataforma, Esther era uma das principais apoiadoras da cultura de trabalho em excesso que Musk havia sugerido para seus colaboradores. A agora ex-empregada estava no Twitter há mais de dois anos e ocupava o cargo de diretora de gerenciamento de produtos. Um de seus highlights foi a postagem de uma foto dormindo no chão no escritório.
Calendário da inclusão
A FESA Group divulgou, recentemente, a primeira edição de seu calendário de Diversidade & Inclusão – que ressalta datas importantes para mulheres, pessoas com deficiências, grupos étnico-raciais, pessoas LGBTQIAP+, pessoas de diferentes gerações e de diferentes regiões do país. A iniciativa surgiu da observação permanente de vários grupos sub-representados que são invisibilizados em diversos ambientes, acadêmicos, sociais e corporativos.
“A FESA tem o compromisso contundente de apoiar organizações na criação e implementação de suas a pautas de D&I. Todos nós temos responsabilidade de aumentar a representatividade de pessoas de grupos sub-representados em empresas e espaços que ocupamos”, comenta Jaime Almeida, sócio e diretor de Diversidade e Inclusão da FESA Group.
Congelamento de óvulos
Em dez anos, o número de congelamento de embriões cresceu 255% de acordo com dados do Relatório do Sistema Nacional de Produção de Embriões (SisEmbrio), coletados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e analisados pela Associação Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA). Assim como o congelamento de embriões, o número de congelamento de óvulos também cresceu cerca de 50%, de acordo com artigo publicado pela revista americana Time em clínicas dos Estados Unidos entre 2019 e 2020. Mas esse ‘boom’ nos congelamentos também refletiu nas mulheres brasileiras.
Para trazer ainda mais incentivos às colaboradoras das empresas brasileiras, a Mater Prime, clínica de Reprodução Humana, localizada em São Paulo, está iniciando um projeto para oferecer para as empresas o tratamento de congelamento de óvulos como um dos benefícios às colaboradoras. Fora do Brasil, Facebook, Apple, Microsoft são algumas das empresas que já contam com o benefício, enquanto no país, Twitter e o Grupo Fleury já oferecem o procedimento por aqui.
Desemprego em baixa
A última análise da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, do IBGE, identificou o índice de desemprego do final de 2022 em 7,9%, menor percentual desde 2014 – quando o ano foi encerrado nos 6,6%. A média de desemprego do ano foi 9,3%, a menor desde 2015.
Com carteira de trabalho, o quarto trimestre registrou aumento de 1,4%, enquanto o registro de contratações sem carteira assinada se manteve estável ao final do ano. Em 2022, o Brasil atingiu número recorde de trabalhadores informais: 12,9 milhões de trabalhadores, o que representa um aumento de 14,9% em relação a 2021.
Educação corporativa
Nos últimos anos, a constante digitalização no mercado brasileiro tem feito diversas marcas apostarem em soluções de aprendizado para os seus colaboradores. Inclusive, essa é uma tendência que pode ser observada em um levantamento da Alura Para Empresas, solução de desenvolvimento de pessoas do ecossistema Alura, cujos os dados indicam um crescimento de 76% na busca por programas dessa categoria em 2022.
De acordo com Adriano Almeida, cofundador e COO da própria Alura, a demanda se deve à aplicação das novas tecnologias no dia a dia das companhias. “Passamos a trabalhar mais com o virtual e interagir com ferramentas tecnológicas. Com isso, apostar na aprendizagem dentro do ambiente institucional abre espaço para a otimização de diversas atividades e funções, fazendo com que o desenvolvimento de habilidades digitais (Digital Skills) se torne o diferencial a ser alcançado pelas empresas em 2023”, explica.
Licença menstrual
No dia 13 de maio de 2022, no segundo GiroRH publicado (vejam só como o tempo passa), falamos sobre o encaminhamento ao Executivo espanhol de um projeto de lei que determinava licença para mulheres com dores intensas durante o período menstrual. Meses depois, a lei foi aprovada – por 185 votos a favor e 154 contra – e a Espanha tornou-se o primeiro país ocidental a aderir tal iniciativa.
