A procrastinação pode ser uma grande inimiga na rotina de equipes de alto desempenho. Afinal, adiar tarefas pode ser extremamente contra produtivo quando se quer potencializar resultados e materializar o propósito organizacional com efetividade.
Uma forma simples de entender a procrastinação é percebê-la como o ato de constantemente adiar tarefas que devem ser realizadas. “Você sabe o que deve fazer e não é capaz de fazer. É uma lacuna entre a intenção e ação”, é o que diz o psicólogo Timothy Pychyl, da Universidade Carleton, referência no estudo da procrastinação no Canadá.
Para reduzir essa prática, é preciso adotar algumas estratégias fundamentais, as quais explico a seguir.
1 – Clarifique o verdadeiro propósito do trabalho
Quando a equipe entende o verdadeiro sentido por trás do seu trabalho, tende a procrastinar menos. Afinal, a equipe compreende que a atividade que deve ser executada é uma forma de servir à uma causa muito maior do que ela.
Quando há um senso de propósito e significado, naturalmente cria-se um senso de urgência pelo impacto positivo que será gerado por meio do que deve ser realizado. Quando a atividade é mecânica e desprovida de sentido, há menos empolgação e consequentemente menos desejo de fazer acontecer.
A conexão com um propósito nobre e profundo é um poderoso aliado no combate à procrastinação. Sem propósito, as equipes são mais propensas a procrastinar. Seres humanos são movidos por sentido e significado, e se não encontram isso em seus trabalhos, acabam sendo menos produtivos e engajados com as atividades que precisam ser executadas.
2 – Conecte as pessoas aos seus pontos fortes
Passamos a maior parte das nossas vidas focando nos nossos pontos fracos, e esquecemos de colocar energia para potencializar nossos pontos fortes. Quando estamos em contato com atividades que nos permitem expressar nossos pontos fortes, tendemos a ter mais interesse em realizá-las.
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Quando estamos em contato com atividades e tarefas mais ligadas aos nossos pontos fracos, tendemos a adiar e procrastinar com mais intensidade. Por exemplo, se um profissional tem a criatividade como ponto forte e a análise crítica como ponto fraco, naturalmente vai procrastinar mais as atividades que exigem análise crítica. Porém, se forem atividades ligadas à criatividade, terá muito mais energia para realizá-las.
3 – Desenvolva um plano de engajamento com a liderança
Colaboradores mais engajados tendem a procrastinar menos. Portanto, a liderança precisa compreender os princípios por trás do engajamento das equipes. É necessário implementar estes princípios na prática de forma estruturada, para ampliar o engajamento das equipes de forma intencional e consciente.
Alguns dos princípios essenciais são: plano de reconhecimento, cultura de celebração de resultados, desenvolvimento de relações positivas, construção de campo de confiança e segurança psicológica, escuta ativa e programas de educação corporativa.
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Quando a liderança está focada em construir uma cultura de engajamento de forma estratégica, os colaboradores tendem a ampliar seu nível de conexão com o trabalho e consequentemente aumentam sua produtividade em relação às suas atividades.
Ao implementar estas estratégias, você ajudará sua equipe a potencializar resultados e reduzir os níveis de procrastinação.
Lembre-se que este processo é gradual e deve fazer parte do planejamento estratégico da liderança. Afinal, negócios são feitos de pessoas. Quem não sabe cuidar de pessoas, não sabe cuidar de negócios.
Por Kiko Kislansky, educador corporativo, escritor, palestrante e fundador da Cazulo, empresa de educação corporativa. Formado em Business Administration (B.B.A) pela Northwood University, Kiko Kislansky é especialista e mentor de vidas e negócios com propósito, realizando palestras por todo Brasil, impactando mais de 200 empresas e 100 mil pessoas. É autor dos livros “Muita alma nessa hora”, “A saída é para dentro”, “Pare de vender assim”, “Ouse ser você” e “O poder do propósito”.
Ouça também o RHPraVocê Cast, episódio 126, “Até o ‘bom dia’ vira reunião: é mesmo tão difícil se adaptar à comunicação assíncrona?”. Será que todos os líderes estão, de fato, preparados para se adaptar a um diferente estilo de comunicação? Há solução para as reuniões em excesso deixarem de ser parte do dia a dia?
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