O ano de 2024 promete destacar os movimentos em direção à sustentabilidade e a responsabilidade corporativa, questões ambientais, sociais e de governança (ESG) ganham uma importância crescente no cenário corporativo global.
Empresas em todo o mundo estão cada vez mais conscientes da necessidade de adotar práticas sustentáveis não apenas como um imperativo moral, mas também como uma estratégia inteligente para o sucesso a longo prazo nos negócios e na sociedade. A seguir elenco as tendências deste ano no âmbito de ESG:
1. Ação climática e descarbonização: a urgência das mudanças climáticas tem pressionado as empresas a adotarem estratégias de descarbonização mais ambiciosas. Isso inclui a transição para fontes de energia renovável e investimentos em tecnologias de baixo carbono.
No Brasil, o Projeto de Lei nº 412/2022, que busca regulamentar o mercado de carbono, avança no Senado Federal, sinalizando uma mudança significativa no panorama regulatório e empresarial.
2. Transparência nos relatórios ESG: a transparência tornou-se fundamental para conquistar a confiança dos stakeholders. As empresas são cada vez mais cobradas a divulgar informações detalhadas sobre suas práticas ESG, incluindo relatórios de impacto ambiental, social e de governança.
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) tornou voluntária a entrega de relatórios de riscos ESG, com obrigatoriedade prevista para 2026, evidenciando uma crescente ênfase na prestação de contas.
3. Transparência nas cadeias de suprimentos: as empresas devem garantir transparência em todas as etapas da cadeia de suprimentos, permitindo escolhas conscientes por parte dos consumidores.
Isso inclui um controle mais rigoroso sobre programas de diversidade e inclusão não apenas internamente, mas também entre os fornecedores, promovendo uma cadeia mais inclusiva e ética.
4. Investimento em empresas geridas por mulheres e grupos minorizados: a equidade de gênero e a diversidade étnico-racial devem se tornar prioridades essenciais para as empresas. Espera-se que medidas concretas sejam adotadas para promover a justiça social em todas as áreas, desde a contratação até a remuneração e o fornecimento de produtos e serviços.
Uma abordagem que vem crescendo neste sentido é adequar os processos de compras para apoiar micro e pequenas empresas e empresas geridas por mulheres e outros grupos historicamente minorizados. A tendência é que estas contratações cresçam ainda mais em 2024. Inclusive, de acordo com a ONU, empresas com líderes femininas têm resultados maiores que as geridas por homens.
5. Aprofundamento da agenda de DE&I: os investidores estão integrando cada vez mais considerações ESG em suas estratégias, aumentando o investimento em fundos socialmente responsáveis e considerando análises ESG em decisões de alocação de capital.
No fim de 2023, o BNDES assinou um acordo com o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania para promoção da diversidade com o objetivo de aprimorar as políticas de governança em direitos humanos do Banco e induzir o tema perante clientes e parceiros.
6. Inovação e tecnologia: a tecnologia desempenha um papel crucial na promoção do bem-estar social e ambiental.
Desde a saúde mental até a automação para redução de resíduos e emissões, a inovação tecnológica pode ser uma poderosa aliada na busca por soluções sustentáveis.
7. Direitos Humanos e empresas: à medida que os desafios ESG se tornam mais complexos, a colaboração entre empresas se torna crucial.
Parcerias e iniciativas colaborativas são essenciais para abordar questões ESG de forma mais eficaz e abrangente, incluindo políticas robustas para garantir os direitos humanos na cadeia produtiva.
Inclusive, o Governo Federal criou o Grupo de Trabalhos Interministerial para elaboração da Política Nacional de Direitos Humanos e Empresas, em novembro de 2023.
Embora o Brasil ainda esteja nos estágios iniciais de adoção de práticas ESG, cada dia se mostra mais importante que as empresas estejam atentas a essas tendências, pois elas não apenas moldam o futuro dos negócios, mas também influenciam positivamente a sociedade e o meio ambiente.
O compromisso com práticas empresariais éticas e sustentáveis é, portanto, um passo essencial em direção a um futuro mais justo, inclusivo e sustentável para todos.
Por Letícia Rodrigues, especialista em ESG e Diversidade e Inclusão e sócia-fundadora da consultoria da Tree Diversidade.
Ouça o PodCast RHPraVocê Cast, episódio 101, “ESG está na moda, mas como tratá-lo para além do modismo?”. Os últimos anos foram marcados por um movimento intenso no interesse e nas demandas de adequação às práticas de ESG — sigla do termo em inglês Environmental, Social and Governance – ou Ambiental, Social e Governança (ASG — em português). A sigla segue cobiçada no universo corporativo e a corrida para abraçar o conceito já começou. Mas como olhar além do óbvio? Quão madura estão as empresas? O que é necessário para ser um especialista em ESG? De que especialista estamos falando? E qual o papel e responsabilidade do RH diante de tudo isso? No episódio de hoje, o CEO Grupo TopRH, Daniel Consani, e a editora do RH Pra Você, Gabriela Ferigato, conversaram com Hugo Bethlem, Chief Purpose Officer (CPO) da Bravo GRC e Presidente do Conselho do Instituto Capitalismo Consciente Brasil (ICCB). Clique no app abaixo:
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