Basicamente, a nova legislação permite que colaboradores que sofrem com cólica menstrual possam se ausentar do trabalho pelo tempo médico exigido – e presente em atestado. “É um dia histórico para o avanço feminista”, escreveu Irene Montero, Ministra da Igualdade da Espanha, em sua conta no Twitter.
Pagamento em dia
Em meio à grave crise financeira que enfrenta, a Americanas teve liminar concedida para que pague débitos trabalhistas e despesas com micro e pequenos fornecedores que constam na recuperação judicial. Os valores chegam a R$ 192,4 milhões.
A decisão foi do juiz Paulo Assed Estefan, titular da 4ª Vara Empresarial da Comarca da Capital do Rio de Janeiro. “Defiro a proposta de manutenção das condições originais de pagamento dos credores alocados nas classes 1 (débitos trabalhistas) e 4 (micro e pequenos fornecedores) da presente Recuperação Judicial, autorizando o seu pagamento imediato”, informou o juiz em sua decisão.
Performance em pauta
De acordo com o Relatório de Empregabilidade do último trimestre de 2022 realizado pela edtech DNC, o objetivo de quase metade dos alunos, 48,26%, é o aumento de performance. No atual cenário, com muitas demissões em massa de gigantes a pequenas empresas, buscar alternativas para se destacar é a melhor forma de manter-se relevante no mercado ou migrar de área, objetivo de 29,57% dos pesquisados.
De acordo com o CEO da edtech, Lucas Rana, a área de tecnologia é uma ótima alternativa para quem deseja migrar de carreira. “Segundo levantamento feito pelo BrazilLAB, a área de tecnologia deve alcançar um déficit de 300 mil profissionais até 2024. Investir em capacitação em uma área em pleno crescimento, e que cujas competências, ao longo do tempo, vão se tornar imprescindíveis para qualquer área, é o melhor caminho para manter-se relevante no mercado de trabalho. Cada vez mais os talentos se tornam protagonistas das próprias carreiras”, afirma.
Preconceito no trabalho
O ambiente de trabalho é composto por pessoas com visões, valores e idades diferentes. Logo, o conflito de gerações em meio a pluralidade não é novidade, no entanto, com o passar do tempo, vem se tornando mais evidente. Uma pesquisa exclusiva do Infojobs mostrou que 66% dos profissionais da geração X (nascidos entre meados da década de 1960 até 1979) sentem que os mais novos duvidam de seu profissionalismo.
O estudo também mostrou que 57% dos entrevistados passaram por algum episódio de preconceito devido à sua idade. Os profissionais da geração Y (nascidos entre 1980 e 1989) e Z (nascidos entre 1990 e 2010) também já se sentiram prejudicados por pessoas com mais idade: 73% dos participantes do grupo sentem que são subestimados por serem mais novos. Falando especificamente da geração X, 76% dos profissionais da geração Y ou Z acreditam que esse grupo possui resistência aos seus posicionamentos.
Transparência salarial
Empolgante para os candidatos, preocupante para as empresas. Esse é o panorama das opiniões por trás de Projetos de Lei que obrigam as organizações a revelarem o salário de qualquer vaga em aberto. Nos Estados Unidos, algumas cidades e estados já fazem da legislação parte de sua rotina de trabalho. O propósito principal da medida é combater a desigualdade salarial de gênero e raça.
Na teoria, a ideia chama atenção. Mas será que, de fato, nossa cultura de trabalho está pronta para tamanha transparência? Enquanto o PL 1149/22, que exige que empresas brasileiras façam o mesmo, não é nem arquivado nem aprovado, fica a dúvida. Por isso, o RH Pra Você Cast convidou Tábata Silva, Gerente no Empregos.com.br, para debater o contexto e nos ajudar a entender se a transparência salarial é ou não positiva para o mercado. Confira no player acima ou pelo seu streaming favorito.
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Por Redação