O Líder Educador: O treinamento só é um Sucesso se o desempenho melhorar

Um dos papéis da liderança é desenvolver e capacitar os colaboradores. Normalmente essa atividade é realizada em conjunto com a área de Recursos Humanos, porém, percebe-se que é relativamente baixa a aplicação dos conhecimentos no campo do trabalho.

Segundo estudo realizado em 2009 por De Wick, Pollock & Jefferson, concluíram que aproximadamente 85% dos respondentes desta pesquisa (profissionais de T&D), estimam que a aplicação dos conhecimentos adquiridos num treinamento, está apenas entre 5 – 20% (fonte: Livro 6D’s – Editora Évora)

Acredito que programas de treinamento e aprendizagem somente criam valor quando os conhecimentos e competências são aplicados na prática no trabalho do colaborador do seu dia-a-dia. Caracterizo essa baixa efetividade de aplicação dos conhecimentos adquiridos nos treinamentos no campo do trabalho como a “síndrome da terra de ninguém”, explico:

Por um lado, temos a empresa e especificamente o líder do colaborador, que ao detectar uma carência de determinada competência, solicita para área de recursos humanos um treinamento. Todo um trabalho é realizado para buscar um excelente treinamento e enviar o colaborador para a melhor experiência de aprendizagem possível para suprir aquela necessidade.

Aqui, normalmente termina o trabalho do líder e de recursos humanos. A empresa contratada por sua vez, aplica um excelente treinamento com conceitos modernos e metodologias ativas, exercícios, dinâmicas e etc. Uma vez concluído o treinamento, a empresa contratada cumpriu seu papel.

E agora?

Cabe ao colaborador de forma solitária vencer a “síndrome da terra de ninguém”, ou seja, aplicar na prática do seu dia-a-dia os conhecimentos adquiridos durante o treinamento. Isso não é uma tarefa fácil, pois treinamos para provocar mudanças e o colaborador enfrenta as suas resistências pessoais para realizar a mudança, bem como do ambiente de trabalho que normalmente não favorece para que tal fato aconteça.

Como podemos eliminar a síndrome da terra de ninguém?

A resposta é simples: através da Liderança.

O líder educador tem um papel fundamental para apoiar e desenvolver os seus colaboradores e cabe a ele tratar em conjunto com seu colaborador a transferência do conhecimento do treinamento, para o campo do trabalho no dia-a-dia.

Tenho uma solução estruturada que denomino cinco, zero, trinta: 5 0 30.

. 5 – Cinco minutos Pré: conversar previamente com o colaborador o motivo e as expectativas do porquê a empresa está investindo nele para participar do treinamento;

. 0 – Zero minuto: não interferir durante o período que o colaborador esteja participando do evento de capacitação. Pela minha experiência com treinamentos, existem líderes que ao propiciar a experiência que o colaborador participe de um treinamento, têm por hábito ligar ou enviar mensagens para o colaborador, tirando assim o foco do treinamento. O momento de aprendizagem somente deve ser interrompido por um assunto urgente e importante;

. 30 –Trinta Minutos Pós: conversar após o treinamento para saber como foi a aprendizagem, qual será o plano de ação para colocar em prática os conhecimentos adquiridos, bem como multiplicar esses conhecimentos junto à equipe.

A partir do momento que o colaborador recebe apoio do seu líder para colocar em prática os conhecimentos adquiridos, ele poderá desenvolver novas competências e agir como um multiplicador dentro da equipe, para melhorar a performance do negócio de forma coletiva.

Educar é uma das mais importantes responsabilidades da liderança.

Sobre ser um verdadeiro Líder Educador

Por Cesar Giaconi, especialista em Capacitação da Liderança, trabalha na melhoria de performance para alavancar resultados, obter excelência na Gestão de Pessoas e Melhoria de Processos. Com carreira executiva de 42 anos na Scania, é formado em Administração de Empresas, Psicologia Organizacional, Gestão Empresarial, Mestrado em Gestão Empresarial e Gestão de Pessoas e pós graduando de Educação e Tecnologia pela Universidade de São Carlos.

 

 

Ouça também o RHPraVocê Cast, episódio 126, “Até o ‘bom dia’ vira reunião: é mesmo tão difícil se adaptar à comunicação assíncrona?”. Será que todos os líderes estão, de fato, preparados para se adaptar a um diferente estilo de comunicação? Há solução para as reuniões em excesso deixarem de ser parte do dia a dia?

Para responder a isso e auxiliar no melhor entendimento sobre a importância da comunicação assíncrona, o RH Pra Você Cast traz a neurocientista Ana Carolina Souza, sócia da Nêmesis, empresa de educação corporativa. Clique no app abaixo:

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