Nos últimos anos, o mercado de investimentos ambientais, sociais e de governança corporativa, conhecido como ESG, vem enfrentando inúmeros desafios. Dados recentes da Lipper (LSEG Data & Analytics) revelam uma queda nos investimentos nos EUA desde 2022. Robert Jenkins, chefe de pesquisa global da Lipper, critica a abordagem do ESG, destacando a dificuldade de quantificar aspectos qualitativos. Essa tendência coloca em pauta a necessidade de uma reavaliação nos departamentos de Recursos Humanos (RH) das empresas.

A instabilidade nos investimentos ESG nos EUA reflete mudanças significativas no panorama financeiro global. É crucial que os RH estejam atentos a essas transformações. O declínio nos fundos ESG sugere uma possível mudança de paradigma na forma como os investidores avaliam o desempenho das empresas em relação a questões ambientais, sociais e de governança.

Robert Jenkins destaca uma falha fundamental na abordagem ESG: a dificuldade de quantificar aspectos qualitativos. Essa crítica levanta questões importantes sobre a eficácia das métricas utilizadas para avaliar o desempenho ESG. Os RH têm um papel vital em ajudar as empresas a navegarem nesse cenário desafiador.

O investimento em ESG, conforme descrito por Jenkins, baseia-se em sentimentos e opiniões, o que torna a medição desafiadora. Essa observação ressalta a necessidade de uma abordagem mais holística e detalhada ao avaliar o compromisso das empresas com práticas sustentáveis e responsáveis.

ESG futuro do trabalho

Os RH desempenham um papel fundamental na condução dessa mudança de paradigma. Eles têm a responsabilidade de garantir que as empresas adotem práticas de recrutamento, treinamento e desenvolvimento que incentivem a integridade, a transparência e a responsabilidade corporativa. Além disso, os profissionais de RH podem desempenhar um papel ativo na revisão das políticas de remuneração para alinhar os incentivos dos funcionários com os objetivos ESG da empresa.

A evolução do mercado ESG requer uma abordagem proativa por parte dos RH. Eles devem buscar colaboração com os departamentos financeiros e de sustentabilidade para desenvolver estratégias integradas que promovam o compromisso com práticas de negócios éticas e sustentáveis.

Adicionalmente, uma das maneiras pelas quais os RH podem contribuir para essa evolução é por meio da educação e conscientização dos funcionários sobre as questões ESG. Isso pode incluir programas de treinamento sobre práticas sustentáveis, ética nos negócios e responsabilidade social corporativa.

Além disso, os RH podem desempenhar um papel de suma importância na promoção de uma cultura organizacional que valorize a diversidade, a equidade e a inclusão. Esses valores são fundamentais para os investidores ESG, que procuram empresas comprometidas com a criação de ambientes de trabalho justos e inclusivos.

Em última análise, os RH têm a oportunidade de liderar o caminho na integração de práticas ESG em toda a empresa. Eles podem colaborar com os líderes empresariais para desenvolver políticas e procedimentos que promovam a responsabilidade corporativa e o impacto social positivo.

A evolução do mercado ESG não deve ser vista como uma ameaça, mas sim como uma oportunidade para as empresas se destacarem como líderes em sustentabilidade e responsabilidade corporativa. Os RH desempenham um papel fundamental nesse processo, facilitando a transição para uma abordagem mais integrada e abrangente em relação às questões ESG.

Em resumo, os RH precisam estar atentos à evolução do tema ESG no mundo. Ao adotar uma abordagem proativa e colaborativa, eles podem ajudar as empresas a enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades apresentadas por esse novo paradigma de investimento sustentável e responsável.

RH e a Evolução do ESG

Por Ramón Santos Munga, supervisor de Treinamento & Desenvolvimento. Há 15 anos atuando em empresas nacionais e multinacionais, sempre com foco em desenvolvimento de pessoas. 

 

Ouça o PodCast RHPraVocê Cast, episódio 101, “ESG está na moda, mas como tratá-lo para além do modismo?”. Os últimos anos foram marcados por um movimento intenso no interesse e nas demandas de adequação às práticas de ESG — sigla do termo em inglês Environmental, Social and Governance – ou Ambiental, Social e Governança (ASG — em português). A sigla segue cobiçada no universo corporativo e a corrida para abraçar o conceito já começou. Mas como olhar além do óbvio? Quão madura estão as empresas? O que é necessário para ser um especialista em ESG? De que especialista estamos falando? E qual o papel e responsabilidade do RH diante de tudo isso? No episódio de hoje, o CEO Grupo TopRH, Daniel Consani, e a editora do RH Pra Você, Gabriela Ferigato, conversaram com Hugo Bethlem, Chief Purpose Officer (CPO) da Bravo GRC e Presidente do Conselho do Instituto Capitalismo Consciente Brasil (ICCB). Clique no app abaixo:

Não se esqueça de seguir nosso podcast e interagir em nossas redes sociais:

Facebook
Instagram
LinkedIn
YouTube

Capa: Depositphotos