A Revolução Industrial foi um importante marco histórico que alavancou o desenvolvimento tecnológico, durante o século XVIII. Muito mais que gerar transformações na sociedade, consolidando a formação do capitalismo, também foi o período em que houve avanços na participação feminina no mercado de trabalho, quando as mulheres representavam a maioria da mão de obra na indústria têxtil (51% do total de operários), por exemplo.

A título de curiosidade, ao analisar o operariado inglês no início da década de 1830, “a força de trabalho adulto nas indústrias têxteis do Reino Unido atingia 191.671 pessoas, das quais 102.812 eram mulheres e apenas 88.859, eram homens”. Além disso, outros movimentos históricos fortaleceram a participação feminina na sociedade e no mercado.

Trazendo para o cenário atual, em pleno século 21, a participação das mulheres na liderança das grandes instituições ainda é tímida, e isso ocorre por diversos motivos, principalmente ligados à cultura e estereótipos. Muito ainda precisa ser feito para “corrigir” essas divergências e aplicar a equidade de gênero, no entanto, já existe um avanço nesse cenário.

O Brasil, por exemplo, subiu da 8ª para a 3ª posição no ranking dos países pesquisados pela consultoria em participação feminina em postos de liderança, como aponta o International Business Report. 

Embora seja a minoria, há empresas que apresentam a majoritariedade de liderança feminina, como no caso da Sapore, empresa líder em alimentação corporativa e facilities. Ao lidar com pessoas, a área de Recursos Humanos da companhia acredita que o tratamento humanizado e a sensibilidade são os principais diferenciais para contribuir no desenvolvimento das pessoas.  

“Como Diretora de Recursos Humanos, uma das minhas principais funções é elaborar estratégias para desenvolver nossas pessoas e prepará-las para o mercado no segmento de food service, que é onde atuamos. Esse é um trabalho delicado e que exige muita sensibilidade, porque lidamos com pessoas e emoções. Então, precisamos equilibrar nossas ações enquanto liderança de RH para também atingir os objetivos da empresa”, diz Teresa Caldas, diretora Executiva de Recursos Humanos da Sapore.

Mulheres são maioria na liderança da Sapore

A companhia é representada por 80% de colaboradoras mulheres, desse total, 50% da composição da diretoria é feminina, além da maioria dos cargos de gerência, que também pertencem a esse grupo.

“Hoje, lidero 14 mil pessoas, sendo que 80% são mulheres e elas lideram outras grandes equipes. Isso é muito gratificante, pois poder ver o quanto nossas pessoas têm se desenvolvido e crescido junto comigo dentro da companhia é uma característica que guia a minha gestão dentro do mercado de alimentação. É essencial ouvir, valorizar e desenvolver as pessoas que trabalham comigo, e nós, enquanto líderes, precisamos cultivar esse sentimento de pertencimento. Além disso, as nossas equipes estão espalhadas de Norte a Sul do Brasil, então, é importante compreender e respeitar as multiculturas que atendemos”, ressalta Vanessa Veloso, diretora Executiva de Operações da Sapore.

Apesar do segmento da companhia influenciar nesse expressivo número de liderança feminina, composta pela maior parte de nutricionistas, a empresa não impõe que colaboradores sejam mulheres, sendo algo natural e que já faz parte do DNA da Sapore.

“Isso me faz refletir o quanto a gente evoluiu e o quanto isso é algo natural na Sapore, que valoriza a competência das mulheres e mostra a maturidade da nossa liderança. É gratificante trabalhar em uma empresa que respeita, confia e gera oportunidades às mulheres”, completa a gerente de Marketing, Talita Balazs de Alvarenga. 

Mesmo sendo gradativa, a mudança está acontecendo dentro de sociedades e é importante que haja mais união e engajamento das mulheres, a fim de tornar esse processo mais ágil e efetivo. Também é importante que a liderança feminina motive e empodere seus times, quebrando tabus e fortalecendo relacionamentos, afinal, toda gestão de pessoas é feita por e para pessoas.