Quando as gerações mais recentes ingressam no mercado de trabalho, trazem consigo diversas novas exigências e chegam com um olhar realmente diferenciado, de quem nasceu e cresceu em uma época de disrupções e, portanto, se relaciona com o mundo de uma forma totalmente diferente.

Hoje em dia, os millenials (nascidos entre 1981 e 1995) e a geração Z (nascidos entre a metade dos anos 1990 até o início de 2010) possuem expectativas e desejos bem divergentes do que aqueles que ingressaram no mercado antes deles, e, por isso, estão causando uma verdadeira transformação no universo corporativo.

Enquanto antigamente a preocupação com a saúde mental dos colaboradores nem ao menos estava na lista de prioridades das companhias e do RH, atualmente ocupa o primeiro lugar, e já podemos observar a maioria delas promovendo diversas ações focadas no bem-estar das equipes, com o objetivo de incentivar o cuidado e o equilíbrio entre vida pessoal e profissional.

Esse cenário, somado a uma evolução de comportamento da sociedade como um todo, fez com que os gestores e C-levels, principalmente os CEOs, precisassem se reinventar, mudando suas formas de trabalhar e revendo seus métodos de gestão, apostando em uma liderança ambidestra, que permita lidar tanto com as tarefas operacionais e relacionadas a eliminação de ineficiências, quanto às mais estratégicas, voltadas para o crescimento e desenvolvimento dos colaboradores e do negócio a médio e longo prazo.

Isso exige um enorme equilíbrio por parte dos CEOs, que precisam alinhar a entrega de bons resultados, garantindo um desempenho consistente da empresa, com a busca constante por inovação – que, como sabemos, é muito pautada em erros e acertos.

De acordo com estudo da Egon Zehnder, empresa de recrutamento, realizado com 972 CEOs globais, cerca de 80% deles afirmaram que precisam se transformar, assim como suas organizações, e ser mais adaptáveis ​​e autoconscientes, o que reforça a ideia de que há uma demanda por diferentes posturas.

Antes, as atribuições dos CEOs tendiam a ser muito mais simples e objetivas, focadas principalmente em estabelecer a visão e estratégia da companhia, garantir que os times estivessem trabalhando, alcançando as metas e atendendo as necessidades dos acionistas e clientes. Nesse contexto, os desejos e demandas dos funcionários não eram importantes e, devido a isso, deixados de lado, assim como a procura por trazer inovação para dentro de casa, que não tinha o mesmo peso que possui hoje. Porém, o fato é que aquilo que funcionava antes já não faz mais sentido.

Atualmente, os líderes ainda possuem essas mesmas missões, mas passaram a ter um olhar mais cuidadoso e atento com a própria equipe e a ouvir mais o que ela está pensando e almejando, além de estarem sempre em busca de novidades que podem ser adotadas para alavancar os negócios.

Hoje em dia, para ser considerado um bom CEO e que não apenas ajude no crescimento da empresa, mas também a faça ficar conhecida por ser inovadora, ter uma boa cultura organizacional e boas práticas de RH, é fundamental adotar uma postura focada em inteligência emocional, trabalho em equipe, comunicação e outras importantes soft skills.

Novos tempos pedem por mudanças, e essas qualidades e competências exigidas atualmente são positivas para todos os envolvidos, pois ajudam a formar uma comunidade de trabalho mais sustentável e feliz – e é isso que vai trazer os melhores resultados, criatividade e inovação de verdade.

Gustavo Caetano é CEO da Samba Tech, embaixador da Reserva e autor do best-seller “Pense Simples”. É um dos colunistas do RH Pra Você. O conteúdo dessa coluna representa a opinião do colunista. Foto: Divulgação.