Super-homens e super-mulheres do mundo corporativo: será que isso é saudável? Recentes pesquisas realizadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) comprovam que jornadas excessivas de trabalho estão matando milhares de pessoas por ano, bem como adoecendo as pessoas, as chamadas doenças ocupacionais – depressão, síndrome de burnout, ansiedade, doenças respiratórias, perda auditiva, entre outras.

Há também outras doenças relacionadas ao trabalho: gastrite, úlcera e até câncer que nos remetem às seguintes perguntas:

Aonde vamos chegar com isso?

E até que ponto é saudável sermos super-homens e super-mulheres no ambiente corporativo?

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As respostas são óbvias: vamos acabar corroborando para os estudos da OMS, ficando gravemente doentes ou, ainda, perdendo a vida de forma precoce e, isso não é nada saudável. Não devemos sacrificar momentos de lazer por acúmulo de trabalho. A saúde mental e física são prioridades e devem ser levadas em consideração por qualquer colaborador, seja no ambiente corporativo ou fora dele, em qualquer esfera ou cargo que ocupe.

Sem saúde mental e bem-estar físico as pessoas adoecem e adoecem também o seu ambiente de trabalho, tornando as atividades um fardo e as relações pessoais cansativas e desgastantes.
No Brasil, só em 2021, mais de 75 mil pessoas se afastaram do trabalho por conta de problemas mentais, conforme aponta dados da Previdência Social.

Outro estudo que chama a atenção é do International Stress Management Association (Isma), mostra que somos o segundo país com mais casos de síndrome de burnout – distúrbio emocional com sintomas de exaustão extrema, estresse e esgotamento físico – sendo a principal causa o excesso de trabalho, competitividade e pressão no ambiente corporativo.

Veja mais: “O Burnout fez um pedaço de mim morrer”

Muitas são as celebridades que nos últimos tempos anunciaram pausas na carreira devido ao excesso de trabalho, além de esgotamento mental e físico. Todavia, não precisamos ir muito longe para encontrarmos casos de pessoas comuns, ou melhor, anônimas, que são acometidas por doenças causadas pelo trabalho.

Veja mais: 7 dicas para ser um profissional bem-sucedido sem perder a saúde mental

Um exemplo clássico é o da dona de casa, a chefe de família e provedora do lar. Muitas mulheres brasileiras ocupam essa posição e com o tempo, excesso de atividades e rotinas pesadas e estressantes adoecem e morrem. Quantas são as mulheres que levantam todos os dias às 5h da manhã para trabalhar, passam o dia em serviços árduos e braçais, retornam para casa às 19h e lá encontram todas as tarefas da casa por fazer: dar banho nos filhos, fazer o jantar, arrumar a casa e preparar a rotina do próximo dia para começar tudo novamente.

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Essas mulheres são as verdadeiras heroínas que passam despercebidas pela mídia e reforçam os dados de adoecidos e mortos por doenças ocupacionais anualmente. Muitas vezes por necessidade do dinheiro ou pela falta de tempo, as pessoas deixam os primeiros sintomas de uma possível doença de lado e, com isso, o problema se agrava e pode resultar em uma consequência gravíssima: como é o caso de uma úlcera nervosa que pode ocasionar um tumor.

Exemplos como esses, servem de alerta para olharmos para dentro de nós mesmos e avaliarmos como está a nossa saúde mental e física e, se não é o momento de fazermos uma pausa para nos cuidarmos.

Neste contexto é fundamental olhar também para dentro da empresa em que você atua e observar se há alguma política interna que cuide da saúde mental e física do colaborador, afinal, somos humanos e não máquinas.

Precisamos saber a hora de produzir, mas também a hora de parar e descansar. Infelizmente, não existem super-homens e super-mulheres se a saúde mental e física não estiverem em dia e não tivermos uma vida saudável, tanto pessoal quanto profissional.

Super-homens e super-mulheres do mundo corporativo

Por Deives Rezende Filho, fundador da Condurú Consultoria  e possui 40 anos de experiência no mercado financeiro e em outras empresas.

 

 

Ouça o episódio 134 do RH Pra Você Cast: “Nova classificação do burnout faz um ano: as confusões e avanços sobre a mudança“. Em janeiro de 2022, a Organização Mundial da Saúde (OMS) mudou a classificação da síndrome de burnout, que passou a ser descrita como um fenômeno ocupacional, ou seja, um esgotamento condicionado exclusivamente ao trabalho – dentro da #CID-11 (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde). Passado um ano, ainda há certa confusão sobre a nomenclatura, o que caracteriza ou não o burnout. Além disso, o que mudou ao longo desse tempo? Qual foi o impacto para as empresas e para os RHs? Conversamos sobre tudo isso com Ana Maria Rossi, presidente da #ISMA-BR (International Stress Management Association). Acompanhe clicando no app abaixo:

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Capa: Depositphotos