O tema de hoje é muito significativo para entendermos o que acontece com as pessoas que passam a não colocar sua energia no trabalho, demitindo-se sem se demitir, e como o Essencialismo pode ser uma solução.

Vamos entender melhor tudo isso!

Demissão silenciosa… quiet quitting… O que é?

O que é a Demissão Silenciosa? É a postura que se tem diante do trabalho, na qual se faz apenas o que é pedido, sem nenhum esforço a mais. As empresas, por sua vez, contratam esperando que as pessoas deem o seu melhor, contribuam com ideias, sugestões, indo além do que é solicitado.

Mas alguns empregados passam a perguntar: Para que? Por que vou trabalhar mais? Por que tenho que ficar 24 horas pensando nos problemas da empresa se não são meus? Por que não tirar os meus 30 dias de férias? Por que preciso ser gerente? O que eu ganho com isso? São pessoas que não querem assumir mais responsabilidades e não almejam por cargos mais altos porque não acreditam mais nas organizações e não aguentam mais as pressões recebidas. Estão cansadas e desmotivadas, ou ainda são jovens que acabaram de chegar na empresa e não estão dispostos a sacrificar o equilíbrio da sua vida.

Esse posicionamento leva as empresas a questionarem o investimento que fazem no colaborador e, assim, deterioram as relações entre empresa e empregado.

Outro aspecto que contribuiu em muito para essa demissão silenciosa foi a pandemia, que ajudou a perceber as vantagens de levar uma vida mais equilibrada e o prazer de ficar em casa, conviver mais com filhos, fazer o próprio horário, ter mais conforto, etc… Quando voltam para o mundo corporativo, por vezes frio e competitivo, começam a se questionar:

Quanto tempo tenho para fazer o que realmente gosto?

Por que trabalho 10 horas por dia?

O que estou perdendo na vida por trabalhar tanto?

Principalmente entre os mais jovens, essas reflexões se tornaram muito frequentes. As pesquisas mostram que somente 34% das pessoas estão engajadas e 64% procuram um trabalho em que tenham mais flexibilidade, liberdade e benefícios.

Esse é o início de uma grande transformação. Agora é o momento de se olhar para a equipe e, corajosamente, ver o que realmente está acontecendo: Excesso de cobranças? Horários de trabalho não respeitados? Falta de reconhecimento?

Resultado: cada vez mais pessoas doentes

Algumas empresas estão trabalhando para conseguir a reconciliação com as pessoas e usam táticas de reconhecimento, aumento de salários e autonomia. Nessas organizações, o líder é peça-chave, pois precisa, a todo momento, rever seus modelos mentais e ser flexível para entender as pessoas, uma vez que muitas mudanças são apenas funcionais. Será que isso basta? No meu entendimento, há uma outra solução:

Essencialismo, uma possível solução

O que é o Essencialismo? O que significa essencial?

Buscar a essência das coisas. Essa busca é importante em todas as áreas da vida. As perguntas que devem ser feitas constantemente são:

O que é essencial para mim agora?

O que não é essencial e que eu posso descartar?

Responder a essas perguntas nos capacita a pensar no essencial, não consumir nada que não seja essencial, falar o que é essencial, não comprar brigas à toa, rever métodos e procedimentos do trabalho, trabalhar com o que é essencial, pensar e sentir o que é relevante e essencial.

Define-se, então, o que é importante, a prioridade e não as prioridades… A gestão do tempo, a partir desse momento, muda completamente e passa a ter um direcionamento inquestionável. Colocar tempo e energia no que é essencial é uma escolha. começamos a colocar foco na nossa escolha e esqueço muita prioridade.

Será que é essencial responder a todos os e-mails, não analisando previamente o que é ou não essencial? É essencial participar de todas as reuniões? O que é mais essencial, as reuniões ou o cliente? Alguma coisa é preciso ser deixada para trás.

Deixo uma reunião e fico com meu cliente? Tenho coragem para isso? Ou estou vindo de um período onde o essencial não é tão importante? Entendo que para surfar nessa onda nova, precisamos trabalhar a escolha.

Por que temos que fazer o que não é importante? Melhor é o trabalho bem feito e finalizado, do que vários sem qualidade e incompletos

Existem pessoas que não fazem um trabalho, mas o querem tão perfeito, que acabam perdendo o essencial.

O essencial na gestão da equipe

Durante a pressão, o essencial deixa de ser importante, e durante uma época essa pessoa ainda quer continuar com esse essencial, ela teve um essencial antes, e não se separa dele, ela acha que ele sempre é o essencial, as vezes não nos damos conta do básico, e do essencial, pessoas às vezes assistem TV e deixam de conversar com o marido, o que é mais importante, vamos procurar o essencial, não precisamos ser perfeitos.

Sua saúde ou seu trabalho? O que é essencial? Às vezes é importante falar não, não ir pelo caminho mais tortuoso. Precisamos nos preocupar com o resultado e remover obstáculos, isso é importante.

Existem pessoas que buscam inovações, boas ideias, o que nos impele a pensar em prioridade e o essencial, e não prioridades. Quando a empresa tem uma mentalidade para o essencial ela é muito, muito mais atrativa, vamos nos dedicar para aquilo que realmente faz sentido, comece tirando os obstáculos, vamos resolver o problema, o essencial, menos muitas vezes é mais, essa é uma mudança de modelo mental no qual as lideranças devem estar muito bem treinadas. Qual o aspecto principal que tenho que resolver? Isso vale desde os seus até o pessoal de base, não podemos nos desequilibrar e começamos a nos perder de nós mesmos, vamos dessa forma ter uma sociedade mais essencial que aponte o que realmente é importante.

Convido a todos no final dessa palestra procurar fazer alguma coisa essencial para ela mesmo, exemplo: esse é o caminho que devemos seguir daqui para frente, é importante aplicar isso na nossa vida e na nossa empresa.

Profa. Dra. Fátima Motta, Sócia-Diretora da FM Consultores. É uma das colunistas do RH Pra Você. O conteúdo dessa coluna representa a opinião do colunista. Foto: Divulgação.